Não é segredo para ninguém que aqueles que tem uma visão de mundo mais financista, como imagino que seja a maioria das pessoas que frequentam este blog, tendem a ter uma pensamento mais liberal economicamente falando, ou seja, acreditam que a economia, e tudo que ela influencia, poderia fluir melhor com menos intervenção governamental.
Apesar de reconhecer que em alguns segmentos a atuação estatal tem sua importância, e de ter plena ciência que a iniciativa privada não é nenhuma maravilha - também padecendo de problemas como ineficiência, corrupção e politicagem -, tendo a acreditar que o governo, na maioria das vezes, mais atrapalha do que ajuda.
Dai me veio a seguinte "viagem": E se os impostos fossem extintos? Zero imposto!
O pensamento inicial é achar que o mundo seria bem melhor pois os preços iam cair drasticamente e a população em geral teria acesso facilitado a bens de consumo, por exemplo, um carro que custa R$ 40.000,00 (sendo que R$ 15.000,00 são de impostos), com a extinção dos impostos passaria a custar R$ 25.000,00. Dessa forma muito mais pessoas poderiam comprar esse carro e assim a economia ia girar muito mais forte, aumentando o nível de emprego, etc. Isso aconteceria em todos os setores, impulsionando o crescimento econômico e a satisfação das pessoas.
Mas vamos enxergar por outra ótica, tomando o exemplo do carro. Supondo que o empresário vende o carro por R$ 40 mil, sendo R$ 15 mil o custo do carro, R$ 15 mil de imposto e R$ 10 mil o seu lucro. Se eliminássemos os impostos e o empresário continuasse vendendo o carro por R$ 40 mil, o seu lucro, que antes era de R$ 10 mil, passaria para R$ 25 mil.
Entretanto, como essa margem maior de lucro, a concorrência de preços certamente ficaria acirrada, de forma que esse carro passaria a surgir em "promoções" por R$ 35 mil, R$ 30 mil, ou até R$ 25 mil. Com o carro sendo vendido a R$ 25 mil, o lucro do empresário seria exatamente o mesmo de antes da extinção do imposto: R$ 10 mil.
Então, no longo prazo, não havendo cartelização do mercado, e a concorrência funcionando, haveria uma tendência de a margem de lucro do empresário retornar ao mesmo patamar de antes da extinção dos impostos.
Mas se as mercadorias ficam mais baratas, as pessoas podem comprar mais, e assim uma coisa compensa a outra, certo?
Vamos analisar isso sob uma outra ótica também:
Com a queda dos impostos, a tendência é que todos os produtos em todos os segmentos caiam de preço. Então, enquanto antes, um cidadão precisava de uma renda mensal de R$ 2 mil para ter uma vida decente, agora R$ 1 mil já são suficientes para proporcionar o mesmo padrão de vida. Os empresários logo percebem isso e pensam: se meu peão de fábrica pode ter uma vida digna ganhando R$ 1 mil, não tem sentido eu pagar R$ 2 mil pra ele, portanto vou propor redução salarial já que o custo de vida em geral caiu bastante com a extinção dos impostos.
Então vejam que nesse cenário que eu teorizei, após a extinção dos impostos, o mercado em geral tenderia a se "acomodar" à essa nova realidade, com a tendência de queda dos preços (ruim para o empresário) e queda dos salários (ruim para o trabalhador). No fim das contas, a margem de lucro do empresário tenderia a ser parecida com a que ele tinha antes da extinção dos impostos, e, igualmente, o poder de compra do trabalhador tenderia a ser semelhante à época em que havia impostos.
Não sou economista, talvez existam variáveis importantes que eu não esteja levando em consideração, mas me parece que esse seria um cenário plausível.
Estou defendendo a cobrança de impostos? De forma alguma! Só estou teorizando o quanto a economia iria, de fato, se beneficiar com uma medida extrema como a extinção de todos os impostos.
Abraços,
Senhor Ministro
as mercadorias ficam mais baratas, as pessoas podem comprar mais. Certo e a Inflação?
