segunda-feira, 28 de janeiro de 2019

Você Gostaria de Ser Promovido? Eu Não!




Faaaala pessoal!

Hoje mais um insight de carreira e negócios, dessa vez baseado em duas coisas: num vídeo que vi (já tem algum tempo) do Érico Rocha e numa situação de "dança das cadeiras" que estou presenciando no trabalho. Nesse vídeo o Érico Rocha narrava sua história desde quando era empregado de um banco de investimentos em Londres, até quando decidiu largar tudo e como montou sua empresa. Lógico que, pra efeitos de marketing, o cara vai dar uma glamourizada na história, mas um trecho me chamou a atenção...

Quando ele trabalhava no tal banco, recebia um excelente salário, porém estava infeliz no trabalho. Um dos insights que levou ele a largar tudo e voltar pro Brasil foi pensar o seguinte: aonde eu quero chegar trabalhando aqui? Se eu trabalhar muito mais e for reconhecido eu vou chegar onde eu quero? Eu quero estar na posição do meu chefe, ou do chefe do meu chefe?

Daí a reflexão foi que não tinha mais sentido ele continuar trabalhando ali pois ele não estava feliz com seu trabalho atual tampouco almejava ser promovido ou subir na carreira.

Eu acho que já falei aqui, mas já ocupei posição de chefia no meu trabalho e tem um pouco mais de 1 ano que estou sem cargo de chefia. No começo é chato tanto a perda financeira como a perda de poder de decisão e influência, porém com o tempo eu comecei a enxergar muitos pontos positivos como:

1. Possibilidade de estar focado em uma atividade específica (sem precisar responder 500 e-mails e ir para 200 reuniões) possibilitando uma maior especialização e aprofundamento no trabalho.

2. Mais liberdade de trabalho, podendo gerenciar seu tempo com mais previsibilidade.

3. Livre de preocupações chatas e burocráticas como de gestão de pessoas (folha de ponto, férias, recesso, etc) e de sistemas (atualizar o sistema de gestão de processos, o de atividade finalística, o de não sei o que, etc)

4. E o mais importante: mais tempo para se dedicar a coisas extra trabalho (família, amigos, esportes, renda extra, etc)


A verdade é que, infelizmente, em muitas organizações os chefes ao invés de serem gestores, conduzindo equipes para o sucesso e pensando estrategicamente o negócio, tornam-se meros apagadores de incêndio, tendo que passar o dia inteiro resolvendo assuntos pontuais, participando de reuniões e respondendo e-mails. 

Como eu narrei no início, estou presenciando uma certa "dança das cadeiras" com algumas pessoas conhecidas no trabalho e conversando com elas vejo o quanto alguns estão angustiados e chateados com a possibilidade de perderem seus cargos. Nesses momentos a politicagem corporativa rola solta e não necessariamente as pessoas boas serão as promovidas ou escolhidas para algum cargo de liderança.

Estar fora desse circuito me dá um certo alívio e sensação de liberdade, pois não fico na dependência de convites para cargo de chefia, e se eventualmente eu quiser trabalhar em outro setor ou departamento, basta acionar alguns contatos e consigo mais facilmente uma movimentação (já que não há gratificações ou cargos envolvidos nessa negociação). 

Sinceramente hoje eu não tenho vontade de ocupar a posição do meu chefe, nem do chefe do meu chefe, porém isso não significa que estou infeliz no trabalho, pelo contrário, sair desse circuito está me possibilitando me tornar um profissional muito melhor e ter muito mais liberdade. Essa última palavrinha (liberdade) é minha prioridade no momento!

Abraços,

Senhor Ministro

19 comentários:

  1. Olá SM,

    Eu também não quero cargo de chefia aqui no meu trabalho. Há muitas reuniões inúteis e burocracias.

    Apesar de meu salário ser bom, eu não tenho mas a garra em trabalhar. Já estou querendo novos ares. Espero que a IF chega rápido para eu trabalhar em outras coisas.

    Abraços!

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    1. Estou igual você Cowboy. Trabalho a quase 9 anos no mesmo órgão e já não tenho mais vontade de permanecer aqui or muito tempo.

