segunda-feira, 29 de outubro de 2018

Jair Bolsonaro é o Novo Presidente do Brasil: O Que Podemos Esperar?

Jair Bolsonaro é o Novo Presidente do Brasil: O Que Podemos Esperar?
Depois de 16 anos de hegemonia do PT na política nacional, chegamos ao encerramento desse ciclo na história do país. Um ciclo marcado pela ascensão e queda econômica do Brasil, um ciclo marcado por políticas públicas assistencialistas, um ciclo marcado, principalmente, pelas mão sujas da corrupção, pelo declínio ético e moral da classe política, pelo total descrédito do povo brasileiro no futuro da nação.

Inicia-se agora um novo ciclo e, como tudo que é novo, traz consigo esperança e apreensão. Abandonamos o barco da esquerda e optamos por nos juntar às trincheiras da direita. Vejo muitas pessoas dizendo por ai que o "ódio e a intolerância venceram", besteira! O que venceu foi o fim do coitadismo, do vitimismo, o que venceu foi a crença que esse país pode ser grande e que o brasileiro pode ser um povo grande.

Não, o Brasil não tem 55% de fascistas, o Brasil tem, na verdade, 55% de pessoas que estão absolutamente fartas de corrupção, de obras inacabadas, de impostos exorbitantes, de governos grandes e ineficientes, de má gestão, de troca de favores espúrios.

Bolsonaro vai ser um grande gestor, paladino da ética e salvador da pátria? Lógico que não! Bolsonaro é cachorro velho na política, mas não podemos desmerecer a vitória numa eleição presidencial de um candidato de um partido pequeno, sem coligação, sem tempo de TV e sem fundo partidário. Que recado o povo brasileiro está dando? Alguns preferem achar que é o recado do "ódio", tudo bem, esses já estão cegos mesmo.

Acompanhei em grupos do Whatsapp e no Instagram muita baboseira do tipo "fascismo, homofobia, ditadura, violência, ódio", embora eu tenha evitado ao máximo participar desse tipo de discussão, sempre me chocou a incapacidade de algumas pessoas de fazer uma autorreflexão. O Brasil passou mais de uma década sendo roubado, a economia entrou no maior caos da história, levando milhões de pessoas ao desemprego, um bando de alienados se manifesta pra soltar da cadeia um bandido condenado, e o mesmo partido que causou isso tudo ainda quer se eleger novamente (inclusive lançando esse mesmo condenado como candidato), que país é esse? Não, ninguém quer o ódio, queremos é "mudar tudo isso que tá ai", como disse Cid Gomes: "acharam que eram donos do país, mas o Brasil não aceita ter dono".

Capas da The Economist de 2009 e 2016 mostram a ascensão e declínio do Brasil
Capas da The Economist de 2009 e 2016 mostram a ascensão e declínio do Brasil

Para o Brasil crescer novamente, o novo Presidente terá alguns grandes desafios pela frente. O primeiro deles é equilibrar as contas do governo: há 4 anos amargamos déficit fiscal, ou seja, o governo gasta mais do que arrecada (e olha que não arrecada pouco). Entre as principais despesas, e que só crescem como uma bola de neve, estão a previdência e os juros da dívida.

Nesse sentido o próprio candidato já afirmou que irá priorizar a reforma da previdência e a privatização de estatais (com o dinheiro das privatizações pode-se pagar parte da dívida). A diminuição de ministérios e a racionalização do tamanho do Estado também poderão ajudar a equilibrar as contas.

Também é preciso acabar com a farra de isenções fiscais. Na minha opinião não devia dar isenção fiscal pra ninguém, inclusive os estados e municípios deviam ser proibidos de fazer isso. Isso fere a competitividade entre as empresas. Se uma empresa quer se instalar num local A ou B, que o faça por questões estratégicas do negócio e não por estar recebendo incentivos fiscais. A base de uma economia livre é a livre concorrência, e os incentivos fiscais são uma afronta direta a isso. Porém, algo nesse sentido só seria possível com uma ampla reforma tributária.

Esses são apenas alguns dos grandes desafios que o país precisa enfrentar para se tornar uma grande nação. Existem outras questões como saúde, educação, segurança, etc, porém quando o país cresce, quando as pessoas tem emprego e renda, a vida das pessoas melhora em todos os aspectos, tanto do rico, da classe média como do pobre.

