segunda-feira, 28 de agosto de 2017

Como Investir na Bolsa: Perdendo o Medo de Investir em Ações



Como já comentei anteriormente aqui no blog, no último mês, depois de muito enrolação e hesitação, finalmente entre no mercado de ações, comprando um punhado de papéis.

Já fazia muito tempo que eu tinha vontade de comprar ações, em parte pelo sentimento de me tornar um investidor "de verdade", mas também pelo conhecimento que eu tinha do potencial que uma empresa bem administrada e com bons números pode ter. Já trabalhei em um banco, na parte de avaliação de empresas, e era meu cotidiano analisar dados financeiros de grandes companhias (a maioria de capital fechado) e sempre me fascinava o crescimento que algumas delas apresentavam (embora algumas apresentassem balanços notadamente não confiáveis).

Pois finalmente chegou o momento em que estou analisando companhias não por obrigação trabalhista, mas para avaliar onde aplicar o meu capital, agora sou oficialmente um stakeholder, mesmo que em pequena escala. 

Confesso que hesitei muito antes de comprar a minha primeira ação, é lógico que bate aquele medo pois não faltam histórias (ou estórias) de gente que perdeu tudo na bolsa e fica meio que uma coisa de consciente coletivo que bolsa é arriscado, que é cassino, que é loteria, etc. De fato, a bolsa pode ser sim uma loteria ou cassino, depende de como se lida com ela. É aquela coisa, lucros altos e rápidos podem ser tornar prejuízos igualmente altos e rápidos.

Mas o grande segredo para desmistificar toda essa "áurea" de cassino e perder de vez o medo de investir na bolsa é simples: entender como funciona o mercado acionário.

"Ah, mas o mercado de ações é complicado demais, é uma loucura, impossível entender". Nem tanto! Pode ser muitos mais simples do que se imagina. Vejamos...

Quem quer obter lucros astronômicos no curto prazo e, supostamente, viver de bolsa, deve buscar fazer trades, que nada mais é que operar com foco no preço de um papel, independente do valor da companhia.  São compras e vendas de uma ação em um curto período de tempo, inclusive no mesmo dia. O investidor trader deve se aprofundar em análise técnica, ou seja, aprender a decifrar aqueles gráficos de ações, com suas candles, médias, suporte, resistência, etc.

Entretanto, para aqueles, como eu, que pensam na bolsa de valores como uma forma de investimento para o futuro, ou seja, uma aplicação de longo prazo, o foco deve ser o buy and hold, que nada mais é do que comprar ações de empresas com valor e com perspectivas de crescimento, para mantê-las por muito tempo, até um dia vendê-las com um bom lucro ou mesmo viver do recebimento de dividendos. Na minha opinião, esse é o método mais indicado para quem busca investir no longo prazo, para os iniciantes na bolsa de valores e para aqueles que começam investindo com pouco dinheiro.
Mais um dia de trabalho de um trader que "vive de bolsa" #sqn

Mas então quais ações comprar? 

No método buy and hold, o foco, como relatado, é o valor da empresa, portanto devemos analisar os números da companhia de forma mais detalhada ao invés de simplesmente olhar o histórico da cotação da ação. A ideia é que o preço da ação acompanhará o crescimento da companhia. Portanto se comprarmos ações de empresas sólidas, consolidadas, bem administradas e com resultados crescentes, a tendência que é esses papéis se valorizem a medida que a empresa vá crescendo.

Logicamente que os resultados passados não garantem os resultados futuros, portanto por melhor que seja uma companhia, uma vez adquirida suas ações não se deve simplesmente esquecê-las na conta da corretora. É preciso estabelecer uma periodicidade de reavaliação do investimento e determinar critérios de permanência ou saída daquele papel. Os balanços das empresas são trimestrais, mas não obrigatoriamente é preciso fazer o acompanhamento a cada 3 meses, pode-se fazer um acompanhamento semestral ou mesmo anual.
Se uma empresa em que se investiu der sinal de deterioração, então é hora de vendê-la. E não se preocupe, não será preciso estudar contabilidade para entender um balanço, numa futura postagem vou falar de alguns critérios simples para analisar um balanço e onde conseguir as informações necessárias para realizar essa análise.