      Mas tenho que ter algo viável pra fazer... Depender só de passar em algum concurso é muito pouco e totalmente incerto.

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    2. E ai Cowboy!

      Pois é, infelizmente em muitas organizações, públicas e privadas, assumir um cargo de chefia significa muito mais lidar com burocracia e reuniões inúteis do que efetivamente liderar uma equipe.

      No meu caso ainda tenho muita garra pra trabalhar, e ficar longe de cargos de chefia até ajuda, como citei no texto.

      Essa questão de novos ares na área pública é complicado. Por isso uma das coisas que sempre falo pra quem quer seguir a carreira pública é buscar cargos mais genéricos e menos específicos, que haja a possibilidade de trabalhar em assuntos diversos. Assim fica mais fácil mudar de área e trabalho e dar uma necessária arejada na cabeça!

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    3. Anon, como comentei acima, você pode trabalhar há 9 anos no mesmo órgãos e ainda assim ter experiências diversas, depende muito do seu cargo e do órgão.

      Quando se entra no mundo dos concursos tem que pensar bem nisso, pois bons salários e estabilidade acabam funcionando como uma prisão.

      Portanto ou você consegue buscar alguma forma de satisfação onde trabalha ou então quebre as correntes, viver na infelicidade é que não dá!

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  2. Este banco chama-se BTG e eh um dos piores lugares para trabalhar

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    1. Anon, dei uma pesquisada aqui e no caso do Érico Rocha ele trabalhava no JP Morgan.

      Não estou defendendo o BTG, talvez seja um lugar ruim mesmo de trabalhar, se você quiser desenvolver mais essa sua opinião acho que pode ser de grande valia!

      Abraço!

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  3. Deus me livre cargo de chefia... Aqui na minha empresa são os primeiros a rodar enquanto os peões já viram rodar várias diretorias ... HaahHa

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    1. Ainda tem essa questão!

      Posso estar enganado, mas nas empresas privadas acho que não há uma cultura de o cara que era chefe voltar a ser peão, quando a empresa não quer mais seus serviços acaba preferindo demiti-lo ao invés de dar um "downgrade".
      No serviço público esse "downgrade" é relativamente normal.

      Mas tudo depende da empresa. Tem empresas que oferecem ótimos planos de carreira e que valoriza os seus gestores.

      Cada caso é um caso, só não dá pra se tornar um "peão acomodado" esperando o tempo passar!

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  4. Boa noita, Senhor Ministro.
    Concordo com você. Eu já cheguei a ocupar o cargo de "Gerente substituto" em minha empresa, e realmente não sinto saudades. Apesar de ganhar um salário quase três vezes maiormaiormaiormaior, a quantidade de problemas e aporrinhacoes não compensava.
    A pior parte era ter que gerenciar conflitos, e aguentar o inevitável "puxa-saquismo".
    Hoje quero distancia de cargos gerenciais, e apesar de ganhar pouco, dou muito mais valor à liberdade e independência.

    L. B. Meyer

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    1. Fala Meyer!

      É, tem coisas que não valem a pena, depende muito do momento de vida e prioridades de cada um.

      No seu caso o aumento salarial é bem relevante, porém no meu caso é bem menor: o "plus" salarial para os níveis de chefia "alcançáveis" é de cerca de 15% a 30%. E mesmo para níveis de "alta direção", o plus não deve passar de 50%.

      No momento atual estou que nem você, priorizando liberdade e independência.

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    2. Olá, Sr Ministro,
      Realmente na minha empresa o salário de gerente é muito bom.
      Durante o tempo que substitui meu chefe - 3 anos - consegui acumular um bom patrimônio.
      No entanto, a maioria dos gerentes vive à base de tarja preta. Vez ou outra um gerente acaba tendo um infarto ou um colapso nervoso.
      Prefiro demorar um pouco mais para alcançar a IF, mas mantendo minha saúde.
      Como diria Steve Jobs: "Não quero trabalhar para me tornar o homem mais rico do cemitério".
      Um abraço,

      L. B. Meyer

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    3. Pois é Meyer,

      Essa possibilidade de passar um tempo como chefe, aproveitar o aumento de remuneração e aumento de networking, e depois voltar a ser "peão" é a melhor coisa!