Sigamos em frente que está tudo apenas começando. Não existem salvadores da pátria, inclusive um do "parças" do Bolsonaro que vi dando entrevista é o Alberto Fraga, deputado pelo DF, um conhecido bandido da política. Portanto devemos estar sempre vigilantes, porém esperançosos que dias melhores virão para todos (homem, mulher, rico, pobre, gay, hétero, etc).

Abraços,

Senhor Ministro

quinta-feira, 25 de outubro de 2018

Descobri Que Não Vivemos Para Morrer



Recentemente dois posts de colegas da blogosfera chamaram a atenção: um do Sr. IF365, que relatou a sua decisão de pedir demissão do seu emprego em virtude de completo esgotamento físico e mental, e outro do AA40, que desabafou sobre como a sua rotina estressante de trabalho estava o afastando de sua família. Também lembro de o Investidor Precoce ter feitos relato semelhante há algum tempo. Isso tudo ainda sob a sombra do trágico falecimento do nosso colega VdC.

O que mais me "tocou" foi o relato do AA40 que, em determinado ponto, cita que, em virtude de todo o stress e infinitas demandas de trabalho, a relação com seu filho pequeno estava ficando distante. Me tocou porque eu também tenho uma filhinha de 1 ano e meio e sei o quanto "machuca" esse dilema de "mais tempo para curtir a família (x) trabalhar mais para ganhar mais e sustentar a família".

Na verdade, esse deve ser um dos maiores dilemas do mundo moderno, o mundo profissional invade cada vez mais o mundo pessoal, até chegar ao ponto em que é impossível equilibrar as duas coisas, um dos dois vai sobrepor o outro, às vezes de forma irreversível. Eu posso dizer que sou um afortunado pois tenho a oportunidade de ganhar muito bem e ter tempo suficiente para equilibrar de forma razoável essa equação "trabalho x família".

O que mais me motivou a escrever esse post foi um fato que aconteceu nesse último fim de semana. Fui a um casamento de uma amiga da Sra. Ministro, e rolou uma dança da noiva com o pai, aquela coisa de todo casamento. Só que os dois dançavam de forma bem carinhosa e descontraída e a Sra. Ministro me falou: "ela (a noiva) é louca pelo pai dela, só fala nele". Os pais da noiva são um casal de classe média baixa e ai eu pensei: "esse pai não precisou de muito dinheiro pra ter o amor/admiração/carinho de sua filha. Eu quero ganhar muito dinheiro, mas sobretudo, quero ter esse tipo de relação com minha filha".

Eu não vou me alongar muito acerca da importância de equilibrar a vida profissional/financeira e a pessoal/família, o BPM já escreveu um excelente artigo acerca disso. Quero na verdade compartilhar uma excelente música que me faz refletir muito sobre isso e sempre me emociona que é a "Ocean" do Alok.

A melodia é sensacional, a letra (e a história por trás dela) é incrível, mas o mais legal é o clipe, que é quase um curta-metragem que retrata bem o dilema "sucesso profissional x família". Em suma, o clipe retrata um cara (interpretado pelo Rodrigo Santoro) bem família que, porém, deixa a carreira e outras tentações mundanas sobrepor e deteriorar sua relação com a mulher, filho e o pai. Segue o clipe. Não deixa de assistir!:


Um trecho bem legal da letra é o seguinte:

"Wish I told you I loved you more
Maybe I was lost before
Showed affection to only gold
While the sunset made me cold
I won't complain no more
Doesn't matter if we're rich or poor
I found out that we don't live to die
(olha o título do post =D)
I know there is a reason why"


O mais interessante é a história por trás da música, que o próprio Alok conta nesse vídeo, que foi escrita em homenagem a uma menina de 12 anos de Maringá, que era muita fã dele e sonhava em conhecer o mar, porém faleceu precocemente em virtude de uma Leucemia.

A história toda se deu quando, em 2017, a menina ganhou uma viagem para um resort, no litoral catarinense, nessa ocasião ela viria a conhecer o mar. O gerente do hotel teve conhecimento da paixão da garota pelo DJ Alok e, em contato com a produção do artista, viabilizou um encontro entre os dois neste mesmo resort, naquele fim de semana.

