quinta-feira, 25 de outubro de 2018

Descobri Que Não Vivemos Para Morrer



Recentemente dois posts de colegas da blogosfera chamaram a atenção: um do Sr. IF365, que relatou a sua decisão de pedir demissão do seu emprego em virtude de completo esgotamento físico e mental, e outro do AA40, que desabafou sobre como a sua rotina estressante de trabalho estava o afastando de sua família. Também lembro de o Investidor Precoce ter feitos relato semelhante há algum tempo. Isso tudo ainda sob a sombra do trágico falecimento do nosso colega VdC.

O que mais me "tocou" foi o relato do AA40 que, em determinado ponto, cita que, em virtude de todo o stress e infinitas demandas de trabalho, a relação com seu filho pequeno estava ficando distante. Me tocou porque eu também tenho uma filhinha de 1 ano e meio e sei o quanto "machuca" esse dilema de "mais tempo para curtir a família (x) trabalhar mais para ganhar mais e sustentar a família".

Na verdade, esse deve ser um dos maiores dilemas do mundo moderno, o mundo profissional invade cada vez mais o mundo pessoal, até chegar ao ponto em que é impossível equilibrar as duas coisas, um dos dois vai sobrepor o outro, às vezes de forma irreversível. Eu posso dizer que sou um afortunado pois tenho a oportunidade de ganhar muito bem e ter tempo suficiente para equilibrar de forma razoável essa equação "trabalho x família".

O que mais me motivou a escrever esse post foi um fato que aconteceu nesse último fim de semana. Fui a um casamento de uma amiga da Sra. Ministro, e rolou uma dança da noiva com o pai, aquela coisa de todo casamento. Só que os dois dançavam de forma bem carinhosa e descontraída e a Sra. Ministro me falou: "ela (a noiva) é louca pelo pai dela, só fala nele". Os pais da noiva são um casal de classe média baixa e ai eu pensei: "esse pai não precisou de muito dinheiro pra ter o amor/admiração/carinho de sua filha. Eu quero ganhar muito dinheiro, mas sobretudo, quero ter esse tipo de relação com minha filha".

Eu não vou me alongar muito acerca da importância de equilibrar a vida profissional/financeira e a pessoal/família, o BPM já escreveu um excelente artigo acerca disso. Quero na verdade compartilhar uma excelente música que me faz refletir muito sobre isso e sempre me emociona que é a "Ocean" do Alok.

A melodia é sensacional, a letra (e a história por trás dela) é incrível, mas o mais legal é o clipe, que é quase um curta-metragem que retrata bem o dilema "sucesso profissional x família". Em suma, o clipe retrata um cara (interpretado pelo Rodrigo Santoro) bem família que, porém, deixa a carreira e outras tentações mundanas sobrepor e deteriorar sua relação com a mulher, filho e o pai. Segue o clipe. Não deixa de assistir!:


Um trecho bem legal da letra é o seguinte:

"Wish I told you I loved you more
Maybe I was lost before
Showed affection to only gold
While the sunset made me cold
I won't complain no more
Doesn't matter if we're rich or poor
I found out that we don't live to die
(olha o título do post =D)
I know there is a reason why"


O mais interessante é a história por trás da música, que o próprio Alok conta nesse vídeo, que foi escrita em homenagem a uma menina de 12 anos de Maringá, que era muita fã dele e sonhava em conhecer o mar, porém faleceu precocemente em virtude de uma Leucemia.

A história toda se deu quando, em 2017, a menina ganhou uma viagem para um resort, no litoral catarinense, nessa ocasião ela viria a conhecer o mar. O gerente do hotel teve conhecimento da paixão da garota pelo DJ Alok e, em contato com a produção do artista, viabilizou um encontro entre os dois neste mesmo resort, naquele fim de semana.

No entanto a fã teve uma piora repentina, perdendo a visão inclusive, e precisou ser internada às pressas, não tendo condições de conhecer o artista (nem o mar) naquela ocasião. O DJ Alok se sensibilizou com a história e ao contatar a mãe da garota descobriu que a fã era uma criança de 12 anos que estava com graves problemas de saúde. Alok que estava na Colômbia fez questão de falar com a garota por telefone e prometeu encontrá-la assim que retornasse.

Durante a conversa ao telefone o DJ disse a ela que tudo ia ficar bem, que ela ia se recuperar, porém ela respondeu afirmando que estava tranquila, que não tinha medo do que ia acontecer. A garota veio a falecer naquela mesma semana, antes de ter a oportunidade de conhecer o seu ídolo e o mar. Toda essa história inspirou o Alok a escrever e compor a "Ocean".