      IF é nosso objetivo, mas o caminho até lá é tão importante quanto.

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  5. Vou pincelar como é a hierarquia no meu trabalho:

    Nível 1: a geral, só o salário do cargo efetivo, responsabilidade baixa
    Nível 2: quem tem função de assessoramento/assistência (+1k~2k), responsabilidade moderada a baixa
    Nível 3: Função de Chefia de Seção (+3k), responsabilidade moderada
    Nível 4: Cargo de Coordenador/Assessor-Chefe (+7-9k), responsabilidade moderada+ a Alta+
    Nível 5: Secretário/Assessor Especial/Chefe de Gabinete (+~12k), responsabilidade ALTA+++
    Nível 6: Diretor-Geral/Secretario Geral (+14k), responsabilidade INSANA, fucking problemas, sem férias, final de semana, feriado, recesso, horário fixo. Muito improvável durar mais de dois anos no cargo (duração do mandato do presidente do órgão, que sempre que entra coloca pessoas de sua estrita confiança).

    Fazendo-se uma análise bem superficial, percebe-se que só vale a pena subir até o nível 3 (chefe de seção, +3k no salário). É onde vc consegue ter uma rotina bem estabelecida, com nível de cobrança suportável e ainda fica fora das danças das cadeiras (dá pra imortalizar na função se não fizer mesbla nem entrar alguém que não vá com sua cara acima de vc).

    Investidor Concursado

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    1. Fala IC!

      É por aí mesmo, até certo ponto a relação custo/benefício de assumir uma chefia é favorável, porém quando o custo começa a ficar muito alto em relação aos benefícios, aí é hora de repensar as coisas.

      Isso varia muita de organização pra organização. Conheço lugares em que uma chefia de nível 4 (usando a graduação que você colocou) tem baixa responsabilidade e gerencia uma ou duas pessoas. Já em outros lugares uma chefia nível 3 está a frente de um equipe de mais de 20 pessoas.

      Minha prioridade é liberdade e trabalhar com o que eu gosto, trabalhar onde eu acho que posso agregar mais. Conheço pessoas que estão há anos pulando de cargo em cargo e acabam aceitando qualquer convite só pra manter o seu cargo de chefia. Sem falar nessa coisa de dança das cadeiras que é um stress enorme para quem está envolvido.

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  6. Ótimo post para debate Ministro! Posso falar de minha experiência como executivo no Brasil. Realmente o perfil do trabalho é completamente diferente e quando assumi minha primeira função gerencial tive um certo tempo de adaptação mas no meu caso consegui adaptar rápido pois gostei muito. Gerenciar pessoas e conflitos não é fácil, já tive equipe de quase 200 pessoas e passava boa parte do meu tempo em reuniões. Além disso seus resultados não dependem mais tanto de você e sim da equipe então precisa trabalhar bem a parte de gestão de resultados e motivação.
    No lado financeiro posso dizer que compensou muito não apenas pelo salario mas a remuneração final pois alta gerência/direção possui um bônus bem gordo! Na empresa onde trabalhava a diferença na remuneração anual era cerca de 15-20x maior.
    Isso me possibilitou acumular um belo patrimônio, claro às custas do meu tempo (incontáveis viagens, trabalho após horário, sábados e domingos perdidos..). Eu gostava da empresa e da área, mas ao mesmo tempo já me preparava para a IF pois não queria aquilo para sempre!
    Mas realmente vai do perfil de cada um! Nossa o txt ficou grande mas espero ter contribuído!
    Abraço!

    Executivo Investidor
    www.executivoinvestidor.com

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    1. Fala Executivo!

      Realmente todos esses desafios que você citou fazem parte da vida de um gestor. A pior parte é a que os resultados não dependem mais de você, pois você além de precisar gerenciar o time e engajar a equipe no trabalho, também precisa contar com a colaboração de quem está em cima para não atrapalhar.

      Porém, com uma plus de 15x a 20x o salário compensa muito esses desafios hehe. No meu caso, como citei acima em outro comentário, o aumento esperado é de 15% a 50%, dependendo do nível de chefia.

      Abraço!

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