quinta-feira, 19 de agosto de 2021

A Vida Real de um Negócio Online


Com o advento da pandemia e os lockdowns implementados no mundo todo, a economia tradicional foi duramente impactada. Com os comércios impedidos de abrir as portas e as pessoas presas em casa, muitos pequenos empreendedores não aguentaram a pressão e fecharam as portas.

Os que conseguiram sobreviver ou até crescer no meio desse caos foram aqueles que conseguiram se adaptar mais rapidamente à única forma de negócio que um lockdown não pode parar: um negócio online. Milhares de empresário foram subitamente obrigados a expandir sua presença online ou mesmo criar do zero novos canais de vendas na internet.

Já relatei antes que desde 2019 venho tocando, em paralelo ao meu emprego, um negócio online e o que vou relatar aqui é baseado em experiências da vida real. Isso porque se vende muito a ideia que é fácil faturar 6 dígitos no online com liberdade de tempo e geográfica, mas a realidade não é bem assim. Para ilustrar vou usar um exemplo fictício mas baseado em situações reais.

Imagina só o dono de uma escola de inglês. Antes ele atendia na sua escola os alunos, em sua maioria do bairro. Além disso as turmas tinham limitação de vagas pelo tamanho do espaço físico. Agora no online ele pode ter alunos do Brasil (e do mundo) inteiro e pode admitir quantos alunos quiser por turma, não há limites!

Além disso os custos são muito menores, não precisa pagar aluguel, a quantidade de funcionários é muito menor, não precisa pagar energia, água, etc. A margem de lucro é bem mais alta.

O mundo perfeito né?

A VIDA REAL NÃO É BEM ASSIM

É meus amigos, mas as coisas não são tão coloridas assim. A parte mais difícil de se ter um negócio online é a falta de barreira de entrada (inclusive isso é algo que eu prezo muito ao analisar uma ação para investir). Isso porque TODO MUNDO está na internet.

Pensa aí, a escola de inglês do bairro, ao migrar pra internet, perdeu uma grande vantagem competitiva que era o espaço físico, agora ela está concorrendo no mesmo espaço que milhares de outras escolas, do mundo todo. O aluno que antes ia feliz pra sua aula presencial pagando R$ 100 por mês, começa a se questionar se compensa continuar naquela escola, com aula online, se ele pode pagar R$ 60 numa XYZ English com professores nativos. Ou então porque não fazer aquele curso do professor famoso que bomba nas redes?

O processo de construção de vantagem competitiva no online é totalmente diferente do presencial. No presencial você constrói uma fachada chamativa, investe numa boa estrutura física e em horários de funcionamento que atendam bem seu público, treina vendedores para serem receptivos, faz uma divulgação em alguns estabelecimentos da região, etc.

Um negócio online é diferente, as principais vantagens competitivas são conexão e confiança. As pessoas vão comprar de você se elas, de alguma forma, se conectarem com você ou sua marca e confiarem que você e sua empresa entregarão o que promete.

E construir confiança e conexão não é tão trivial assim, exige presença, exige constância, é um processo de médio/longo prazo, é preciso muita paciência e resiliência. A escola de inglês, por exemplo, tem que estar diariamente postando conteúdo educacional e engraçadinho em suas redes sociais, os professores precisam gravar vídeos fazendo gracinhas, a escola precisa estar com anúncios rodando constantemente e sempre inovando nos anúncios pois existem milhares de outras escolas fazendo anúncios parecidos.

Além disso é um ambiente que muda extremamente rápido, exige um nível absurdo de adaptabilidade. No negócio físico o cidadão constrói sua escola de inglês e de ano em ano faz uma reforminha, a coisa é mais perene. No online é mudança toda hora: a plataforma de anúncios mudou, o anúncio que performava não está virando mais, a rede social não está mais entregando conteúdo, foi criada uma nova rede, foi criado um novo formato de conteúdo, tem que gravar vídeo no Youtube, live no Instagram, aparecer nos stories, etc.

Quem empreende no online não tem sossego. Sabe aquele pessoal mexendo num notebook na praia e dizendo que ter um negócio online dá liberdade? Ilusão, muitos empreendedores online são verdadeiros escravos do negócio, assim como muitos empreendedores de negócios físicos também o são.

ENTÃO NÃO VALE A PENA?


Claro que com o tempo, se o negócio conseguir atingir um certo nível de escala, dá pra ir delegando mais coisas, construindo equipes especializadas, abrindo mão de margem em prol da "automatização", mas aí vai virando uma empresa tradicional, com amarras e estrutura de custos parecidas com um negócio físico.

Meu objetivo não é desanimar quem pretende ter um negócio online, mas mostrar que por trás da liberdade de "trabalhar onde quiser" que mostram por aí, existe muito suor, muita dedicação, muito trabalho duro, assim como qualquer outro negócio.

Minha percepção atual é (baseado na minha vivência): ter um negócio online pra tirar uma renda extra é algo possível para muitos, mesmo rodando com uma estrutura amadora, às custas, porém, de bastante dedicação. O principal custo é mental com a dificuldade conciliação com outro trabalho.

Porém ter um negócio de verdade no online, para viver dele, exige outro nível de dedicação, investimento e profissionalismo, que, acredito eu, só alcançará aqueles que realmente estiverem dispostos a abraçar o risco de empreender e ter um plano claro de ter o negócio como trabalho principal e abandonar o emprego tradicional.

Se você já teve ou pensa em ter um negócio online, deixa aí nos comentários qual é sua percepção sobre o mundo do empreendedorismo online e compartilhe suas experiências.

Abraços,

Senhor Ministro

sexta-feira, 13 de agosto de 2021

Onde a Blogosfera de Finanças se Perdeu?

Eu estou assumindo aqui o enorme risco de ser injusto, afinal já tem bastante tempo que não acompanho com assiduidade a blogosfera, mas dando uma zapeada de vez em quando a impressão que eu fico é que a blogosfera perdeu sua identidade.

Se você pensar, identidade é algo complexo, que dificilmente se cria da noite pro dia e que, na maioria das vezes, surge naturalmente, sendo construída aos poucos.

Eu comecei a frequentar as bandas de cá em 2016 por meio do saudoso Blog do Pobretão, talvez o personagem mais marcante da história da blogosfera e que foi a porta de entrada para milhares de outros blogueiros e leitores.

Não sei se estou sendo apenas saudosista, mas olhando pra trás me parece que nessa época a blogosfera tinha muito mais "brilho" eu eu atribuo isso a alguns fatores, mas o principal deles é que naquela época tínhamos GRANDES contadores de história postando com assiduidade como o Pobretão, Viver de Construção, Corey, Seu Madruga, Frugal Simples, etc. Tínhamos também mais conteúdo técnico de qualidade, como os do Soul Surfer.

Minha impressão é que hoje nós não temos mais nenhum storyteller que consiga a retenção que esses acima tiveram, nem temos conteúdo técnico de qualidade, que gere debates enriquecedores.

Tenho visto algumas pessoas dizendo que houve migração para o Youtube e tenho minhas dúvidas. A linguagem do Youtube é outra, o processo de produção de vídeo é muito mais trabalhoso, além disso a manutenção do anonimato no Youtube é mais complicada.

Porém tenho reparado uma boa quantidade de novos perfis no Instagram de pessoas compartilhando suas jornadas de investimento, assim como sempre foi por aqui, mas a pegada não é a mesma. Lá não se cria o senso de comunidade que temos (ou tínhamos aqui). Provavelmente esse pessoal vai desistir com a falta de engajamento. São potenciais grandes bloggers sendo desperdiçados no mainstream das redes sociais, vivendo a ilusão de serem os novos Primos Ricos.