CONCLUSÃO

Não sejamos hipócritas, nesse mundo moderno quem não tem dinheiro não é nada, o dinheiro nos dá acesso a uma infinidade de coisas boas, porém algumas coisas (como a família) nos definem como pessoa e a medida que nos distanciamos delas, nos distanciamos também de quem realmente somos.

Não devemos utilizar esse discurso como justificativa para fracassar ou desistir da nossa jornada de enriquecimento, porém é uma reflexão que sempre deve ser colocada à mesa.

Abraços,

Senhor Ministro

32 comentários:

  1. |"Não sejamos hipócritas, nesse mundo moderno quem não tem dinheiro não é nada"

    Isso não é uma questão do mundo moderno, sempre houveram critérios que separavam a sociedade em gupos ou "castas".
    A questão principal é cultural e também individual. A cultura wokaholic super produtiva, nos empurra para o desequilíbrio, mas cabe a cada pessoa também eleger suas prioridades.
    Penso que a maioria das pessas já não sabem ao certo até que ponto vai sua identidade pessoal e profissional, fica tudo misturado e aí depois fica difífil separar, a perda de um emprego ou algum outro problema profissioal é quase um luto pra muitas pessoas.
    Tem gente que ao se aposentar ou perder o emprego se vê completamente sem rumo, independente de ser casado, ter filhos ou não.

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    1. É Anon...

      Eu não vejo como saudável essa cultura workaholic, da produtividade máxima, como você destacou, isso leva as pessoas a não saber mais diferenciar sua identidade profissional e pessoal.

      Pior ainda é quando a pessoa veste o traje do "super profissional", doa todo seu sangue para empresa, sem sequer desconfiar que ele é só mais uma peça na engrenagem.

      Por isso que sempre temos que cultivar bem aquilo que nos define, seja família, amigos, saúde, a cerveja do fim de semana, o violãozinho do fim de tarde, a corrida de 5km ou o futebol da terça e quinta.

      Abraço!

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  2. Belo texto Ministro!

    Isso é algo que procuro sempre equilibrar. As vezes pendemos para um lado, para o outro... E para não cair, recorremos ao centro.

    Abraço!

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    1. Fala Inglês!

      Pois é, essa é um luta constante para a maioria de nós, assalariados e que tem que cumprir horário. Mas como você destacou, buscar o centro é sempre a melhor opção.

      Uma coisa que tem me ajudado bastante nesse sentido é o Home Office. Não faço direto, só as vezes, mas é um ganho incrível de qualidade de vida.

      Abraço!

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  3. Fala Ministro! Cara, sem palavras para seu post, sensacional. Falou pouco, mas falou tudo! Dinheiro é otimo, mas nada substitui essas coisas q o dinheiro nao compra como, familia, amigos e saude... Grande abraço, fica com deus!

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    1. E ai Latrel!

      Com certeza cara, o dinheiro é uma coisa sensacional e a busca dele (base do capitalismo) é que tem movido as correntes do mundo, mas, como você bem frisou, tem coisas que o dinheiro não compra (por mais clichê que isso possa soar), e essas coisas devem estar sempre no nosso radar!

      A propósito, vi que você é novo na Blogosfera, seja bem vindo!

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    2. Sou sim amigo! Valeu pelas boas vindas! Seu blog está servindo muito como norte para meu começo!! Obrigado!!

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  4. Legal Ministro. Boa reflexão e obrigado pelo link. Não podemos ser hipócritas não como vc falou, uma coisa não exclui a outra, mas nem sempre temos equilibrio, afinal não somos robôs e uma hora ou outra as coisas não saem como gostaríamos...ai é correção de curso para voltar ao caminho certo. Abcs

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    1. Pois é AA40...

      Todo mundo sabe que o equilíbrio é o ideal, mas a vida por si só nunca vai tender ao equilíbrio, há a constante necessidade de darmos uma de Thanos e corrigir o curso buscando esse tão almejado equilíbrio, mesmo que pra isso algumas decisões difíceis precisem ser tomadas.

      Porém é preciso ter sempre em mente que o que passa muito tempo sem ser cultivado, acaba morrendo. Isso vale para a relação profissional, relação com a família, relação com amigos, saúde, etc.

      Abraço!

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  5. É foda resistir às tentações. Como resistir a uma Marina Ruy Barbosa?

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    1. kkk foda mesmo viu!

      Mas uma coisa é você ceder pontualmente a uma tentação, outra é tornar isso um hábito que mude o seu estilo de vida.