ResponderExcluirNesse caso estamos falando de um cenário de deflação, uma vez que um custo significativo das mercadoras seria eliminado. Após a acomodação dos preços, ai sim teríamos novamente um cenário de inflação
ExcluirE como eu destaquei, em princípio as pessoas poderiam comprar mais, mas por outro lado haveria uma tendência de queda de renda das famílias, eliminando esse ganho inicial de poder de compra.
Abraços!
Ola meu caro...
ResponderExcluirHa livros q trazem essa hipotese... mas dentre os q li nao me recordo de nenhum titulo para lhe falar.
Com uma interpretação ampla, prossiga no seu pensamento... vamos adiante... e... perceba q estamos falando de um caos.
Sem coisa publica...
Sem judiciario, sem policia, sem ruas asfaltadas e com iluminação pública, sem lixo recolhido mas ruas... enfim, sem administração pública.
Estado sem receita é o mesmo que caos...
Agora vc pode dizer:"ta bom mineiro, as pessoas podem pagar por isso agora q "sobra" mais dinheiro"
Ok... mas se sobra mais dinheiro e vc agora gasta mais, entao no final das contas seu salario ficou ainda menor mesmo...
Abraço
Muito interessante o raciocínio do mineiro
ExcluirSe não houvessem impostos, as pessoas se organizariam em comunidades, feudos, principados, pequenas repúblicas, etc.
ExcluirOnde de uma forma ou de outra iriam fazer uma vaquinha pra manter esses serviços essenciais funcionando.
É muito legal ter o dinheiro no bolso e escolher como ele deve ser melhor utilizado, mas um mundo completamente sem contribuições e vaquinhas para as coisas funcionarem não existiria na prática, seria o caos, em 1 ou 2 dias as pessoas já se organizariam para manter o mínimo da ordem.
Então Mineiro....
ExcluirComo os Anons destacaram, principalmente o Anon 03:12, o pensamento liberal prevê que a iniciativa privada pode suprir todos esse serviços que você citou, que, a princípio, parecem típicos de Estado.
Como você citou, de fato, não seria necessário pagar impostos mas por outro lado as pessoas teriam que pagar para a iniciativa privada para a prestação de serviços "públicos" (como segurança, iluminação pública, pavimentação, etc), portanto sairia uma coisa pela outra.
Eu levantei um debate econômico, mas a questão acredito que é muito mais filosófica, de ter um Estado compulsório e provedor, ou ter liberdade para contratar com a iniciativa privada, acreditando que essa irá, em virtude da concorrência, oferecer bons serviços a preços competitivos.
Isso já existe meu amigo ministro.
ExcluirAlguém aqui vai no SUS morrer na filas de hospitais?
A maior parte paga duas vez no pública e depois no privado.
- Melhores estradas são particulares
- Serviço de entrega: melhores são particulares
- Melhores especialista em medicina estão nos hospitais particulares ( Vide personalidade públicas que vivem propagando imposto), mas quando ficam doente vão para hospitais particulares.
Coleta de lixo reciclável é a mesma coisa, existe cooperativas credenciadas pela prefeitura.
Logo não é um serviço puramente estatal , mas terceirizado para iniciativa privada.
O mesmo acontece com outro serviços do estado terceiriza para iniciativa privada dada sua incapacidade de gerir tais recursos ( Dai nasce a tão chamada corrupção da esfera pública nas licitações públicas) capitalismo de estado.
O ideal seria iniciativa privada genuína e não este arranjo iniciativa pública privada.
Neste tipo de arranjo quem detém o poder da concessão pública vai vender para grupos apaniguados Looby corporativo.
Simples sem rodeio e firulas!
Não deveria nem discutir isso: A empírica já é mais que aceita até mesmo pelo nacional desenvolvimentistas.
O que se discuti a maneira do arranjo.
Sobre questão de imposto esquece! Não vão reduzir na verdade vão aumentar! porque boa parte vai para custear a dívida pública e a pirâmide financeira da previdência.
Muito simples de entender para quem estudou funcionalmente do sistema financeiro.
O governo não produz nada logo ele precisa de impostos, atribuem um lindo nome para este arranjo( contribuição social.)
Este imposto é insuficiente para bancar todas benesses que o povo quer, uma vez que a produtividade da economia brasileira é deveras ridícula , logo não existe riqueza para tal.