MAS O QUE ESTÁ FALTANDO?

Não sei exatamente, mas acho que está faltando um camisa 9, aquele jogador de referência no time, ou seja, aquele blog que consegue centralizar a comunidade em volta dele, que consegue atrair público externo e introduzir esse público à comunidade e a filosofia que se prega aqui.

Esse papel foi brilhantemente cumprido pelo Pobretão e o saudoso ranking de patrimônio da blogosfera. Não lembro exatamente os valores do ranking mas acho que hoje eu já conseguiria participar da Série A, isso na época era surreal pra mim.

BELEZA MINISTRO, VAI FICAR AÍ SÓ CHORANDO?

Da minha parte vou tentar agregar eventualmente com um conteúdo mais técnico (sem ser maçante) por aqui e trazer uma visão mais madura sobre investimentos. Dando uma zapeada em alguns blogs tenho percebido que pouco tem se abordado questões de análise e seleção de ativos e os que o fazem é de forma bem superficial.

E claro, vou tentar trazer algumas boas histórias também, discussões sobre carreira, concursos, negócios, renda extra, etc. Não tenho como fazer isso com assiduidade e regularidade, mas estarei presente.

Nesse últimos 4 dias tenho lido bastante coisa por aqui e voltando a me conectar com a minha essência quando comecei a investir. Nos últimos anos o meu consumo de conteúdo sobre investimento tem sido focado mais no Instagram e Youtube, principalmente com profissionais do mercado e a vibe é outra, principalmente porque esse pessoal só está compartilhando conteúdo porque esperam vender algo posteriormente.

Quem assistiu às Olimpíadas deve ter reparado nas competições de Skate, onde o pessoal estava ali competindo uns com os outros mas havia um grande senso de camaradagem, onde todo mundo se conhece e se apoia. Diferente de um futebol por exemplo, acabou o jogo é cada um pro seu lado e a competitividade é muito elevada.

A blogosfera é o skate, YT e IG é o futebol.

Mas é isso, não deixemos a blogosfera morrer!

Se alguém tiver sugestões de novos bons blogueiros postando com assiduidade, deixem ai nos comentários para eu atualizar o blogroll (eu nem lembro como faz isso rsrs)

E você que me lê, qual sua visão sobre a Blogosfera de finanças atualmente?

Abraço,

Senhor Ministro

quinta-feira, 12 de agosto de 2021

Atualização Patrimonial Agosto/2021: R$ 482.942,19


Faz tempo que não escrevo aqui, na verdade nem sei se alguém ainda lerá isso, de todo modo deixo registrada aqui a minha evolução patrimonial.

Desde que comecei a escrever esse blog, no começo de 2017, muitas coisas aconteceram, minha visão sobre investimentos e independência financeira amadureceu muito, mas não posso deixar de ser grato à essa comunidade que me abriu os olhos para esse maravilhoso mundo dos investimentos.

O PLANO DO MILHÃO

Em Maio/2017 eu fiz ESSE POST onde detalhei o meu plano para chegar ao meu primeiro milhão ao final de 2025. Vou colocar abaixo o gráfico que fiz lá naquele post

Meu Plano - Feito em 2017 - Para o Primeiro Milhão

Obviamente que essa é uma projeção simplista, feita apenas na base do cálculo de juros compostos, considerando as variáveis "aporte" e "rentabilidade" como estáveis, algo que, sabemos, não corresponde à realidade.

Na prática, coletando informações do TradeMap e fazendo alguns cálculos grosseiros, a minha rentabilidade foi de, em média, 2% ao mês, contra a projetada de 0,7%. O aporte previsto - de R$ 4.000 mensal -, no entanto, teve tendência de queda uma vez que os gastos só aumentaram, tanto pela inflação galopante como pelo aumento da família, e o salário permaneceu praticamente estagnado em todos esses anos.

Dessa forma é muito difícil que eu encerre 2021 com os cerca de R$ 560 mil planejado nesse gráfico acima, isso, contudo, não me impede de comemorar a proximidade com a marca simbólica dos R$ 500 mil de patrimônio.

A verdade é que nenhum plano sobrevive ao campo de batalha e que a busca do equilíbrio entre viver o presente e guardar pro futuro é muito mais complexa do que planilhas podem capturar.

MEU PATRIMÔNIO

Fato é que meu atual patrimônio é de R$ 482.942,19 divididos da seguinte forma:

Renda Variável: 36,2%

Renda Fixa: 34,5%

Imóvel de Renda: 26,7%

Criptomoedas: 2,6%

Para os próximos aportes a prioridade é aumentar a exposição em Bitcoin e investimento no exterior (que ainda tem uma alocação pequena na carteira).

Algumas ações que tenho em carteira tem me deixado um pouco desconfortável, como M. Dias Branco e Grendene, empresas muito dependentes de incentivos fiscais e que vem apresentando extrema dificuldade para crescer, cada uma por seus motivos.

Também estou incomodado com alguns FIIs que investi no comecinho, quando ainda não sabia de muita coisa, inclusive já me livrei de dois: FIGS e SPTW, dois lixos. Também estou refletindo sobre o FIIB e MFII. O imóvel do FIIB é excelente, mas mono-imóvel é complicado. Já MFII por ser um fundo de desenvolvimento tem um perfil de risco mais elevado, portanto a tendência é que eu reduza posição nele.

RENDA EXTRA

Desde 2019 venho desenvolvendo um negócio em paralelo ao meu "trabalho normal", por questões pessoais não vou dar mais detalhes sobre ele. De todo modo, em 2019 eu amadureci o negócio e 2020 foi o ano em que comecei a faturar de verdade. O faturamento bruto em 2020 chegou próximo a R$ 100 mil e deve ter sobrado uma margem líquida de 30% pra mim.

O que tiro desse negócio tem me ajudado a segurar os aportes pois se fosse depender somente do que sobra dentro do orçamento "normal" minha evolução patrimonial seria a passos de tartaruga.

Minha ambição com esse negócio era que se tornasse algo realmente grande e que eu pudesse até pensar em, no futuro, viver só disso, mas no patamar que estou rodando atualmente só dá pra funcionar como renda extra mesmo. 

Fato é que o nível de dedicação e profissionalização que o mercado tem exigido está além do que eu sozinho posso fazer, e isso vem se refletindo na queda de resultados que vem também me gerando um pouco de desânimo. Até já pensei em contratar alguém fixo pra me ajudar, mas eu odeio gerenciar pessoas, é um bloqueio que tenho. 

No fundo, por eu ter a segurança de ter um bom salário me resguardando, eu não consigo encarar o negócio com todo "tesão" que é necessário. A urgência e a necessidade fazem milagres acontecer.

A única coisa que sei é que não tem Plano B, esse foguete vai decolar, só ainda não descobri como ou quando.

CONCLUSÃO

Então é isso senhoras e senhores, isso não é um retorno, somente um olá. A vida adulta é cheia de compromissos e a gente acaba tendo que priorizar as coisas.

De todo modo, se você chegou até aqui comenta aí embaixo, só pra eu saber que não estou escrevendo para as paredes.

Um abraço!

Senhor Ministro

quinta-feira, 3 de outubro de 2019

Atualização Patrimonial Setembro/2019 - R$ 360.225,49 (AINDA ESTOU VIVO! rsrs)



Falaaaae blogosfera!

Andei sumido, se é que alguém percebeu, mas não morri, estamos ainda firme e forte na luta pela tão sonhada IF!