Aqui vale uma ressalva: o preço de uma ação depende muito dos resultados da companhia, mas outros fatores alheios à empresa podem influenciar a variação da cotação, seja o vazamento de uma delação premiada que envolve o Presidente da República (que pode deixar o mercado em crise por alguns meses), seja um crise na economia chinesa (que pode deixar o mercado em crise por alguns anos).

Devemos analisar uma companhia friamente, com foco nos números e outros dados relevantes, sem nos apegar emocionalmente a ela. Para mostrar como isso é importante, vou utilizar o exemplo de duas companhias distintas, uma bem conhecida e a outra nem tanto.
Obs: foquei a análise nos balanços anuais entre 2012 e 2016.

NATURA (NATU3)



Muita gente, principalmente as mulheres, adora a Natura. Em todo lugar tem alguém que vende Natura (com as famosas revistas), sempre há publicidades da marca em programas de televisão de grande audiência e os produtos são amplamente utilizados por mulheres (e homens) de todas as classes sociais. Em tese é uma empresa muito boa para se investir, mas vamos aos números:

> De 2012 a 2016 a Natura aumentou sua receita em 24% (o que é bom, a empresa está expandindo, aumentando as vendas)
> Não obstante o crescimento de receita, o lucro líquido caiu 66% no mesmo período (o que é péssimo pois demonstra dificuldades no controle dos custos e despesas).
>Também é uma companhia muito endividada, com dívida bruta superior a 4x o valor do patrimônio líquido

Vejamos a variação do preço da ação nesse período:



Quem aplicou R$ 100.000,00 em ações NATU3 em dez/2012, quando a ação era negociada a R$ 57,25,  quatro anos depois, em dez/2016, resgatou R$ 38.585,00, pois nesse período a ação caiu para R$ 22,09. Portanto após 4 anos de investimento, dos R$ 100 mil aplicados, mais de R$ 60 mil virou pó! 

Supondo que o investidor segurou um pouco mais a ação até maio/2017, pico da bolsa antes do Joesley Day, as ações da Natura se recuperaram e atingiram a cotação de R$ 35,24. Nesse cenário o investidor teria tido um prejuízo um pouco menor, de forma que os R$ 100 mil valeriam R$ 61.554,00, prejuízo de mais ou menos R$ 40 mil em 4 anos.

No mesmo período, investindo os R$ 100 mil na poupança, teria retornado em maio de 2017 o valor de R$ 136.647,00. Bem melhor hein? 

Agora vamos analisar uma outra empresa, que talvez não seja tão conhecida em grande parte do Brasil, uma vez que sua atuação é muito concentrada no Nordeste, mas é uma gigante do setor:

M. DIAS BRANCO (MDIA3)



A M. Dias Branco é dominante na região Nordeste do país. Os biscoitos e massas dessa companhia estão em praticamente todos os supermercados nordestinos e vendem como água, com crise ou sem crise. Mas como eu relatei antes, temos que analisar uma empresa observando os seus números, então vamos a eles:

> De 2012 a 2016 a M. Dias Branco aumentou sua receita em 50% (ótimo)
> No mesmo período o lucro líquido cresceu 66% (excelente)
> A companhia tem baixo endividamento: a dívida bruta corresponde a cerca de 15% do Patrimônio Líquido e o caixa gerado é suficiente para quitar todas as dívidas, se assim a companhia desejar.

Agora vejamos a variação da cotação nesse período


Fazendo a mesma comparação, quem investiu R$ 100.000,00 em ações MDIA3 em dez/2012 quando eram negociadas a R$ 25,67, resgatou, 4 anos mais tarde, em dez/2016, a quantia de R$ 149.357,22 pois as ações subiram para R$ 38,34.