Não existindo riqueza para tal o governo aumenta endividamento futuro para oferecer tais benesses no presente.
Aumento de endividamento futuro é lastreado no aumento de impostos futuros.
A dívida pública é lastreada na capacidade de pagamento dos contribuintes " Feudo governamental"
Quando burocrata diz que vai aumentar a dívida pública por meio de expansionismo na verdade ele esta passando para o mercado que será necessário mais impostos no futuro para manter este arranjo.
Não tem ideologia nesta conclusão é questão de matemática elementar.
Dizer que você quer menos impostos ou até fim deste arranjo conclui que você quer o fim do governo uma vez que o governo não produz nada sendo sua mera função de um gestor do dinheiro do povo.
Sub entende que ao dizer que você quer um governo menor ou menores impostos você quer um estado menor no que tange suas atribuições, mais ai entra em outras questões muito debatidas no meio. A natureza do estado é crescer dado arranjo que descrevi acima.
A democracia é propicia ao aumento massivo da dívida pública.
Não pense que um político ou povo vai pensar daqui 20 ou 30 anos! Pessoal quer resultado imediatos e para isso governo se endivida no futuro para fornecer o presente.
E quando isso acontece bem você já sabe a história
https://pt.wikipedia.org/wiki/Crise_financeira_da_Gr%C3%A9cia
https://pt.wikipedia.org/wiki/Crise_econ%C3%B4mica_da_Argentina
E aqui para quem quiser consultar a super dívida dos estados mundiais.
https://pt.tradingeconomics.com/
E ai Mestre, obrigado pela contribuição!
ExcluirA sua análise é perfeita, de fato, no Brasil, nós somos duplamente penalizados, pois além de arcarmos com uma carga tributária altíssima, ainda temos que contratar serviços públicos "por fora", uma vez que aqueles oferecidos pelo Estado não atendem a padrões mínimos de qualidade.
E, inegavelmente, os governos, que são personificados por políticos que estão sempre visando o próximo mandato, dificilmente tem visão de longo prazo, tratando as contas públicas na base do oba oba.
Por outro lado, acho que para engrandecer a discussão poderíamos comparar com outros países que tem um modelo de Estado forte e assistencial mas que funcione melhor que o Brasil (alguma coisa funciona no Brasil?).
Por exemplo, conheço uma garota sueca, e ela fala dos altos impostos lá, por outro lado ela também relata como os serviços públicos funcionam perfeitamente como transporte, educação, saúde, etc. Além de programas de renda mínima, etc.
Sei que existem críticas aos países escandinavos, mas até agora eles não mostraram sinal de falência...
O Welfare State dos paises escandinavos é um sistema de pirâmide que logo vai ruir, conheço um casal de suecos que moram no Brasil, recebem uma "pensão" do governo pois o governo sueco entende que eles não podem ficar sem renda se não tiverem um emprego no exterior. Esse é exatamente o modelo socialista que devemos combater, esquerdistas vagabundos vivendo um estilo de vida às custas dos trabalhadores que sustentam a pirâmide com seus impostos (que são altíssimos por lá, diga-se de passagem.)
ExcluirTenho um amiga Francesa que fez intercâmbio comigo na Austrália, o governo Francês pagava escola, passagem, estadia, comida e ainda dava uma bolsa de uns 1300 dólares pra ela gastar como quisesse. Depois que terminou o intercâmbio dela você acha que ela ia voltar pra França e ser mais um trabalhador pagador de impostos ? De jeito nenhum, a esquerdista arranjou outra "bolsa" paga pelo governo pra ir estudar "ciências sociais" em uma faculdade na Noruega, para assim, continuar o estilo de vida dela de estudos, moradia, comida paga pelo pirâmide Welfare, E mais é claro, regado à muito álcool e diversão ;)
O problema desse esquema de pirâmide é que quanto mais vagabundo vive às custas do estado, mais trabalhadores são necessários pra sustentar a pirâmide ou cada vez mais impostos precisam ser arrecadados para pagar a conta. Uma hora essa bomba vai explodir.
Todo social democrata usa mesmo argumento , mas adiante explico porque isso teoricamente deu certo até o momento e porque não vai dar certo no futuro.