O motivo de eu ter parado de postar é um misto de falta de tempo, de energia e de prioridades.

TRABALHO

Em relação ao trabalho, desde o começo desse ano estou em um novo departamento, encarando trabalhos extremamente desafiadores, que embora me demandem mais, tem sido gratificante ver os resultados acontecendo.

Que resultados são esses? Não, não vou ser promovido, até rolou um convite mas declinei com educação! O resultado são trabalhos bem feitos, elogiados, que agregam valor. Se eu aceitasse algum cargo de chefia ia perder um dos "ativos profissionais" que tem me conquistado até o momento: liberdade.

Isso porque estou experimentando com mais frequência novos formatos de trabalho, novas formas de gerenciamento, trabalho em home office, etc.

No final das contas estou trabalhando bastante, mas tendo em retorno o que eu sempre quis: participar de trabalhos importantes e ter liberdade pra fazer isso!

RENDA EXTRA

Outra coisa que acabou limitando a minha disponibilidade para estar aqui foi um negócio extra que venho desenvolvendo desde o começo do ano. Foi algo que comecei sem muitas expectativas e tem tomado proporções muito interessantes.

Por enquanto não vou dar muitos detalhes sobre esse negócio mas de maio (quando comecei a monetizar) pra cá já me rendeu um faturamento de cerca de R$ 12 mil, com uma margem até o momento de cerca de 90%.

Tenho planos ousados pra escalar esse negócio para o próximo ano, vamos ver no que vai dar! Não é fácil, dá trabalho, os frutos se colhem aos poucos, mas tenho uma visão ambiciosa sobre onde isso pode chegar!

PATRIMÔNIO

Sobre o patrimônio, vou fazer atualizações mais sucintas por enquanto. Não tenho mais acompanhado rentabilidade por meio da Planilha do Adp, decidi que acompanhar rentabilidade não é algo que agrega nos meus investimentos.

Porém ainda uso a planilha de registros de investimento do Adp para facilitar na hora da declaração de IR.

Meu patrimônio esse mês fechou em R$ 360.255,49

Coisa curiosa desse mês é que tive uma com meu imóvel que alugo, na reavaliação anual que faço dele, em 2019 o preço de mercado caiu -1,8%. A verdade é que desde 2016 o valor de mercado desse imóvel só patina em torno do mesmo valor, e tem gente que acha que imóvel sempre valoriza.

Se o mercado imobiliário ajudar, talvez eu considere vender esse imóvel e jogar tudo pro mercado financeiro.

Na renda variável já estou hoje com uma posição de cerca de R$ 120 mil e seguimos em frente! já tem bastante tempo que venho aportando full na bolsa e ainda devo seguir assim por bastante tempo!

REDES SOCIAIS DE FINANÇAS

Desenterrei minha conta no Twitter para acompanhar o pessoal de finanças por lá, os fortes geralmente são os gestores de fundos de investimento, e, sinceramente, me decepcionei.

Os caras ficam arrotando termos difíceis e cálculos complexos só pra deslumbrar o sardinha, para que o pobre leigo acredite que ele PRECISA de um matemático fazendo cálculos complexos para se fazer bons investimentos.

É o jogo dos caras né, mas nada como o aprendizado que se troca aqui na blogosfera, de gente comum para gente comum, de investidor raiz, sem frescura, com o objetivo de acumular patrimônio e viver de renda, e não buscar "upsides".

É isso galera!

Vou tentar aparecer com mais frequência e levantar alguns debates interessantes por aqui!

Temos muito a aprender e a ensinar!

Abraço!

Senhor Ministro

quarta-feira, 6 de março de 2019

Atualização Patrimonial Fevereiro/2019: R$ 302.199,07 - Fui Pro Cheque Especial!!



Coé rapaziada!

Bom, não sei se alguém percebeu mas esse mês estive completamente ausente da blogosfera, por uma série de motivos, principalmente porque, conforme eu tinha relatado aqui, eu acabei mudando de departamento no trabalho, fui pra uma área muito diferente do que eu estava acostumado a atuar, e a curva de aprendizado está sendo enorme. O gasto de energia mental está sendo muito grande. Sem falar que também tirei 10 dias de férias, fora o carnaval.

Além disso estou me dedicando a um projeto paralelo meu e dando uma força em um projeto dos meus pais. Portanto toda minha energia criativa está sendo focada nessas três frentes, de forma que o blog acabou ficando de lado. Porém é coisa passageira, não pretendo abandonar o blog.

Ao mesmo passo que o blog ficou de lado, minhas finanças também acabaram ficando muito aquém do esperado nesse mês, aporte pequeno e resgate de investimento por descasamento de fluxo de caixa.

Acabei acumulando muitas despesas em um mês só (passagens aéreas para 3 viagens diferentes, IPVA/Licenciamento/DPVAT, seguro do carro, manutenção do carro, celular novo, dentre outras não recorrentes). A maior parte desses gastos foi em janeiro, mas como muitos foram pagos no cartão de crédito, comprometeram o fluxo de caixa de fevereiro e acabei entrando no cheque especial. Por isso tive que resgatar uns R$ 200,00 do meu Fundo DI lixoso pra cobrir o cheque especial.

Logo depois recebi o aluguel do meu apartamento e acabou dando um alívio na conta, mas de qualquer forma foi uma sensação bem estranha, não lembro a última vez que isso tinha acontecido comigo, se é que já aconteceu.

Pelo menos o patrimônio segue crescendo, que é o que importa!

Vamos então aos números!

Aporte: R$  1.750,50 (subscrição de 15 cotas do GGRC11)
Resgate: R$ 205,21 (Fundo DI)

Carteira:





Rentabilidade esse mês ficou negativa, puxada pelas ações, conforme quadros abaixo:






Em relação a esse cálculo de rentabilidade, que é feito pela planilha do AdP, fico na dúvida se não seria melhor adicionar no cômputo da rentabilidade os proventos recebidos. Se alguém tiver alguma opinião sobre isso, agradeço!

Maiores Altas: MFII11 (+ 8,88%), B3SA3 (+ 4,19%), SAPR11 (+ 4,19%)
Maiores Baixas: FLRY3 (-10,23%), CIEL3 (-8,96%), ITSA4 (-8,37%)

Por hoje é só!

Pretendo trazer esse mês a análise de algumas empresas com base nos balanços anuais que estão sendo divulgados!

Abraços,

Senhor Ministro

terça-feira, 5 de fevereiro de 2019

A Forma Mais Fácil e Rápida de Investir em Ações Americanas


Faaaaala pessoal!

Acredito que todo mundo, ou pelo menos a maioria das pessoas que aqui frequentam, já entenderam ou já ouviram falar da importância da diversificação dentro de uma carteira de investimentos. A ideia é muito simples: diminuir o risco.

Uma carteira de investimento bem diversificada (cuidado para não confundir com pulverizada) tende a oferecer uma relação risco/retorno mais favorável ao investidor, afinal, a melhor forma de ficar rico é simplesmente sobrevivendo no mercado. Ficar rico rápido é para poucos, mas ficar rico devagar não tem muito segredo, basta acumular capital e sobreviver.

E quando se fala de diversificação, não podemos deixar de citar a diversificação geográfica dos investimentos, ou seja, investir em ativos fora do Brasil, em economias mais sólidas, como dos EUA, ou emergentes, como da Turquia.

O motivo para fazer essa diversificação internacional é reduzir seu risco, é estar menos exposto a apenas uma economia de um país emergente e problemático como o Brasil, onde até o passado é incerto. Essa diversificação descorrelaciona a sua carteira: os preços das ações de países não aumentam ou diminuem em sincronia, e é justamente essa falta de sincronia que protegerá sua carteira da volatilidade.