Agora vamos considerar que o investidor segurou as ações até maio/2017, pico da bolsa. Nesse mês as ações da M. Dias Branco chegaram a ser negociadas por R$ 58,30 de forma que os mesmos R$ 100 mil de dez/2012 passaram a valer incríveis R$ 227.113,00 em maio/2017.

COMPARAÇÃO: Qual o Melhor Investimento?

Portanto, fazendo uma comparação grosseira, ressalvando sempre que olhar dados passados é muito fácil e não significa que vão espelhar os dados futuros, teríamos o seguinte: o cidadão que aplicou R$ 100.000,00 no final de 2012, teria o seguinte montante em maio de 2017 (antes do Joesley Day):

Se Aplicado em Poupança: R$ 136.647,00 - Valorização de 36,65%
Se Aplicado em ações NATU3 (Cotação R$ 35,45): R$ 61.554,00 - Desvalorização de 38,45%
Se Aplicado em ações MDIA3 (Cotação R$ 58,30): R$ 227.113,00 - Valorização de 127,11%

 MORAL DA HISTÓRIA

 Essa comparação ilustra bem o fato de que investindo-se em ações de empresas sólidas, que tenham produtos consolidados no mercado, que sejam bem administradas, que deem o retorno financeiro esperado e que apresentem números crescentes e sustentáveis, as chances de algo dar errado são pequenas, pensando no longo prazo.

CONSIDERAÇÕES SOBRE PREÇO DA AÇÃO E MARGEM DE SEGURANÇA

Após essa análise a tendência natural de qualquer um que esteja lendo isso é pensar: vou fugir de NATU3 e mergulhar de cabeça em MDIA3. Mas pensa comigo: e se o preço da MDIA3 estiver muito esticado sem margem para maiores valorizações, mesmo com o crescimento da companhia? E se a NATU3 estiver com preço descontado frente ao potencial de crescimento da companhia?

Em relação a isso, existem duas correntes predominantes

1) Aqueles que acham que o preço não importa, pois comprando uma empresa de valor a cotação vai crescer a medida que a empresa cresce
2) Aqueles que acham que o preço importa, pois uma empresa, por melhores perspectivas futuras que tenha, pode estar com o preço da ação supervalorizado, sem margem para crescimento futuro.

Esse foi um ponto que me travou por muito tempo. Passei muito tempo com medo de comprar ações no topo, ou seja, muito caras. Pra evitar isso fiz algumas pesquisas sobre valuation (método de precificação de ações). A verdade é que valuation é uma ciência complicada e muito subjetiva, tem diferentes métodos, alguns bem complicados, e que podem dar resultados distintos. Ainda preciso me aprofundar muito mais nisso, mas às vezes me questiono sobre o custo/benefício de aprender técnicas avançadas de valuation.

Um meio termo interessante entre comprar uma ação "às cegas" (em relação ao preço) e fazer uma complexa análise de valuation, é utilizar o método de margem de segurança, que vou abordar num post futuro.

CONCLUSÃO

Por mais que tenhamos a sensação ou impressão de que o mercado acionário é completamente aleatório, se assemelhando a um cassino, há uma lógica que dita a flutuação do preço das ações no longo prazo.

O grande segredo para investir na bolsa com uma margem de risco controlada é investir em empresas sólidas e que deem resultado no longo prazo, para tanto, deve-se analisar não a variação do preço da ação, mas os fundamentos da companhia.

No curto prazo o mercado pode ser irracional, mas no longo prazo a tendência é que o preços das ações acompanhem a performance da companhia.