No entanto a fã teve uma piora repentina, perdendo a visão inclusive, e precisou ser internada às pressas, não tendo condições de conhecer o artista (nem o mar) naquela ocasião. O DJ Alok se sensibilizou com a história e ao contatar a mãe da garota descobriu que a fã era uma criança de 12 anos que estava com graves problemas de saúde. Alok que estava na Colômbia fez questão de falar com a garota por telefone e prometeu encontrá-la assim que retornasse.

Durante a conversa ao telefone o DJ disse a ela que tudo ia ficar bem, que ela ia se recuperar, porém ela respondeu afirmando que estava tranquila, que não tinha medo do que ia acontecer. A garota veio a falecer naquela mesma semana, antes de ter a oportunidade de conhecer o seu ídolo e o mar. Toda essa história inspirou o Alok a escrever e compor a "Ocean".

CONCLUSÃO

Não sejamos hipócritas, nesse mundo moderno quem não tem dinheiro não é nada, o dinheiro nos dá acesso a uma infinidade de coisas boas, porém algumas coisas (como a família) nos definem como pessoa e a medida que nos distanciamos delas, nos distanciamos também de quem realmente somos.

Não devemos utilizar esse discurso como justificativa para fracassar ou desistir da nossa jornada de enriquecimento, porém é uma reflexão que sempre deve ser colocada à mesa.

Abraços,

Senhor Ministro

terça-feira, 23 de outubro de 2018

A Verdadeira Fórmula do Sucesso Financeiro

A Verdadeira Fórmula do Sucesso Financeiro


Na sua opinião, que ponto, financeiramente falando, você precisa alcançar para se considerar bem sucedido financeiramente? Ou melhor, vamos tornar isso menos pessoal: pense em quais são as características apresentadas pelas pessoas que você considera bem sucedidas financeiramente.

Num primeiro momento é normal pensarmos em pessoas que ostentam bens de luxo - como carros importados, grandes casas/apartamento e barcos -, pessoas que fazem viagens internacionais com regularidade, pessoas que são proprietárias de grandes empresas e/ou grandes marcas, pessoas que ocupam altos cargos em multinacionais, etc.

De fato essas pessoas se revestem de uma "casca" de sucesso financeiro e acabam influenciando uma infinidade de outras pessoas, principalmente os jovens, a buscar o mesmo nível de sucesso, porém a verdade é que é impossível mensurar se essas pessoas são, de fato, bem sucedidas financeiramente.

Será que aquele apartamento com vista pro mar e aquele carrão não foram sustentados por endividamento exorbitante? Será que apesar de todas as fotos de viagem no Instagram aquela pessoa dificilmente consegue verdadeiramente relaxar pois é ininterruptamente inundada por demandas de trabalho sem falar na preocupação de perder o emprego e não ter como sustentar a família? Será que aquele cargo executivo não vem às custas de sacrificar o tempo com a família e a saúde? A resposta para essas perguntas pode ser "sim" mas também pode ser "não".

A verdade é que quando somos jovens, nada disso importa, queremos ganhar bem e mostrar que ganhamos bem, não importa a que custo. Porém no longo prazo essa conta pode sair cara e algumas coisas que faziam sentido, já não farão mais, porém sair dessa ciranda pode não ser tão fácil.

É por isso que medir o sucesso financeiro apenas pelo que se vê é um enorme equívoco. Os verdadeiros elementos que definem o sucesso financeiro estão longe dos olhos das pessoas, e baseiam-se no atingimento de dois estágios de vida: a tranquilidade e a independência financeira.

A Verdadeira Fórmula do Sucesso Financeiro
 
A tranquilidade financeira é um ponto no qual dificilmente alguma emergência, fato não recorrente ou imprevisto financeiro, por maior que seja, vai tirar o seu sono. Um exemplo simples para ilustrarmos um pouco esse estágio de vida, é o seguinte: imagina se você, depois de anos de carreira, é executivo de uma grande empresa porém, em virtude de uma reestruturação, perde o seu cargo e passa a ganhar metade do seu antigo salário.