Ok, falar é fácil, mas como fazer isso??

Confesso que AINDA não sou um expert em investimentos no exterior e justamente por isso optei pelo caminho mais fácil e rápido:

IVVB11

O que é isso? O IVVB11 é um ETF que espelha o índice S&P500.

Sendo preciosista: o IVVB11 investe no ETF IVV que, por sua vez, investe diretamente nas empresas do índice. Portanto é um ETF do ETF, porém os resultados tendem a ser os mesmos. 



O S&P500, índice criado pela Standard & Poor's, é composto pelas 500 maiores empresas americanas (pelo valor de mercado) com ações listadas em bolsa. O valor total de mercado das empresas integrantes do S&P 500 passa dos U$ 20 trilhões, representando mais de 80% do mercado acionário americano.

Estamos falando de empresas como Facebook, Apple, Google, Amazon, Walmart, Microsoft, Berkshire Hathaway (empresa do Warren Buffet), JP Morgan, Exxon, PayPal, TripAdvisor, BlackRock, Visa, Oracle, Nvidia, Polo Ralph Lauren, Citigroup, CBS, Harley Davidson, Best Buy, Eletronic Arts, Nike, Xerox, Pepsi, Coca-Cola, e muitas outras empresas gigantes!

Já deu pra perceber que não estamos falando de qualquer empresa né?

Portanto cada cota do ETF IVVB11 equivale a um pedacinho dessas 500 empresas, ou seja, você compra, de um vez só, um pacotão de ações. E, ao contrário dos ETFs brasileiros, os ETFs americanos, pelas suas regras de composição e pelo próprio porte das empresas, tendem a ser muito mais perenes e dar mais retorno.

E o melhor de tudo, o IVVB11 pode ser comprado aqui na B3, na nossa bolsa de valores!!

O lote mínimo é de 10 cotas, que hoje está totalizando um investimento mínimo de cerca de R$ 1.000,00.

Assim como os demais ETFs brasileiros, o IVVB11 faz o reinvestimento automático de dividendos e não faz jus ao benefício tributário de isenção de IR para vendas de até R$ 20 mil por mês.

CONCLUSÃO


Ao investir em IVVB11 você está atrelando uma parte do seu patrimônio à empresas americanas e ao próprio dólar (o valor da cota do ETF varia tanto pelo desempenho das ações americanas como pela cotação do dólar).

É uma forma simples e prática de diversificar o seu patrimônio, mitigando o risco Brasil. Entretanto cabe destacar que comprando IVVB11 seus ativos, embora sejam correlacionados com empresas americanas, estarão custodiados na B3, ou seja, no Brasil. Caso surja um governo maluco e mande confiscar tudo, você não estará livre desse risco.

E ai, você conhece esse ativo, tem ele em carteira?

Abraços,

Senhor Ministro

sexta-feira, 1 de fevereiro de 2019

Atualização Patrimonial Janeiro/2019: R$ 300.515,13 (Rentabilidade + 6,88%) - Tá Tudo Voando!!!!



Cá estamos nós pra mais um fechamento mensal!

Bom, em relação ao trabalho está havendo um certo processo de "dança das cadeiras", como contei num post anterior, e enxerguei esse momento de mudanças como oportuno para respirar novos ares. Acionei alguns contatos e se tudo der certo no próximo mês estarei trabalhando em um novo departamento exercendo novas atividades bem interessantes e que, de certa forma, me ajudarão também como investidor.

Falando agora de investimentos, o mercado está muito otimista o que leva as ações a ficarem muito esticadas e isso dá uma angústia danada na hora de investir pois ainda está fresco na memória o preço pré-eleição dos papéis. A gente fica naquele dilema "agora está caro, não vale a pena aportar, porém pode subir mais ainda".

Por outro lado, quanto mais eu vivo esses momentos de altas e baixas, mais vou entendendo a filosofia "preço não importa" do Bastter. Não concordo 100%, mas hoje estou concordando bem mais que antes.

Vamos então à carteira:

Aporte do Mês: R$ 6.873,59

100 FLRY3, 300 FRAS3, 20 IVVB11, 5 MALL11, 5 VISC11.

Além disso já deixei na conta da corretora a grana necessária para a subscrição das 15 cotas que tenho direito do GGRC11 (não estou contando esse dinheiro no aporte desse mês nem na carteira, só quando houver a liquidação).

Comecei o ano com 4 novos ativos na carteira: FLRY3, FRAS3, IVVB11 e VISC11.

- O IVVB11 é o ETF que espelha o índice S&P 500

- A Fras-Le (FRAS3) é uma microcap que atua no segmento de peças para veículos, especialmente lonas de freio para veículos pesados e pastilhas de freios.

- A Fleury (FLRY3) já é mais conhecida dos investidores, empresa especializada em análise clínica e laboratoriais

- Entrei de leve em VISC11 que é um FII atuante no segmento de shoppings, o que me deixa agora com 3 FIIs de shoppings (dois bons - VISC e MALL - e um lixo - FIGS).

Eventualmente falarei mais a fundo de alguns desses ativos em posts específicos ao longo do mês.

CARTEIRA:






Esse mês meu patrimônio penetrou na barreira dos R$ 300k e é só o começo. Esse ano vai decolar mais ainda!


Esse mês vou parar de procrastinar e zerar essa minha conta poupança e o Fundo DI (que é tão lixo que tem rentabilidade menor que a poupança). Vou botar uns R$ 20k em Tesouro Selic, como reserva de emergência, e o resto em CDB de liquidez diária, aguardando oportunidades na renda variável (ou mesmo na renda fixa, já que hoje os CDBs e LCIs da vida estão dando rentabilidades pífias).

A rentabilidade de cada tipo de investimento ficou da seguinte forma:


E a rentabilidade geral ficou assim:



Esse mês foi incrível para minhas ações, 15% de rentabilidade, coisa de louco:

Maiores altas: CIEL3 (+34,31%), KROT3 (+28,86%), EGIE3 (+26,74%) e SAPR11 (+20,34%)

Maiores baixas: FIGS11 (-14,77%), GGRC11 (-2,16%), GRLV11 (-0,76%)

Meus dois patinhos feios (CIEL3 e KROT3) mostrando serviço! Até o MFII11 que eu jurei de morte, está se recuperando bem. GRLV também boto fé que vai se recuperar, só o maldito FIGS que é só decepção, erro de principiante, mas que me deixou a lição!

Títulos públicos também voando baixo! Só para dar uma ideia, o meu Tesouro IPCA 2045, que investi em maio/2017 já está com rentabilidade acumulada de 45%. Sou adepto do lema de não girar a carteira mas talvez nesses patamares valha a pena fazer uns cálculos e cogitar a possibilidade de resgate antecipado.

Para quem tiver curiosidade, segue a carteira de ações e FIIs:



Por hoje é só pessoal!

Abraço!

Senhor Ministro

segunda-feira, 28 de janeiro de 2019

Você Gostaria de Ser Promovido? Eu Não!




Faaaala pessoal!

Hoje mais um insight de carreira e negócios, dessa vez baseado em duas coisas: num vídeo que vi (já tem algum tempo) do Érico Rocha e numa situação de "dança das cadeiras" que estou presenciando no trabalho. Nesse vídeo o Érico Rocha narrava sua história desde quando era empregado de um banco de investimentos em Londres, até quando decidiu largar tudo e como montou sua empresa. Lógico que, pra efeitos de marketing, o cara vai dar uma glamourizada na história, mas um trecho me chamou a atenção...