Abraços,

Ministro

24 comentários:

  1. Não entendo nada de finanças...
    Poderia dar um help aí cara?

    1. Qual a diferença entre conta poupança e conta corrente.

    2. Como funciona um cartão de crédito?

    Não sou Troll

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    1. Não é Troll? Sei rsrs

      1. Conta corrente serve para movimentar dinheiro, poupança é investimento.

      2. Cartão de crédito serve para postergar o pagamento de uma compra.

      Espero ter ajudado =D

      Abraços!

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  2. Excelente post Ministro,

    Como se dizem por aí. As ações acompanham os lucros. Logo, suas exemplificações dizem isso. Claro que tem outras situações inversas, mas a maioria das vezes isso ocorre.

    Abraços.

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    1. É isso ai Cowboy!

      A tendência é essa!

      Claro que há exemplos onde essa tendência não foi seguida, depende muito também do prazo que se está analisado, mas acredito que isso seja exceção.

      Em geral o preço da ação acompanha, no longo prazo, o desempenho da companhia.

      Abraços!

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  3. Gostei muito do posto Ministro. Foste bem didático, e bastante realista. Bolsa não é um mar de rosas, é preciso pensar bem e agir com cautela. Como você mostrou, se tivesse deixado na poupança, teria sido bem melhor em relação a Natura (considerando apenas o preço).

    Interessante também notar que uma diversificação entre estes 3 ativos citados, dependendo do balanceamento, teria dado algum retorno.
    Digamos, investindo 100.000, 70% Renda Fixa (poupança); 15% NATU3 e 15% MDIA3.
    Teria dado um montante de: 138.947,00
    95648,00 (poupança) + 9232,50 (NATU3) + 34066,50 (MDIA3)

    Uma valorização de 38,94%, ainda acima da poupança.
    Então, não seria uma perda assim tão horrííível ter comprado a natura, desde que tenha-se diversificado, claro.
    E óbvio, isso tudo sem considerar inúmeras outras variáveis, especialmente dividendos, JSCP, IR, taxas de custódia, etc

    Logo logo serei eu entrar nesse mercado também, se Deus quiser.

    Acompanhando a saga por aqui ;)

    Forte abraço o/
    Diário

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    1. Boa Diário!

      Realmente meus exemplos foram "extremos" em alguns aspectos e simplificados em outros, com o objetivo de tornar a discussão mais didática mesmo.

      É muito pouco recomendado apostar tanto em uma única companhia, ou em uma única forma de investimento. Como você bem destacou, diversificação é o segredo para se obter bons ganhos ao mesmo tempo em que se protege de perdas.

      É tudo questão de saber onde está pisando e tomar decisões conscientes!

      Abraços!

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  4. Excelente, Ministro!

    Estou iniciando a leitura de "O Investidor Inteligente" e percebo que a noção de margem de segurança está lá, bem como os fundamentos que você mencionou no post. Bem-vindo ao mundo da RV, ao que tudo indica você se sairá muito bem!

    Abraço!

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    1. E ai Mascada!

      Muito embora tal livro tenha sido escrito sob a égide de outra época na história e a realidade de outro mercado (americano), realmente traz muitos conceitos universais que devem ser levados em consideração na hora do investimento em ações.

      Espero que você tenha razão, e que a RV nos traga bons frutos!

      Abraços!

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  5. Fala Ministro!

    Se você me solicitasse uma opinião sobre Renda Variável, eu lhe responderia para focar no negócio que tem por trás do Ticker negociado na Bolsa.

    Hoje em dia é cada vez mais difícil encontrar pechinchas que eram facilmente encontradas na época que Graham escreveu seus livros e também na época que Buffet iniciou as fundações de seu império.

    Com o advento da internet, as informações são apuradas em tempo real e um investidor amador tem quase a mesma quantidade informações que um investidor institucional. Inclusive, tem alguns hedges que utilizam programas de screener de palavras nos Relatórios das empresas, filtrando palavras negativas e positivas utilizadas, e em questão de segundos, indicando se o balanço teve viés positivo ou negativo.