Para a maioria das pessoas isso significa tragédia financeira, mudança brusca de padrão de vida,  endividamento crescente, e possível falência financeira. Porém para quem atingiu a tranquilidade financeira, isso não vai ser uma preocupação tão grande, na prática, a vida vai seguir seu rumo normal e o cidadão terá tempo e tranquilidade para pensar em um eventual rearranjo de sua carreira. Mas como? a resposta é: renda passiva. A renda passiva do indivíduo é suficiente para cobrir o déficit (ou pelo menos parte dele) pela perda salarial.

Já a independência financeira é o estágio seguinte. É aquele ponto em que a renda passiva do indivíduo é suficiente para custear sua vida sem a dilapidação do seu patrimônio. Nesse ponto essa pessoa não depende financeiramente de mais ninguém: empresa, chefe ou governo. Nesse ponto a pessoa pode simplesmente optar por sair de uma multinacional e trabalhar meio expediente na praia alugando pranchas de surf, e sua vida financeira não será alterada. Nesse estágio da vida financeira, o governo pode anunciar o congelamento da aposentadoria por 50 anos, e a vida financeira da pessoa não será alterada.

Tranquilidade e independência, essas são as verdadeiras características do sucesso financeiro. É por isso que há casos de pessoas bem sucedidas financeiramente, mas que não aparentam ser, ao mesmo passo que temos pessoas com a vida financeira em frangalhos, mas que aparentam o sucesso.

É possível ser tranquilo e independente financeiramente morando num apartamento de 60m² e andando de Palio? Sim, é possível. É possível ser tranquilo e independente financeiramente morando num apartamento de frente pro mar e andando de BMW? Sim, também é possível. As expectativas de vida de cada pessoa são diferentes, assim como também será o tamanho da renda passiva necessária para atender a essas expectativas.

E para atingir esse sucesso financeiro que eu descrevi, no fim das contas, existe basicamente uma chave para acessá-lo: renda passiva (de preferência de fontes diversificadas e riscos gerenciados).

Você já parou pra pensar nisso?

Abraços,

Senhor Ministro

segunda-feira, 15 de outubro de 2018

Atualização Patrimonial Setembro/2018: R$ 254.687,45 (- R$ 2.714,90 ) Rentabilidade (- 2,2%)



Mais uma atualização patrimonial tardia, mais uma rentabilidade negativa e um mês sem aportes. Na verdade nesse mês de setembro fiz uma viagem internacional (EUA) então a preocupação com finanças foi muito perto de zero, até porque eu viajei no auge da valorização do dólar então liguei o "foda-se" mesmo.

Esse mês meu patrimônio variou R$ 2,7 mil pra baixo fruto apenas da desvalorização de papéis, notadamente os FIIs, que registraram queda de 12,35% em setembro. Tamanha queda foi fruto de dois fatos atípicos vinculados a dois FII's que possuo em carteira:

a) MFII11 que teve suas negociações retomadas e em virtude de toda a polêmica viu sua cotação despencar uns 40%.

b) GRLV11, um fundo com um ótimo imóvel porém é praticamente um monoinquilino (Ambev). Em setembro a Ambev notificou sua intenção de sair do imóvel, levando a cota do fundo a despencar uns 20%.

Agora em outubro voltei novamente aos estudos de mercado e aos aportes, então na próxima atualização patrimonial deve vir algo melhor do que setembro trouxe.

CARTEIRA:



Olhando esse patrimônio e pensando na meta de fechar o ano com R$ 300k, o cenário não é dos mais fáceis, faltam R$ 45 mil. Considerando que tenho uns R$ 15 mil em conta corrente esperando destinação, e desconsiderando eventuais rentabilidades positivas, eu teria que gerar novos aportes de R$ 30 mil em 3 meses, complicado, principalmente considerando as despesas de fim de ano.

RENTABILIDADE:







Como se pode perceber, mais um mês com tudo fechando no vermelho, destaque para a queda expressiva nos FIIs, como mencionei no início desse post. Outra situação que devo melhorar daqui pra frente é o excessivo saldo de dinheiro na poupança, devo transferir uma parte para TD Selic e outra parte para renda variável, ainda avalio a possibilidade de aproveitar a tendência de queda do dólar para começar uma diversificação em investimentos internacionais.