Excluir- Impostos corporativos aqueles que incidem sobre pessoa jurídica são menores no países nórdicos.
- O tempo entre você abrir e fechar uma empresa , gastos com burocracia e afins também é menor , isso reduz custos da empresa com contadores e advogados tributaristas, sendo que a malhar tributaria é mais fácil de entender do que a brasileira.
Agora vamos para boa e velha demografia:
- Em 2008 a população total estimada da Suécia era de 9 234 209 habitantes. A população superou os 9 milhões de habitantes pela primeira vez aproximadamente em 12 de agosto de 2004 de acordo com o Instituto Nacional de Estatística da Suécia.
- Os países nórdicos possuem uma população diminuta, logo basta ter um punhado de grandes multinacionais para você conseguir fazer walfare state.
https://pt.wikipedia.org/wiki/Empresas_da_Su%C3%A9cia
Agora experiente fazer o mesmo processo acima num país de 100 milhões de habitantes sendo sua produtividade 3 vezes menor .
Os países nórdicos pagam boa parte das aposentadorias por meio de fundo soberanos, sendo que só o fundo soberano da Noruega possui 1% de todos ativos das bolsas mundiais.
Conferir aqui:
https://economia.uol.com.br/noticias/afp/2017/09/19/fundo-soberano-da-noruega-supera-pela-primera-vez-us-1-trilhao.htm
Resumo eles estão capturando poupança interna de outros países por meio de investimentos direto em bolsa. e se foste depender unicamente da renda local não conseguiriam manter o walfare state funcional.
Lembre-se se tem alguém recebendo é porque tem alguém produzindo.
Resumo:
- Demografia favorável
- Economia aberta( Sem protecionismo)
- Captura de poupança externa para fechar as contas do governo local
- Não expandir a dívida pública
Conferir aqui:https://pt.tradingeconomics.com/sweden/government-debt-to-gdp
Ao não expandir a dívida pública você congela aumento de impostos futuros.
Políticos ganham pouco ou quase nada!
Teto constitucional para funcionalismo.
- A demografia é desfavorável , estão precisando de imigrantes para fechar mão de obra.
Países nórdicos dependem da economia voltado para o exterior, logo dependem exclusivamente de produtos aos quais não produzem no país.
Porque não vai dar certo?
Porque eles estão destruindo mais riqueza do que criando, e porque a economia tende a ser gravemente afetada caso seus parceiros comerciais sofrerem algum dificuldade.
Não se pode distribuir a riqueza que não se criou, caso contrario você vai estar incorrendo na expansão da dívida pública governo e tributando futuras gerações para se ter benesses sociais no presente.
E para piorar tem a questão da imigração de terrorista radicais que esta assolando estes países há muito tempo.
Você ouviu falar sobre síndrome de Estocolmo?
https://pt.wikipedia.org/wiki/S%C3%ADndrome_de_Estocolmo
E síndrome de oslo:
https://pt.wikipedia.org/wiki/S%C3%ADndrome_de_Oslo
Que tal opinião de um brasileiro que mora na Noruega:
Crise dos refugiados:
https://www.youtube.com/watch?v=PGOSRum1f3U&t=136s
https://www.youtube.com/watch?v=VVf12uqPaM0
https://www.youtube.com/watch?v=paRQn_zcTRk
O pessoal do mises já debate este tema há anos:
O estado assistencialista sueco está em chamas
https://www.mises.org.br/Article.aspx?id=1609
https://mises.org.br/Article.aspx?id=2548
Abraço
Levantei o debate pois já leio há bastante tempo coisas do tipo "o welfare state sueco está falido", mas até hoje não vi notícias destacando a ocorrência, de fato, dessa falência.
ExcluirNo entanto, como o Mestre bem destacou, existem muitas condições bem específicas desses países que tem tornado esse sistema estatal sustentável por tanto tempo. Eu particularmente não conhecia todas essas condições.
A verdade é que o mundo, apesar de ter suas economias conectadas, é muito heterogêneo e cada país tem uma situação política, econômica e cultural muito diferente. É muito difícil que um sistema econômico se encaixe da mesma forma em todo o mundo, assim como é impossível que um país como o Brasil tente replicar um Estado assistencial sueco, embora muitos assim queiram.