    Obviamente que análise de empresas é muito mais arte do que qualquer outra coisa. Mas como competir com esses caras que destroçam relatórios de 130 páginas em questão de segundos?

    Agora imagine fazer um valuation em cima de tantas informações disponíveis e interpretações subjetivas por aí existentes. É um espectro nebuloso.

    Além do que, caso você considere que o negócio esteja caro ou barato, o mercado não liga muito para o que você pensa. O preço está lá e pronto. Você pode até estar certo - e inclusive certo por muito tempo - mas o mercado é implacável e ir contra ele é, na maior parte das vezes, insensatez.

    Portanto, foco no negócio em que se está investindo me parece ser a melhor solução - e também a estratégia adotada pelos investidores bem sucedidos de longo prazo.

    Abs amigo!

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    1. Excelente colocação TR!

      Como você destacou, a parte de "interpretação subjetiva", implícita às técnicas de valuation, podem ser perigosas, pois tem muitos "especialistas" em valuation discordando do mercado, apostando que um dia o mercado "abrirá os olhos" em relação a um papel, mas isso pode nunca acontecer. É complicado...

      Por isso concordo com você: vamos focar no negócio em que estamos investindo, pois enquanto eles estiverem gerando valor, os retornos virão no longo prazo!

      Abraços!

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  6. Senhores, primeiramente peço desculpas por utilizar esse canal para explicar que tive imprevistos quanto ao blog, haja vista que este foi suspenso temporariamente em decorrência de comentários ofensivos de anônimos que estão buscando desativar nosso reduto.

    Segundo, agradeço a colaboração e a presença de todos vocês e solicito encarecidamente que divulguem essa notícia.

    Estou buscando solucionar esse imprevisto. Desculpe o transtorno.

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    1. Que coisa hein PD!

      Te desejo sorte na recuperação do seu blog!

      Fica registrado ai o "aviso" para os seus seguidores que também frequentam aqui!

      Abraços!

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  7. Olá Ministro!

    Excelente post! Recomendo o livro "Investindo para vencer - João Bosco Oliveira Junior (Mille)"

    Abraços!

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    1. Opa Inglês!

      Obrigado pela recomendação!

      Vou dar uma conferida!

      Abraços!

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  8. Muito bom artigo sobre como investir na Bolsa

    Abraço e bons investimentos

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  9. Este comentário foi removido pelo autor.

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  10. Amigo Ministro, também gosto muito da linha do "value investing", porém existem muito mais especialistas do que eu nessa análise e até mesmo na análise técnica que também acredito que funcione de certa forma. NA MINHA OPINIÃO, o pequeno investidor deve usar essas ferramentas sim, mas deve só comprar quando houver grandes crises (sangue nas ruas) como em 2008 e a recente crise brasileira. E vender na alta (euforia irracional). Acredito que esses pontos são fáceis de identificar, e portanto são poucas as janelas temporais para o pequeno investidor entrar e sair da bolsa. Esse negócio de operar mensalmente da bolsa, PARA MIM, não funciona para os sardinhas

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    1. E ai Bufunfa!

      Cara, essa é uma forma bem controversa de se investir em ações e diria bem arriscada, até por que não é fácil identificar esses momentos de "sangue nas ruas" e "euforia irracional", isso funciona mais na teoria.

      Além disso, para ter retorno dessa forma seria preciso fazer um ALL IN na bolsa nesses momentos de "sangue nas ruas", o que é uma atitude bem delicada.

      Eu lembro que vi um vídeo do Gustavo Cerbasi em que ele fala que atingiu o primeiro milhão quando vendeu seu apto e colocou tudo na bolsa na época da crise de 2008. Quando o mercado subiu ele chegou ao milhão. Não sei se é verdade, mas bate com a sua "metodologia".

      Abraços!

