quarta-feira, 22 de novembro de 2017

A Importância de Estar Sempre em Movimento No Mundo Corporativo

oportunidade
 
Não sei se onde vocês trabalham acontece algo semelhante, mas pelo menos no meu trabalho conheço algumas pessoas que estão há 6, 7 anos (ou mais) no mesmo departamento, que às vezes estão saturadas de executar as mesmas atividades, e que embora tenham vontade de mudar de área,  buscar novos ares, dar uma oxigenada depois de anos no mesmo setor, acabam ficando receosas de mudar, mesmo que tenham a chance.

Eles têm medo de que em outro setor o trabalho seja pior, a equipe não seja boa, o clima de trabalho seja ruim. Afinal, é melhor ficar com o que já tem garantido, mesmo que não seja lá essas coisas, do que se arriscar num lugar novo, que, pode ser pior ainda. Mal sabem eles que quando se exclui a possibilidade de outro lugar ser pior, também se exclui a chance de lá ser melhor.

Soma-se a isso o fato que no meu trabalho há uma certa dificuldade em mudar de departamento/coordenação/diretoria. Mesmo que o trabalhador esteja insatisfeito, os gestores são muito resistentes em perder pessoas, resultado disso é que os pedidos para mudança de departamento, geralmente, são negados.

Quando escuto meus colegas de trabalho se queixando que "estão há muitos anos fazendo a mesma coisa", mas que "tem receio de mudar pois pode ir para um lugar pior" eu faço um paralelo com a minha trajetória, que foi totalmente oposta a esse marasmo.

Breve relato: desde que entrei no órgão onde trabalho, de antemão já soube de uma área que fazia uma atividade que me interessava e fui atrás de ser lotado logo de cara nesse setor. Fiz todo aquele trabalho de conversar com gestor da área, mostrar currículo, etc. Estava tudo certo, mas no fim das contas essa negociação não prosperou, mas acabei ficando próximo do gestor dessa área, que hoje ocupa um dos cargos mais altos da organização.

No outro departamento para o qual fui efetivamente lotado, fui perguntado se eu estava disposto a aprender a mexer em códigos SQL (minha formação não tem nada a ver com TI). Minha primeira reação foi de decepção, pois me havia sido negado trabalhar no setor que eu tinha afinidade e queriam me colocar para aprender coisas de TI. Mesmo assim, resolvi encarar o desafio. O resultado é que estive a frente de um trabalho que gerou enorme repercussão e me deu a oportunidade de trabalhar com diversas pessoas importantes de outras áreas da casa.

Não vou ficar aqui contando toda minha trajetória, mas no pouco tempo que tenho de casa (4 a 5 anos) já passei por n situações, tais como: convite para ser chefe, convite para deixar de ser chefe (rsrs), participação em trabalhos Brasil afora, ministrar palestras, participação em CPI, etc. Sempre que tem uma possibilidade interessante de trabalho eu fico com as antenas ligadas e o melhor é que quando nos colocamos abertos às possibilidades, as oportunidades acabam chegando até nós.

Enquanto tem gente com mais tempo de trabalho do que eu que passou anos e anos fazendo a mesma atividade no mesmo setor, minha trajetória foi cheia de reviravoltas, pontos altos e pontos baixos também. Isso acontece por que eu me predisponho a isso, aceito as mudanças e muitas vezes as procuro (eventualmente tendo que ser cara de pau mesmo), assim grandes oportunidades vão surgindo e o networking vai aumentando (claro que algumas decepções fazem parte da jornada). Mesmo quando se recebe um "não", só o fato de se ter tido a coragem e "cara de pau" de tentar já gera uma expansão da rede de contatos e consequentemente de oportunidades.

Vou fechar esse post fazendo um breve relato de uma situação que ocorreu com um conhecido: foi aberto um processo seletivo para um alto cargo. Esse conhecido nunca tinha ocupado chefia nenhuma, de qualquer nível, era da área meio, mas mesmo assim se inscreveu no processo seletivo, na cara de pau, disputando só com gente graúda. Lógico que ele não foi selecionado, mas um dos entrevistadores (que é um gestor de alto cargo) gostou dele, conversou com ele melhor e o convidou para uma chefia de nível mais baixo.

Vejam que esse colega foi "cara de pau" e acabou se dando bem...assim aparecem as oportunidades, elas não caem do céu e nem sempre são resultados de "QI" ou "peixe", tem que correr atrás!

Abraços,

Ministro 

13 comentários:

  1. É importante agarrar as oportunidades, estar disposto a sempre aprender mais, e correr riscos controlados para evoluir, não há sucesso sem esforço.

    Abraço

    ResponderExcluir
    Respostas
    1. E ai DIL!

      É isso ai! Meio clichê mas é a mais pura realidade!

      Abraços!