Apenas a demografia ali seria suficiente para desmontar qualquer argumento.
ExcluirO fundo soberano da noruega possui aproximadamente 1 trilhão em valor de mercado.
Numero de habitante na Noruega segundo senso :5,233 milhões (2016)
E com este número de habitantes da para pregar welfare state durante décadas, porque a base dos beneficiários do sistema é muito pequena ( Saturação pequena).
E ainda fecham a conta com poupança de outros países.
Nunca vi ninguém jogar estes dados num debate limpo com um social democrata.
Supondo que a população aumente 4 vezes , já começaria ter problemas nos serviços públicos prestados.
Nunca entendi até hoje porque o pessoal não se deu conta que é mais fácil pregar welfare em países com população diminuto do que em países de dimensão continentais.
Por serem um país sem recursos na agricultura e demais itens de consumo, economia deste países tem de ser aberta, caso contrario não conseguiriam importar insumos importantes para produção local.
Reparem o seguinte:
Todos países que citam como modelo de economia a serem seguidos tem as mesma características.
Demografia favorável.
Capital acumulado
Taxa de poupança elevada
Economia de mercado
Empresas multinacionais poderosas.
Vejo os países nórdicos como uma tremenda IF.
Eles enriqueceram ao não participar da segunda guerra aplicaram dinheiro ao redor do mundo e hoje vivem de juros e de suas multinacionais poderosas.
Ainda tem um população diminuta o que possibilita distribuir esta riqueza ao longo do tempo.
Agora uma coisa tem de ser dita a economia deles se abalaria se qualquer um dos grandes parceiros comercias deles forem para o saco.
Não espere muita coisa destes países para médio longo prazo.
Austrália, Canadá e nova Zelândia possuem condições de qualidade de vida semelhantes e uma economia bem mais prospera.
Não me leve a mal, mas funcionário público já não paga imposto.
ResponderExcluirVou explicar, como o dinheiro usado para pagar o salário de um funcionário público é oriundo dos impostos da classe que realmente produz riquezas para o país, o imposto que um funcionário público paga na verdade é pago com os impostos de quem realmente paga imposto de verdade.
Ou seja, trabalhadores e empresas da iniciativa privada geram trilhões de reais em impostos para o governo, que distribui para políticos, juízes, comissionados, funcionários públicos em geral, para cobrir o rombo de empresas estatais mal geridas que dão prejuízo ano após ano, etc.
Aí quando essa galera citada aí em cima vai pagar o imposto como todo mundo, o dinheiro que eles pagam de imposto, entra novamente no bolo que vai pagar os seus próprios salários, efetivamente, retroalimentando o sistema e recebendo novamente o salário pago com o imposto de empresas e trabalhadores da iniciativa privada.
Por essa grande reflexão de gênio que tivemos em um bar outro dia desses, chegamos à conclusão que, na prática, funcionário público não paga imposto.
Seu raciocínio faz sentido.
ExcluirDe fato o Governo tem uma máquina muito inchada e gasta demais com pessoal e encargos, estou até planejando escrever sobre isso frente a uma "visita" que fiz a um determinado ministério e fiquei chocado com a quantidade de setores e departamentos inúteis.
Mas eu diria que seu raciocínio está incompleto. Teríamos primeiro que saber o que é "produzir riquezas para o país" para debatermos melhor.
Além disso, embora muitos funcionários públicos produzam pouco ou nenhum valor para a sociedade, temos muitos que de fato produzem valor, daí esse argumento de que os impostos que eles pagam servem para retroalimentá-los seria válido apenas se você considerasse o trabalho de qualquer funcionário público inútil a ponto de não merecer ser remunerado, argumento inválido para o modelo estatal atual, onde se você se envolver num acidente de trânsito litigioso, vai precisar de um juiz para julgar a causa, se você for assaltado vai precisar da polícia para te socorrer, sem mencionar os diversos serviços públicos que as pessoas, principalmente a massa mais humilde, sempre recorrem.