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    2. Ministro, eu acho bem fácil sabia? a mídia é o principal indicador. Eu vivi de perto a crise de 2008 e na época era bem novato. Quase um ano antes da crise estourar e vir à conhecimento público, quem estava antenado com o mercado financeira já tinha conhecimento dela.
      Use por exemplo o Willian Bonner como referência.
      Quando o cara aparecer no jornal nacional noticiando que a bolsa está uma maravilha e todos estão ganhando, é hora de vender. Quando o cara aparecer na TV anunciando o apocalipse e a quebradeira geral do sistema financeiro, é hora de comprar.
      Lógico que ninguém vai tomar decisões somente baseado nisso, e creio que entendeu que foi um exemplo grosseiro, até mesmo ainda tem a decisão sobre qual papel comprar, não é mesmo? Mas o pânico ou euforia coletiva pelo menos para mim são claramente perceptíveis.

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    3. Entendi sua lógica.

      Acho válido, certamente nos momentos de queda é que os bons investidores aproveitam os descontos, mas ainda acho que os momentos em que não há pânico ou euforia também oferecem boas oportunidades de ganhos, desde que se invista em boas empresas.

      Abraços!

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  11. Ahhh esqueci de complementar. Isso não é uma estratégia para adivinhar exatamente os picos e fundos, mas sempre acaba sendo uma boa referência!

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  12. Muito interessante ler essas discussões sobre a bolsa e mais interessante ainda é ver na prática como funciona exatamente. (Não ficar só na teoria, é necessário aplicar!).

    Muita gente fica choramingando pra não comprar na alta, mas se a estratégia é buy&hold (not buy&forget) e comprar só empresas sólidas e bem das pernas (blue chips não estatais), essa alta se torna mais alta ainda com o passar do tempo. Na minha concepção não há risco algum nesse caso. Se for ficar esperando preço baixar, não compra nunca!

    Entretanto, existem outras estratégias que visam o lucro como comprar small,mid caps e vendê-las depois de uma valorização target como 100% por exemplo, para comprar outras small, mid-caps e assim o ciclo continuar infinitamente. Com isso dá pra subir muito o patrimônio em pouco tempo, mas aí sim o risco é maior e real de perdas significativas.

    Muitos investidores experts tanto na finansfera como em livros admitem que muitas vezes suas compras são baseadas em "feeling" e apostas, então quem somos nós investidores amadores para querer acertar timing e decifrar relatórios financeiros achando que são cartas de tarot, não dá pra prever o futuro e saber se a ação vai subir ou cair amanhã.

    Antes eu ficava feliz em achar um LCA ou CDB que simplesmente batia a poupança com folga, visando 1% de valorização no mês.

    Mas depois de entrar na RV e ter valorizações mensais absurdas de mais de 12% por exemplo, a RF acabou se tornando completamente sem graça pra mim.

    Entretanto, all-in parece ser uma estratégia extrema e que não vale a pena arriscar, portanto devemos focar na diversificação completa do portfolio para evitar surpresas e ter maior tranquilidade.

    Alguns recomendam investir sua idade em porcentagem em RF e o resto em RV, por exemplo, sem tem 30 anos, 30% em RF apenas e 70% em RV.

    Mas muitos não se sentem confortáveis em ter uma exposição tão grande em RV e outros são 100% RV. Vai do perfil de cada um.

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    1. Muito bem colocado Pagonha! Você sempre com ótimas considerações!

      As empresas sólidas dificilmente darão merda, e se derem, é possível pular fora com uma perda controlável, desde que se acompanhe periodicamente os investimentos.

      Essa coisa de tentar ganhos astronômicos com small caps é interessante. Tenho muita vontade de tentar uma estratégia dessas, mas me falta conhecimento e atualmente estou preferindo dedicar minhas energias a outras coisas, então vai ficar para o médio/longo prazo.

      E como você frisou, depois que sentimos o gostinho da rentabilidade que a RV proporciona, a RF meio que perde a graça. Mas temos que ter em mente que isso não é um jogo, mas sim o nosso futuro!

      Abraços!

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