Quando ele trabalhava no tal banco, recebia um excelente salário, porém estava infeliz no trabalho. Um dos insights que levou ele a largar tudo e voltar pro Brasil foi pensar o seguinte: aonde eu quero chegar trabalhando aqui? Se eu trabalhar muito mais e for reconhecido eu vou chegar onde eu quero? Eu quero estar na posição do meu chefe, ou do chefe do meu chefe?

Daí a reflexão foi que não tinha mais sentido ele continuar trabalhando ali pois ele não estava feliz com seu trabalho atual tampouco almejava ser promovido ou subir na carreira.

Eu acho que já falei aqui, mas já ocupei posição de chefia no meu trabalho e tem um pouco mais de 1 ano que estou sem cargo de chefia. No começo é chato tanto a perda financeira como a perda de poder de decisão e influência, porém com o tempo eu comecei a enxergar muitos pontos positivos como:

1. Possibilidade de estar focado em uma atividade específica (sem precisar responder 500 e-mails e ir para 200 reuniões) possibilitando uma maior especialização e aprofundamento no trabalho.

2. Mais liberdade de trabalho, podendo gerenciar seu tempo com mais previsibilidade.

3. Livre de preocupações chatas e burocráticas como de gestão de pessoas (folha de ponto, férias, recesso, etc) e de sistemas (atualizar o sistema de gestão de processos, o de atividade finalística, o de não sei o que, etc)

4. E o mais importante: mais tempo para se dedicar a coisas extra trabalho (família, amigos, esportes, renda extra, etc)


A verdade é que, infelizmente, em muitas organizações os chefes ao invés de serem gestores, conduzindo equipes para o sucesso e pensando estrategicamente o negócio, tornam-se meros apagadores de incêndio, tendo que passar o dia inteiro resolvendo assuntos pontuais, participando de reuniões e respondendo e-mails. 

Como eu narrei no início, estou presenciando uma certa "dança das cadeiras" com algumas pessoas conhecidas no trabalho e conversando com elas vejo o quanto alguns estão angustiados e chateados com a possibilidade de perderem seus cargos. Nesses momentos a politicagem corporativa rola solta e não necessariamente as pessoas boas serão as promovidas ou escolhidas para algum cargo de liderança.

Estar fora desse circuito me dá um certo alívio e sensação de liberdade, pois não fico na dependência de convites para cargo de chefia, e se eventualmente eu quiser trabalhar em outro setor ou departamento, basta acionar alguns contatos e consigo mais facilmente uma movimentação (já que não há gratificações ou cargos envolvidos nessa negociação). 

Sinceramente hoje eu não tenho vontade de ocupar a posição do meu chefe, nem do chefe do meu chefe, porém isso não significa que estou infeliz no trabalho, pelo contrário, sair desse circuito está me possibilitando me tornar um profissional muito melhor e ter muito mais liberdade. Essa última palavrinha (liberdade) é minha prioridade no momento!

Abraços,

Senhor Ministro

terça-feira, 22 de janeiro de 2019

Diploma de Ensino Superior Ainda Vale Alguma Coisa?

Diploma de Ensino Superior Ainda Vale Alguma Coisa?

Faaaala pessoal

O papo de hoje é sobre faculdade/universidade no Brasil. Muita coisa que escrevo aqui vem de algum insight que tenho no dia a dia, que me leva a alguma reflexão e acabo desenvolvendo a ideia aqui. Pois bem, já relatei aqui antes que gosto de ouvir podcasts enquanto dirijo, é uma forma de transformar um tempo "morto" num espaço de aquisição de conhecimento.

Pois bem, estava ouvindo esses dias um podcast do Raiam Santos (Mundo Raiam) em que ele entrevista a Kim Farrel, uma garota americana que se tornou gerente/executiva de marketing do Google no Brasil. Nessa entrevista a Kim conta toda a história dela que é muito baseada no meio acadêmico americano, toda a saga de tirar boas notas, ter comportamentos destacados, ser aceita em grandes universidades (ela estudou em Harvard), o perfil de profissional formado por cada universidade, o prestígio profissional que tem os profissionais formados em determinadas universidades (ela até cita que na entrevista pra trabalhar no Google havia um requisito de ser formada nas top 10 universidades do país), etc.

Pode ser que para muitos tudo isso não seja novidade, mas para mim, alguém que nunca se interessou nem pesquisou sobre fazer faculdade nos EUA, achei bem curiosa a cultura americana relacionada ao ensino superior, principalmente em dois pontos: o diploma universitário em determinadas universidades ter um peso decisivo no currículo e na vida da pessoa; e as grandes universidades terem mentes brilhantes como professores formando outras mentes brilhantes.

Talvez eu tenho caído um pouco na romantização da coisa, mas pelo que foi "pintado" percebi uma diferença abissal com a realidade de hoje no Brasil. Acho que há uns 25 ou 30 anos atrás havia uma cultura aqui de se estudar pesado para entrar em universidades públicas, pois eram as que tinham o melhor ensino (além de ser de "graça") e tinha uma ou outra particular de muito destaque que também eram muito disputadas.

Com todo o boom de democratização do ensino superior, principalmente por meio do FIES e Prouni, houve uma explosão de criação de faculdades, muitas com ensino de qualidade duvidosa, sem qualquer critério de seleção, prontas para entregar o diploma para qualquer um com cérebro maior que de uma formiga (desde que eles, ou o governo, paguem as mensalidades), as famosas Uniesquinas.

diploma universitario


Resultado: o diploma de ensino superior perdeu seu valor, recém formados sofrem para conseguir empregos mal remunerados.

Faz bastante tempo que estou por fora desse meio acadêmico e de busca por emprego, porém minha percepção é que mesmo diplomas de universidades públicas já não tem tanto valor também. É como se a contaminação do mercado tivesse afetado a todos, mais ou menos como acontece no mercado de venda de carros usados: como tem muito vendedor picareta, os bons vendedores acabam ficando com a má fama também.

E aí o cidadão acaba dedicando 4 anos de sua vida e boa parte de seus recursos financeiros, até mesmo contraindo dívidas elevadas, em um projeto de ensino que tem mais probabilidade de não lhe dar o retorno esperado do que o contrário.

Será que a tal democratização do ensino superior, da forma como foi feita, transformou o diploma de graduação num pedaço de papel sem valor? Eu não tenho uma resposta conclusiva pra isso, pois, como citei, não vivo essa realidade.

E você, o que acha? Como o seu diploma te ajudou ou como você espera que vá ajudá-lo? Como a sua empresa encara a questão da formação acadêmica para seleção e promoção de profissionais? Ainda vale a pena fazer faculdade?

Abraços,

Senhor Ministro

segunda-feira, 14 de janeiro de 2019

Se Você Nasceu em Família Pobre, Seu Problema Não é o Dinheiro!


Faaaala pessoal!

Esses dias reparei uma coisa curiosa onde trabalho e que me levou a uma reflexão pesada sobre a capacidade que as pessoas tem para ganhar, ou não, dinheiro. Deixe-me explicar.

Em qualquer ecossistema da sociedade as pessoas tendem a se organizar em castas com características semelhantes. Por exemplo, na escola os vagabundos tendem a fazer amizade com outros vagabundos, os nerds com nerds, os populares com populares e os impopulares com impopulares. Na igreja vai ser a mesma coisa, na vizinhança a mesma coisa e no trabalho a mesma coisa.