Se mudássemos o modelo, para um Estado reduzido, uma economia liberal, aí sim você poderia sustentar esse raciocínio, mas no modelo atual, em que todo mundo cobra soluções do governo para suas inúmeras demandas, seu argumento é apenas parcialmente válido.
Otimismo e utopia em excesso geralmente acabam em nada.
ExcluirO pensamento utópico sobrevive porque não se trata de uma idéia de fato, mas em um substituto de uma idéia, algo que se serve de alivio para a difícil, e geralmente depressiva, tarefa de ver as coisas como elas são realmente. É uma forma de vicio, um curto-circuito que afasta os indivíduos da razão e do questionamento racional e efetivo. O pensamento utópico nos remete diretamente para um objetivo, passando por cima da viabilidade do projeto. É fácil digeri-lo e se embeber do seu otimismo mal-intencionado e sem fundamento. O problema vem depois, quando a utopia termina em fiasco.
Belas palavras Anon!
ExcluirTanto a filosofia socialista como a liberal tem um "quê" de utopia, embora o pensamento liberal seja muito mais sensato em comparação ao socialista.
Entretanto, no plano prático, na vida real, a filosofia original, que é inegavelmente utópica, dificilmente sobrevive intacta.
Não entro mais nessas debates de isso utopia ou aquilo é embuste.
ExcluirO importante é as pessoas terem opções!
O comunista quer pagar de revolucionário? Compre uma terra forme uma comuna marxista e morra de fome tranquilamente .
Causa e consequência! Você colhe aquilo que você planta.
O que da errado na humanidade é esta ideia que alguns pessoas são superiores ao demais para cuidar de sua própria vida e lhe impor agendas a qual você não concorde.
Política é um assunto deveras chato ! Pois na verdade estamos discutindo agendas para vida de pessoas que se quer concordarão com tais demandas.
Ao meu ver a era do super estado sempre tende ao colapso das civilizações: Foi assim com roma, Alemanha e não vai ser diferente com as nações modernas.
Quando cresce uma agenda de um grupo X sobre demanda de vários grupos desorganizados o que se espera é conflito.
Nisso socialistas são mestres, pois se recusam a viver o que pregão, e ainda querem impor demandas sociais aos demais entes da sociedade civil .
Estude sobre sistema de hierarquia , legalismo e obediência programada.
Quer um exemplo:
Toda esta balela de mais valia: Socialista poderiam abrir uma empresa fornecer um serviço genuíno e abdicar do lucro socializando este lucro por meio de cooperativas, mas este arranjo nunca deu certo.
A verdade é que sempre se tratou de impor agenda políticas.
o liberalismo é falho e todo sabemos, pois ele não admiti que o arranjo atual do estado tende ao crescimento infinito, consequentemente você começa com um estado pequeno e logo estado já esta ruma ao caminho descrevido por Jorge Orwell, Aldous huxley e tanto outros
A verdade é que temos que ser a mudança que queremos nos outros, e isso sempre será a parte mais difícil de conviver em sociedade.
Ademais tem que estudar que tipo de liberalismo é este? Porque se for o americano é social democrática com eufemismo de liberal.
O argumento dos ANCAPS é simples, tudo seria privado, então tribunais, sistemas de distribuição de água, esgoto, energia elétrica, telefonia, escolas, polícia, etc, todos esses serviços poderiam ser oferecidos por qualquer pessoa (se eu quiser abrir uma empresa de telefonia com apenas 1 antena para atender apenas o meu bairro, posso, por que não ?).
ResponderExcluirIsso levaria à uma concorrência forte, quebra de monopólios, ampla escolha, descentralização de poder, e as pessoas poderiam escolher sem serem IMPOSTAS, qual o melhor sistema querem utilizar.
Poderiam pagar a milícia X para fazer a segurança do bairro, por serem mais profissionais, ou pagar uma empresa de telefonia com uma única antena do Zé do quintal mais barata como mencionei, para ter acesso apenas à necessidade da pessoa.
A extinção dos impostos dá ampla liberdade de escolha, principalmente já que as pessoas não mais sustentarão instituições burocráticas e falidas, muito menos funcionários públicos improdutivos.