Pra quem tiver curiosidade, segue a minha carteira de renda variável no fechamento de setembro. Críticas construtivas, sugestões e dúvidas são sempre bem vindas.



Abraços,

Senhor Ministro

terça-feira, 9 de outubro de 2018

O Que Realmente Está em Jogo na Disputa Entre Bolsonaro e Haddad

 
Cá entre nós, os candidatos escolhidos para disputar o 2ª turno não são necessariamente os melhores, na minha opinião os melhores expoentes da direita e esquerda eram, respectivamente, João Amoêdo e Ciro Gomes, mas bem, é o que temos para hoje.

Minha proposta com esse artigo é deixar o tema "corrupção" um pouco de lado e discutirmos, entre os dois projetos que estão postos, qual deles tem o maior potencial de fazer o país crescer novamente.

As diferenças entre os dois candidatos que disputam o 2º turno são inúmeras, mas a principal delas é a sua orientação acerca do papel do Estado, enquanto Bolsonaro assume uma linha mais liberal, com enxugamento de ministérios e privatizações, Fernando Haddad mantém-se na linha do Estado de Bem-estar Social. Eu já falei um pouco sobre isso aqui no blog, mas vou dar uma nova ótica para aqueles que ainda estão em dúvida acerca do assunto.

Qual a diferença entre esses dois projetos de governo? Tudo depende do grau de liberalismo que o Bolsonaro pretende implementar (algo ainda incerto), mas a ideia central da corrente de pensamento liberal é que a solução dos problemas do país não está no Governo mas sim nas pessoas, portanto o papel do Governo é dar um ambiente que permita que as pessoas tenham liberdade para agir. Já o Estado de Bem-estar Social é aquela ideologia que prega que o Governo deve ser o protagonista das soluções dos problemas do país.

Pra ilustrar e exemplificar a diferença entre essas duas filosofias vou dar um exemplo prático: a Lei Rouanet.  Resumidamente a Lei Rouanet dá desconto no imposto de renda para empresas que patrocinam projetos culturais, em outras palavras, o Governo investe (deixa de arrecadar), por ano, R$ 1 bilhão apoiando os mais diversos projetos culturais. E qual é a principal questão? As maiores empresas culturais que se beneficiam da Lei Rouanet são sempre as mesmas, de uma forma que chegou-se ao ponto em que sem o apoio estatal elas não conseguiriam sobreviver, ou seja, criou-se um "Rouanet-dependência" no mercado cultural.

Veja que nesse exemplo o Estado assumiu o papel de "pai" da cultura, assumindo-a como sua "filha", lhe devendo amor, afeto e, obviamente, lhe sustentando. O problema disso é que cria-se a dependência da filha para com o seu pai, dificilmente essa filha vai conseguir caminhar com as próprias pernas. Algo semelhante acontece com grandes companhias que recebem isenções fiscais para instalar suas fábricas em determinadas localidades. Tais empresas acabam "incorporando" essas isenções às expectativas de resultados financeiros, criando-se também um grau de dependência estatal.




Por isso que o que eu defendo é, ao invés do atual "Estado Pai" um "Estado Amigo". Numa relação de amigo/amigo não existe a obrigação de um sustentar o outro, pelo contrário, o amigo enxerga que seu companheiro está numa situação difícil e o ajuda com um empréstimo, com uma palavra de apoio, com alguns conselhos, sempre na expectativa que ele saia do buraco e caminhe por si só posteriormente. Por isso, penso que quando o Estado atua sobre um setor ou segmento da população ele deve fazê-lo em caráter transitório, visando sempre que aquele setor ou segmento populacional consiga se alavancar e caminhar com as próprias pernas.

Obviamente que um "Estado Pai" tende a se capitalizar mais eleitoralmente, pois os filhos costumam ser mais fiéis aos pais do que aos amigos, porém pensando-se no bem da nação, penso que chegamos ao momento de repensar essa tentativa de implementar o Estado de Bem-estar Social num país como o Brasil, algo que já provou-se inviável.

O que você acha disso?

Abraços,

Senhor Ministro