Esses dias estava reparando isso no meu trabalho: os servidores de alto escalão tendem a andar apenas com outros servidores de alto escalão, os servidores "normais" tendem a andar com outros servidores "normais", os terceirizados tendem a andar com outros terceirizados, os estagiário com estagiários, e os prestadores de serviço com outros colegas semelhantes.

Qual a relação disso com dinheiro? TODA!

Se eu me cerco apenas de pessoas semelhantes a mim a tendência é que a minha forma de enxergar as coisas seja sempre a mesma, que minha mente enxergue sempre as mesmas oportunidades e os mesmos riscos. Se eu puxar o papo "empreendedorismo" e "marketing digital" com um casal de servidores públicos em que cada um ganha R$ 10 mil, eles provavelmente farão pouco caso ou mesmo críticas sobre o assunto, já que a bolha deles (em que eles vivem bem) são aqueles dois contracheques de R$ 10 mil.

Quer ver só? Outro dia escutei duas terceirizadas conversando sobre concursos, dando conselhos uma para a outra sobre a forma como estavam estudando, quais matérias estudar, etc. Ai eu pensei: nenhuma das duas passou em qualquer concurso pra estar dando conselhos uma para outra e, ironicamente, elas trabalham num órgão com um dos concursos mais disputados do Brasil, por que não pedir conselhos para algum dos centenas de servidores que já passaram por esse desafio e que trabalham ao lado delas?

Todo mundo conhece aquele ditado que diz: você é a média das pessoas com quem convive.

Sendo assim, para crescermos em alguma área da vida o ideal é buscarmos conviver com pessoas que já chegaram lá ou que pelo menos estão no caminho certo.

Dito isso, vou ao título do post: quem nasce em família pobre precisa vencer uma coisa que é muito mais forte que a falta de dinheiro que é a...

MENTALIDADE DE POBREZA!



É muito louco mas quem não abre os olhos pra isso e vai vivendo aquela vida "pré determinada" vai deixando que suas condições econômicas as molde. Eu vejo muito isso no trabalho, os servidores efetivos (bem remunerados e a maioria de famílias com condições razoáveis) se comportam de uma maneira totalmente diferente dos terceirizados (salários baixos e famílias humildes).

Não me refiro ao preço da roupa ou ao carro que andam, mas em relação a aspectos comportamentais. A entonação da voz, o vocabulário, a forma de falar, a forma de andar, os hábitos alimentares, o tipo de roupa que vestem, a forma física, as coisas sobre as quais conversam, etc. É como se só de olhar, mesmo sem um crachá pra distinguir, você consegue identificar a qual "casta" pertence determinada pessoa.

A mesma coisa aconteceria se um grupo de jovens empresários observasse a minha casta, de servidores efetivos, iriam olhar com desdém pensando que são pessoas que trocam seu tempo por dinheiro, que tem sua renda limitada a um contracheque, que se submetem a cumprir horários em troca de um salário, que não tem liberdade, etc.

CONCLUSÃO


A moral dessa história é que um dos passos mais importantes para crescermos em uma determinada área da vida é buscar conviver com pessoas que tenham esse mesmo objetivo e, principalmente, com pessoas que já chegaram lá.

A própria blogosfera de finanças é uma forma genuína de convivermos com pessoas que estão na busca da independência financeira e com algumas que já chegaram lá.

Então se você quer passar em um concurso, troca ideia com alguém que já fez isso.
Se você quer montar um negócio digital, troca ideia com alguém que já fez isso.
Se você quer ficar sarado com barriga de tanquinho, troca ideia com alguém que já fez isso.
E se você quiser sair da pobreza, troca ideia com alguém que já fez isso.

Abraços,

Senhor Ministro

quarta-feira, 9 de janeiro de 2019

Atualização Patrimonial Dezembro/2018: R$ 295.543,59


Faaaaala galera!

Não sei se alguém percebeu mas tirei um período sabático aqui do blog, aproveitando muita sombra e água fresca nesse final de 2018 e início de 2019. Novo ano, e renova-se a esperança de alcançar a tão sonhada independência financeira, sem deixar, claro, de ser feliz durante essa jornada!

Pois bem, financeiramente falando talvez você já tenha percebido que eu não alcancei a meta de patrimônio de R$ 300k porém cheguei muito perto disso! No fim das contas, o que importa é acreditar e seguir o processo que os resultado virão!

Como esse é o fechamento anual, eu optei por incluir na carteira os recursos parados em caixa, já que nesse final de ano, num misto de desleixo e preguiça, eu deixei um bocado de dinheiro assim. No fim das contas não deixa de ser dinheiro né?

Ademais, fui tomado por uma euforia empreendedora nos últimos tempos e no final do ano passado eu dei meu pontapé inicial num negócio online que eu vinha flertando há um tempo. Por enquanto não monetizei nada, mas a base de seguidores/curtidores está crescendo muito rápido. Pretendo até o fim de janeiro fazer minha primeira tentativa de monetização.

Na verdade essa minha euforia empreendedora não pode ser chamada de euforia pois é algo que tenho desde sempre, vide um dos primeiros posts que fiz aqui no blog (veja aqui) e que até hoje é um dos mais populares. Mas se tem algo que me deu uma impulsionada forte foi o livro "The Millionaire Fastlane", um livro que estava bem fora do meu radar mas foi uma surpresa muito positiva (embora o autor detone a teoria da ser frugal e enriquecer no longo prazo aportando parte do salário, que é o que a maioria de nós aqui fazemos).

O livro tem uma versão em português que é vendida por uma empresa de marketing (que tem a licença do livro) mas eu preferi comprar a versão em inglês na Amazon, tanto por ser mais prático comprar direto na Amazon e ler pelo app do Kindle, como para dar uma treinada no inglês e também por ser BEM mais barato (R$ 19,00). Depois pretendo fazer uma resenha do livro. Quem se interessar pode ver mais detalhes pelo link abaixo:


Vamos ao que interessa então, à carteira final de 2018 ficou da seguinte forma:





Rentabilidade foi a seguinte:


Como se pode perceber os produtos de renda fixa que seguraram a rentabilidade do ano e permitiram que eu encerrasse o ano com um número levemente positivo. Em relação as ações, apesar de ter fechado o ano com uma baixa de 10%, eu acredito na minha carteira e acho que, de uma forma geral, estou indo no caminho certo. Já em relação aos FIIs, acredito que cometi alguns erros de avaliação nos meus primeiros investimentos, mas agora tenha uma visão muito mais madura e uma capacidade de análise muito melhor.

Isso que é interessante e desafiador de medir a rentabilidade, saber discernir quando uma rentabilidade negativa da sua carteira significa apenas uma variação normal de mercado e quando significa um erro de avaliação seu. A medida que se amadurece no mercado essa percepção vai ficando mais nítida. O contrário também é verdadeiro, uma carteira positiva em um mês ou um ano, não necessariamente significa que se está indo no caminho certo, isso pode iludir algumas pessoas.

No fim das contas o mais importante é estratégia e direção: confiar na suas estratégia de investimento e seguir na direção traçada. Sem esquecer do principal: o APORTE!

Pra fechar esse post só uma observação em relação à renda passiva: eu passei uns 20 dias sem encostar aqui no blog, mesmo assim o blog me gerou, nesse período, U$ 2,00 de receita. Uma mixaria, sim, já que Adsense não é o nosso forte (nem nosso foco) aqui, porém é um simbolismo interessante do que é uma renda passiva.

That's all folks!

Feliz ano novo pra todo mundo!

Abração!

Senhor Ministro

terça-feira, 18 de dezembro de 2018

Nova Emissão do GGRC11: Vale a Pena? Quais os Riscos?