Porém, como a máquina é muito gorda e muita gente depende dela, acredito que a tendência é só aumentar impostos para estancar as deficiências estruturais e um estado mínimo liberal está cada vez mais distante de se tornar realidade no Brasil.
Eu gostaria de um dia presenciar uma sociedade liberal assim, embora tenha dúvidas se o funcionamento seria tão perfeito assim como você narra. Lembre-se que, no papel, o socialismo também é belo, mas na prática, sabemos como funciona.
ExcluirNão sei se em algum momento da história algum país chegou a funcionar inteiramente dessa forma. Se os mais estudiosos do assunto tiverem conhecimento de algum estudo de caso seria interessante para estudarmos.
Discordo
ResponderExcluir1) Parte dos impostos são utilizados em serviços que as pessoas precisam. Logo, elas teriam que pagar pelo serviço de qualquer forma. Assim o custo de vida não cairia na mesma proporção dos impostos.
2) Inverta o problema. Se tem gente se aproveitando dos impostos hoje (corrupção, altos salários, etc), alguém está trabalhando para pagar isso. Logo, menos gastos do governo, sobra mais para quem paga. Os impostos são como uma distribuição de renda forçada.
Pois é Anon,
ExcluirEu não havia considerado no meu pensamento que as pessoas vão deixar de pagar impostos, mas, por outro lado, terão que suprir suas demandas pagando à iniciativa privada.
Por outro lado, as pessoas poderiam pagar só pelos serviços que elas optassem, e pelo preço e qualidade que achassem mais justos, ao contrário do monopólio impositivo estatal. Se ia funcionar? Não sei!
Mas, de fato, impostos são distribuição forçada de renda...será que a grande massa que hoje sobrevive às custas de bolsas e todo tipo de ajuda assistencial estatal direta e indireta sobreviveria nesse tipo de sociedade?
As pessoas já fazem isso duas vezes:
ExcluirUma pela vias pública impostos ocultos no consumo e outras sobre via privada uma vez que o serviços públicos são de péssima qualidade.
Outra que boa parte dos impostos não vai para serviços:
- Dívida pública
- Previdência
- Folha de pagamento do funcionalismo
Anom, os preços caem sim por causa da concorrência!!!
ExcluirSe você algum dia viver em um país de mercado aberto e livre como EUA ou Austrália, você vai entender que quanto mais "variedades" e marcas de um mesmo produto estiverem à disposição na prateleira de um Wall-mart da vida, menor a margem de lucro das empresas e por consequência menor o preço dos produtos.
Hoje o governo grande,gordo,corrupto e incompetente impede a concorrência em favor dos grandes lobbys, criando barreiras com impostos de importação e agências reguladoras para impedir a entrada de novas empresas no mercado.
Sim, no Brasil, os impostos são uma distribuição de renda dos mais pobres para os mais ricos.
Pode nao existir impostos.
ResponderExcluirMas por outro lado governo tem q existir. Afinal, é da logica da humanidade alguem governar e pessoas legislarem, ditando as normas legais de uma nação.
Como se pagaria por isso? Ou as pessoas fariam isso voluntariamente?
Nós poderíamos pagar a iniciativa privada para suprir isso anon 23:33
ExcluirEntão, como o Anon 07:38 falou, o liberalismo mais tradicional prevê que a iniciativa privada possa substituir o Estado na prestação de qualquer serviço considerado público, até mesmo o Poder Judiciário seria privado.
ExcluirO modo de governo pode facilmente ser feito através das pessoas pela democracia direta, vide Grécia antiga, sem necessidade de politicos.
ExcluirMas para isso, o sistema econômico deve ser mais eficiente a ponto das pessoas poderem ter mais tempo livre para se engajarem em suas sociedades, o que é proibitivo da maneira que o capitalismo está implementado.
Um sistema econômico baseado em recursos e movido pela automação onde as máquinas fazem a maior parte do trabalho em prol de toda humanidade é uma alternativa.
Mas considero que as pessoas ainda nao tem consciência o suficiente pra isso e não passa de uma utopia.
Democracia direta em um sistema econômico tecnocrático baseado em recursos.