      Excluir
  2. Olá Ministro.

    A vida corporativa seguidamente coloca oportunidades a frente de quem está aberto a desafios.

    Não é fácil se dispor a aproveitar, pois demanda sair do conforto e enfrentar a selva corporativa que é cheia de predadores.

    E nem sempre a recompensa financeira vale a pena, já que cargos de chefia não tem horário e devem estar sempre á disposição.

    Abraço.

    ResponderExcluir
    Respostas
    1. E ai Alemão!

      Realmente às vezes enfrentar a selva corporativa é difícil e a recompensa financeira (pelo menos a imediata) não vale tanto a pena.

      Entretanto, é preciso avaliar isso, pois às vezes um cargo de chefia que pague pouco pode ser trampolim para outro melhor.

      Mas eu me refiro no texto não só a alcançar um cargo de chefia, mas de participar de grandes trabalhos, ser convidado para coisas interessantes, etc.

      Abraços!

      Excluir
    2. Sim, entendi seu ponto sobre desafios indiferente de virar chefe ou não.

      Abraço.

      Excluir
  3. No funcionalismo público nem sempre há a possibilidade de mudança de setor ou função.
    O que falta a muitos servidores é coragem para abandonar o serviço público. Tem cara que reclama, reclama, mas só sai de lá aposentado.

    ResponderExcluir
    Respostas
    1. E ai Anon!

      Tenho que concordar que em alguns cargos/órgãos, pela estrutura engessada, fica meio difícil essa mudança de função.

      Se o cidadão é nomeado para um cargo muito específico como Contador ou Advogado, a tendência é que ele fique nessas atividades, mas sempre há um jeito de buscar uma área diferente, mesmo ocupando um cargo de atividade bem específica como os citados.

      Abraços!

      Excluir
    2. Entendo seu ponto ministro, mas meu ponto de vista nesse caso vai mais além.

      Tem muito servidor público desmotivado ou mesmo infeliz com a carreira que não sai do emprego de jeito nenhum.
      Você já deve ter visto de caso de professores e outros profissionais que ficam afastados ou sob tratamentos medicos para depressão e afins, mas que não mudam de carreira.

      Essa é uma crítica que tenho a alguns servidores. O concursados dificilmente abrem mão de seus empregos, mesmo quando os mesmos já deram o que tinham que dar.
      Sei que há o lado financeiro e esse não pode ser ignorado.
      Mas vejo também muitos servidores que entram em cargos médio ou baixos para ganhar 2K, 2,5K com o discurso de ussar o cargo como escada para passar num concurso melhor, porém na maioria das vezes não passam em concursos melhores e ficam em seus empregos por longo prazo.
      É difícil abrir mão do serviço público...

      Excluir
    3. Concordo com você Anon, talvez essa seja uma das desvantagens da estabilidade. O cidadão rala para passar num concurso e quando consegue, se abraça à garantia da estabilidade (que não é, em tese, absoluta) e mesmo estando desiludido com a carreira, vai empurrando com a barriga.

      Mas pensa só, a pessoa está trabalhando num órgão, mas, por n motivos, cansou e se desiludiu do trabalho. Por outro lado, tem um outro órgão público com o qual ela se identifica muito e todo o seu potencial poderia ser aproveitado lá. O que fazer? Mandar currículo? Contratar um head hunter? Não, o único jeito é se matar de estudar para um concurso, e a depender do estágio de vida, poucos tem disposição para isso.

      Resta começar a carreira do zero na iniciativa privada ou empreender. Ambas as decisões são corajosas. Claro que para quem está em cargos que ganham 2K, 2,5K é mais fácil largar e mudar de vida, mas para quem está em patamares mais altos é uma decisão bem difícil.

      Muitas vezes o instituto do concurso público e da estabilidade, embora protejam os servidores contra arbitrariedades políticas, também funcionam como prisões.

      Abraços!

      Excluir
    4. Eu conheço esse dilema discutido.

      Apesar de eu gostar do meu trabalho atual, desejaria ir pra outro cargo. Sinto que se ficar onde estou, estarei me acomodando.

      Estudei por uns 2 anos e meio, e aí bateu o cansaço. Vi que onde estou posso alcançar a independência financeira também, e fazendo o que eu gosto. Mesmo que ganhe metade do que eu pretendia ganhar no novo cargo.

      Excluir
    5. E ai Diário!

      Essa situação é bem típica de quem está no serviço público, já passei por essa situação e o conselho que eu daria é que lute pelo cargo que você almeja.

      Embora você goste do seu trabalho atual, certamente vai gostar muito mais de ganhar o dobro (desde que o outro cargo também tenha um trabalho interessante, claro).

      Abraços!

      Excluir
  4. O famoso "eupreendedorismo"! Parabéns pelas atitudes!

    ResponderExcluir