Emissão do GGRC11


Caso você não conheça, o GGRRC11 é um Fundo Imobiliário de imóveis logísticos e industriais, relativamente recente (lançado no primeiro semestre de 2017) mas que já acumula patrimônio de mais de R$ 460 milhões e é atualmente um dos mais negociados da bolsa.

Uma das coisas que chama a atenção nesse fundo é a quantidade e diversificação dos imóveis: hoje o fundo é proprietário de 13 imóveis e, ao contrário de muitos outros FIIs que se concentram no eixo Rio-São Paulo, esses imóveis são espalhados em oito estados em diversas regiões do Brasil (PR, SC, SP, MT, GO, PB, MG e RS).

Outra informação importante acerca desse fundo é que todos os seus contratos são atípicos, isso quer dizer que são contratos de longa duração (vencimentos entre 2025 e 2033) e que preveem, caso o locatário rescinda o contrato, multa correspondente ao pagamento integral dos aluguéis de todo o contrato, garantindo assim mais proteção ao fundo.

Outro ponto positivo do fundo é sua gestão. Trata-se de um fundo de gestão ativa e, portanto, o tino imobiliário do gestor pode causar grande impacto, positivo ou negativo, no ativo. No caso do GGRC11 o impacto parece estar sendo positivo, pois a gestão do fundo demonstrou aptidão para negócios imobiliários: as alocações iniciais de recursos foram feitas rapidamente e, em out/2018, um dos imóveis foi alienado, sendo prontamente sucedido (em nov/2018) da aquisição de um novo imóvel nos mesmos moldes dos demais (Sale and Leaseback - explico o que é isso mais a frente - e contrato atípico).


A última distribuição de rendimentos foi de R$ 1,08 por cota e o preço atual da cota é de cerca de R$ 130,00 o que dá um Dividend Yeld de 0,8% a.m e de cerca de 10% a.a, um ótimo Yeld, entretanto no valor dessa distribuição ainda há  alguma coisa relacionada à recente alienação de um imóvel, de forma que um DY mais realista seria de algo em torno de 9% a.a, o que, ainda assim, é um excelente rendimento. Esse DY pode melhorar muito ainda se considerarmos o preço de aquisição da cota na emissão, que falaremos a seguir...

3ª EMISSÃO GGRC11


Em 03 de dezembro de 2018 foi aprovada em assembleia a 3ª emissão de cotas do GGRC11, num valor total de até R$ 300 milhões, portanto o fundo vai quase dobrar de tamanho, é uma emissão bem ousada!

Então vamos ao que interessa: hoje no mercado secundário a cota do GGRC11 está sendo negociada por volta de R$ 130,00, na emissão o preço da cota vai ser de R$ 116,70. Como geralmente acontece nas emissões em que há um desconto relevante em relação ao preço negociado no mercado secundário, espera-se que o preço de negociação desse ativo dê uma baixada, porém isso é só especulação. A verdade é que o preço da emissão parece bastante atrativo.

Importante: os atuais cotistas terão direito de preferência na aquisição de cotas nessa nova emissão, na proporção de 57,56% de sua participação. Eles devem divulgar mais detalhes acerca dessa continha na divulgação oficial da oferta de cotas.

O valor mínimo para entrar na emissão é o de R$ 1.167,00, correspondente a 10 cotas, exceto para os cotistas que exercerem seu direito de preferência, nesse caso não há valor mínimo. A oferta terá duração de 6 meses.

QUAIS OS RISCOS DO GGRC11

Emissão do GGRC11


Uma das principais características do GGRC11 é o modelo de negociação Sale and Leaseback adotado em todas as suas aquisições. Como isso funciona? Vamos a um exemplo.

Uma empresa industrial XYZ é proprietária de um grande galpão logístico onde funciona um de seus centros de distribuição. A empresa está precisando de capital para expandir seus negócios, mas as linhas de crédito que ela está conseguindo estão com juros muito altos.

Qual saída para empresa levantar capital? Ela chega para o Fundo Imobiliário e faz a seguinte proposta: "eu te vendo esse meu galpão logístico e alugo ele de você num contrato de longa duração, assim você já vai comprar um imóvel com um inquilino garantido"

Para o fundo é um bom negócio, pois compra um imóvel com um inquilino já garantido e para a empresa é um bom negócio pois ela recebe uma injeção de capital (referente à venda do imóvel) e os aluguéis que ela vai pagar para o fundo são menores que os juros bancários que ela pagaria caso pegasse um empréstimo.

Mas é justamente aí que está o maior risco do fundo!

Ao adotar esse tipo de contrato o fundo praticamente entra numa parceria com a empresa, pois o imóvel é totalmente personalizado para as necessidades daquela empresa. Então eventualmente se a empresa enfrentar dificuldades financeiras e começar a atrasar aluguéis o fundo ficará numa situação delicada, pois ruim com aluguéis atrasados, pior com a empresa falindo!

Além disso, se a empresa falir ou optar por rescindir o contrato (mesmo com as multas elevadas) o fundo pode ter alguma dificuldade para realocar os imóveis uma vez que, como citado, são imóveis totalmente personalizados para as necessidades de uma empresa específica, e localizados em áreas, por vezes, distantes de grandes centros comerciais.

Portanto nesse tipo de fundo a atuação do gestor é primordial, tanto no sentido de estar ligado no mercado imobiliário, mas também de estar próximo aos locatários tentando sempre alinhar os interesses deles com o interesse do fundo.

Importante destacar que os gestores sabem desses riscos e adotaram medidas para mitigá-los como a contratação de seguros, alienação fiduciária de ativos em garantia, e inserção de cláusulas de compra e venda do imóvel nos contratos. Porém, ainda assim é um risco que precisa ser considerado.

CONCLUSÃO


Esse é um fundo que vem crescendo muito e ganhando muito destaque ultimamente no mercado de fundos imobiliário. Eu particularmente gosto do fundo, tenho algumas cotas dele e pretendo comprar mais cotas nessa nova emissão. Obviamente que isso não se trata de uma recomendação, mas apenas a exposição da minha intenção de investimento.

Entretanto, é preciso estar ciente dos riscos envolvidos. Os contratos firmados até agora são muito vantajosos para o fundo, com cap rate elevado, porém é um ativo que ainda não passou por nenhuma provação mais desafiadora.

E você, vai entrar nessa emissão?

Abraços,

Senhor Ministro

quinta-feira, 13 de dezembro de 2018

Palestra Motivacional é Melhor que Palestra "Desmotivacional"

Palestra Motivacional é Melhor que Palestra "Desmotivacional"

Eu vejo muita gente por aí que torce o nariz ou faz chacota com livros de autoajuda ou palestras motivacionais. Geralmente dizem que esse tipo de conteúdo é caça-níquel e que não tem efeitos práticos na vida.

Em parte eu posso até concordar, tem gente que usa os conteúdos motivacionais como uma forma de fuga, pessoas que se viciam em consumir esse tipo de conteúdo para viver a ilusão que está se tornando uma pessoa melhor, que está melhorando a sua vida, sem, contudo, colocar em execução qualquer projeto ou mudança de comportamento que efetivamente faça alguma diferença.

Entretanto, me parece irônico que tanta gente torça o nariz para conteúdos motivacionais mas, por outro lado, deem todos os ouvidos para conteúdos “desmotivacionais”. Na verdade eu até sei o motivo disso: as “palestras desmotivacionais” que ouvimos geralmente veem de pessoas próximas a nós, que, pelo menos em tese, querem o nosso bem, por isso exercem tanta influência na nossa vida.