      Se eu quero perder peso, não é um pedaço de bolo de chocolate por semana que vai me prejudicar, no entanto se eu começar a comer esse bolo todo dia a ponto de nem querer mais almoçar ou jantar direito, ai coisa muda de figura!

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    2. Só um gay como eu (infelizmente) resiste a Marina Ruy Barbosa.

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    3. Nesse caso você não resistiria ao Rodrigo Santoro kk

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    4. Nem tanto colega, Rodrigo Santoro pode ter um rosto e corpo ok, mas não é atraente para mim.

      A maioria desses galãs da Globo (Cauã, Bruno, Chay, Rodrigo) não são do meu agrado, rs.

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    5. Agora eu queria desejar Marina Ruy Barbosa como um homem deseja uma mulher.

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    6. Tá exigente hein Anon kkk

      Parar de reclamar e vá ser feliz, seja com homem ou com mulher, só não fique com besteira de #elenão rsrs

      Abraço!

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    7. Que isso? Claro que é #Elesim!

      É por causa dessas frescuras que todo mundo ainda tem aversão a quem é homossexual. Só existe o estereotipo da "bicha louca desvairada" que escandaliza, faz baixaria na Parada Gay, apoiam a destruição de famílias e passam o dia "militando" na rede social, brigando por causa de "diva" americana e não tem coragem de estudar ou trabalhar. Lutar para ser desse jeito aí só aumenta o preconceito. Eu só quero viver uma vida normal como um homem normal e ser feliz, nem que seja ao lado de outro homem, mas se desse para escolher, claro que eu seria hétero.

      Ainda vou ser mais rico e poderoso do que esses "machões" que ficam me humilhando.

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  6. Boa reflexão meu camarada...
    Parabéns pelo post!!
    Um abraço.

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  7. Fala Ministro!

    O mundo moderno é assim, pra ter dinheiro dependendo tem que deixar de lado várias coisas, porém devemos manter um certo equilíbrio das coisas.

    Belo texto e reflexão.

    Abraços e sucesso!

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    1. É isso ai Steynd!

      Esse é o desafio, nem sempre é fácil mas um certo equilíbrio é desejável, se não, talvez nem valha a pena!

      Abraços!

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  8. Excelentíssimo Sr. Ministro, belíssima reflexão meu nobre! Forte abraço!

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  9. Parabéns pelo Blog Ministro.
    Fiz o meu recentemente e você foi um dos inspiradores.
    Se puder mencionar aí na blogroll, seu link já está lá.
    Forte abraço e sucesso.
    http://www.acumuladorcompulsivo.com

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    1. Fala Acumulador, seja bem vindo!

      Vou dar uma olhada no seu blog e te adiciono aqui sim!

      Abraços!

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  10. Excelente reflexão, Ministro
    Estou reduzindo bastante minha carga, vendendo coisas. Consegui parar de trabalhar aos sábados e tenho estado extremamente infeliz trabalhando, algo que nunca aconteceu.

    Concluí que não quero mais trabalhar, não tenho mais prazer, alegria ou satisfação em estar trabalhando. Os resultados não me animam mais.

    Hoje o que me anima é ver meus aportes e a renda passiva subindo, algo como: "freedom".

    Tenho curtido bastante o filho, brincado na piscina, passeado, jogando ele para o alto, deitando no chão, correndo...

    Meu mindset mudou completamente de um ano para cá, percebi que sou um merda no meio do universo e meu filho precisa de amor, alegria e estabilidade familiar, não dinheiro.
    O dinheiro tem que ser um plus, a consequência.

    Abraços!

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    1. E ai IP!

      Cara, fico feliz com esse seu comentário. Você tem uma situação financeira muito privilegiada, logicamente às custas de muito suor e lágrimas, e tenho a impressão que uma desacelerada no ritmo não prejudicaria tanto seus negócios.

      E é isso ai, filhos precisam muito dos pais, muito mais do que do dinheiro dos pais. Essa sua frase de fechamento foi excelente: "o dinheiro tem que ser um plus, a consequência".

      Abraços!

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  11. Pois é Ministro, a vida moderna nos coloca nesta sinuca de bico. O que nos resta é saber aparar as arestas e viver a vida com qualidade sempre buscando o ponto de equilibrio. Excelente reflexção.

    Abraço

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    1. Pois é Mestre,

      Equilibrar essa equação é um desafio constante, a gente faz o que pode, só não podemos desistir de "brigar" por essa qualidade de vida!

      Abraço!

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