No Anarcocapitalismo em tese não haveria governo, já que o mercado se autoregularia, na prática seria um caos com varios "poderes" paralelos funcionando em conjunto, e as pessoas escolheriam qual desses sistemas ela paga pra estar ou se não estiver contente, cria seu proprio Sistema.
A ideia da democracia direta é sempre levantada e, a princípio, me parece uma boa. Com tanto avanço tecnológico que temos hoje, acho que existe muito mais espaço para que os cidadãos decidam, por contra própria, as ações de governo, se não todas, pelo menos aquelas que lhe afetariam mais diretamente.
ExcluirNo Brasil alguns grandes municípios, inclusive capitais, chegaram a testar o orçamento público participativo, em que eram organizadas reuniões com a comunidade e eram decididas ações governamentais para serem incluídas no orçamento público. Infelizmente essa iniciativa não prosperou pois as demandas incluídas pelos cidadãos no orçamento público dificilmente eram executadas pelo governo.
Mas, como você citou, as pessoas, no estágio atual, não teriam consciência ainda de tocar uma democracia 100% direta, mas certamente poderia ser algo construído gradualmente, até chegar a esse ponto.
Abraços!
Ministro, bom o texto, mas você esqueceu dos encargos que as empresas pagam, que vão além dos impostos.
ResponderExcluirescrevi sobre isso lá no meu site, dá uma olhada.
Abraço!
E ai VR.
ExcluirBom, a extinção dos encargos digamos que seria inclusa nos R$ 15 mil de impostos eliminados no exemplo do carro, a diferença é que se trata de um imposto indireto sobre a mercadoria e que, assim como os impostos diretos, compõem o custo do produto.
Li seu artigo e faz sentido, mas veja só, vou destacar um trecho:
"sobrariam 2 mil reais para o empregador, que poderia usar essa verba para contratar mais funcionários, investir em marketing, em ferramental, máquinas, ou mesmo distribuir como lucro entre os sócios"
Isso aconteceria no início, porém, no cenário que desenhei, com a concorrência agindo, a tendência é que essa margem de lucro adicional do empresário fosse sendo queimada na briga de preços até voltar a patamares semelhantes à época em que havia impostos.
Por outro lado, o poder de compra do trabalhador, que no início aumentaria, no cenário que desenhei, tenderia a voltar aos mesmos patamares anteriores, uma vez que o empresário logo perceberia que com a redução dos preços das coisas, ele poderia rebaixar o salário dos empregados sem gerar tanta insatisfação, principalmente considerando que não haveria proteção estatal referente a salário mínimo.
Abraços!
Esqueça sobre "livre concorrência" prefeita.
ResponderExcluirO que dominaria um mercado sem controle é oq chamamos de cartel: empresas cobrando os mesmos preços (e altos preços) de seus servicos e produtos.
Na concorrencia perfeita encontrariamos empresas ruins fechando, logo, empresas boas dominando o mercado, engolindo as pequenas até garantirem um monopólio.
Ou seja... voltamos a estaca zero...
Simplesmente nada muda porque o homem é corrupto, políticos ou não.
Abraco
De fato mineiro, vejo isso como um grande risco também.
ExcluirAssim como o Estado pode inibir a livre concorrência atuando e regulando determinados mercados (ou mesmos por favorecimentos por debaixo dos panos), as empresas privadas, num cenário de ausência estatal, também tenderiam a se organizar em cartéis e outras práticas corruptas de forma a abocanhar e proteger seus mercados.
Nesse tipo de discussão econômica não existe "sim" e "não", "preto" e "branco", não dá pra vestir a camisa dizendo "sou 100% liberal" ou "sou 100% social democrata". Na teoria há espaço para tudo, mas só a prática demonstraria como todas essas ideias e filosofias iam de fato funcionar.
Abraços!
Este comentário foi removido pelo autor.
ExcluirComplementando com um assunto recente na mídia sobre livre mercadi.
ResponderExcluirPergunta: Onde o mercado é livre, sem interferência do governo?
Resposta: taxa de juros de cheque especial, cartão de crédito e empréstimos.
Paga-se juros de mais de 400%a.a.
Livre mercado é isso... enquanto um lado manda, o outro deve obedecer, concordando ou nao.
Mineiro