Por exemplo, quando você começa a conversar de investimentos e independência financeira com alguém próximo (cônjuge, amigo, pais, parente, etc) essa pessoa pode dizer que “isso é besteira, tem que viver a vida, ninguém sabe o que vai acontecer amanhã, isso é pra quem tem muito dinheiro, etc”.

Ou então você decidiu investir num negócio online buscando ser uma autoridade em alguma área que você manja e quem sabe ganhar dinheiro com consultorias, mentorias, cursos, etc. Mais uma vez alguém próximo vai dizer: “esse negócio de ser "blogueiro" não dá dinheiro, já tem muita gente melhor que você fazendo isso, pra ensinar isso você precisa ter um pós-doutorado, etc”.

Ou você decidiu começar a praticar um esporte e, mais uma vez, pessoas próximas dizem: “você não tem porte físico pra esse esporte, esse esporte tem muita lesão, você nem tá ganhando dinheiro com isso, etc”.


Palestra Motivacional é Melhor que Palestra "Desmotivacional"




Eu podia dar inúmeros exemplos de “palestras desmotivacionais” que comumente ouvimos de amigos, cônjuges, pais, parentes, etc.

Por gostarmos dessas pessoas e acreditarmos que elas estão pensando no nosso bem, temos a tendência de dar muita importância a esse tipo de “conselho”, muito mais do que deveríamos. Porém poucas pessoas conseguem enxergar realmente o que acontece que é um choque de valores. Se você preza pelos valores “liberdade e independência” vai, invariavelmente, entrar em choque com uma pessoa que tem forte os valores “segurança e estabilidade”.

Então se um pai quer apoiar o filho a ser independente, empreendedor, ficar longe de concursos públicos, ou sequer fazer faculdade, e a mãe, por sua vez, quer que esse mesmo filho passe na melhor universidade pública e passe no melhor concurso público, para ter bom salário e estabilidade, o que está acontecendo ai é um choque de valores.

É por isso que um velho jargão do mundo de autoajuda faz tanto sentido:

NÃO LIGUE PARA A OPINIÃO DOS OUTROS!!!

Na prática não dá pra ignorar totalmente a opinião dos outros, principalmente de pessoas importantes, caso contrário seríamos apenas idiotas antissociais e egoístas. Porém, acima de tudo, precisamos buscar a nossa individualidade, de fazer o que acreditamos, mesmo que seja passando por cima ou ignorando a opinião de pessoas importantes.

Mesmo que não dê certo e aquela pessoa fale “viu só? Eu te avisei”, não importa! Se acreditamos em algo e se esse algo está alinhado com nossos valores e projetos de vida, vale o risco. Se não der certo, é aprendizado!

Nesses momentos, a opinião de pessoas que tem os mesmos valores que a gente, mesmo que seja um total desconhecido - como um autor de livros de autoajuda, um palestrante motivacional, alguém que você conheceu em uma conferência de negócios, ou alguns blogueiros com endereço blogspot.com - vale muito mais que a opinião da sua esposa(o), namorada(a), pais ou amigos.

Abraços,

Senhor Ministro

segunda-feira, 10 de dezembro de 2018

Como Saber Se Uma Ação Está Cara ou Barata


Quando se trata de investimento em ações focado no longo prazo, o famoso Buy and Hold, existem duas correntes de pensamento: os que acham que o preço não importa e os que acham que o preço importa.

A primeira corrente prega que para nós, investidores individuais, não vale a pena se preocupar com o preço de uma ação, o foco deve ser integralmente nos fundamentos da empresa. A ideia é que se uma empresa for boa, e continuar boa, a melhor opção é ir aportado regularmente nela, sem se preocupar com o preço da ação pois, no longo prazo, a tendência é você estar sempre no lucro pois as compras nas baixas e altas vão se compensando.

A segunda corrente pensa mais ou menos parecido quanto a aportar em empresas que apresentem, e continuem apresentando, bons fundamentos porém há um elemento adicional: evitar aportar em empresas que, apesar de boas, estão com o valor da ação muito esticado, ou seja, estão muito caras. Adicionalmente, buscar empresas que estejam igualmente boas, porém com preço da ação atrativo, ou seja, estão baratas.

Eu respeito as duas correntes, porém me identifico mais com a segunda.

Mas afinal, como saber se uma ação está cara ou barata?

O leigo vai pensar inicialmente no valor absoluto da ação, então ele vai dizer que a OGXP3, cotada a R$ 1,71, está barata e que a ITUB3, cotada a R$ 30,00, está cara, porém sabemos que não funciona bem assim.

Uma ação é um pedaço de uma empresa, portanto o valor de uma ação vai depender basicamente de duas coisas: em quantos pedaços essa empresa está partida (quantidade de ações) e, principalmente, qual é o valor dessa empresa. Lembre-se que preço é o que você paga, valor é o que você leva.

Afinal, quem você acha que entrega mais valor, a OGX ou o Banco Itaú? A resposta é óbvia né, por isso faz todo sentido pagar mais caro pelas ações do Itaú, já que a probabilidade de a empresa continuar crescendo e/ou pagando dividendos é muito maior!

"Pode comprar que OGX está barata, menos de R$ 2,00"


Ok, mas como saber se a ação do Itaú está cara ou barata? É ai que está o X da questão!

A ciência que estuda isso é chamada de "valuation". Os especialistas em valuation utilizam modelo matemáticos para calcular o valor justo de uma ação. Se a ação estiver cotada abaixo do valor justo quer dizer que ele está descontada, e é uma boa opção de compra. Já se ela estiver cotada acima do valor justo, ele está muito esticada, devendo-se buscar outras opções de ações com maior margem de segurança.

Os métodos mais conhecidos de valuation são os feitos por fluxo de caixa descontado e por dividendos descontados, em que, basicamente, se estima um fluxo futuro de caixa ou dividendos e traz-se esses números a valor presente para compor o preço da ação. Falando assim parece simples mas são modelos avançados e que envolvem um elevado grau de subjetividade.

O método que eu mais gosto, e o mais simples, é o valuation comparativo por múltiplos. Um múltiplo é um indicador que compara o preço da ação com algum resultado relacionado à empresa. O múltiplo que eu mais gosto é o P/L que faz a relação entre o preço da ação e os lucros apresentados pela empresa. Basicamente o P/L diz em quantos anos eu vou recuperar meu investimento na empresa por meio da parte do lucro que eu "tenho direito".

Gosto de olhar o P/L histórico e comparar com empresas do mesmo setor a fim de identificar se a empresa que estou analisando está descontada ou esticada.

Logicamente que esse não é um método perfeito, ele pode apresentar algumas falhas, por exemplo: há empresas boas que embora operam com P/L alto, aparentemente caras, porém estão sempre crescendo mais e mais; há empresas com lucros não recorrentes que podem "mascarar" o P/L, empresas desacreditadas tendem a ter P/L baixo porém não necessariamente são oportunidades boas de compra, etc.

A verdade é que analisar uma ação unicamente pelos seus múltiplos, ou por qualquer outra forma de valuation, passa longe de ser garantia de sucesso. Uma boa análise envolve muitos outros critérios como ver se a empresa tem um histórico de lucros crescentes, ganho de market share, boa rentabilidade, endividamento controlado, boa gestão, geração de caixa, está inserida em um setor perene, tem uma diferencial competitivo, etc.

Fazer valuation, seja pelos métodos mais complexos ou pela análise de múltiplos, é um "plus" na análise, pode te ajudar a fazer melhores negócios ao comprar ações mais descontadas, porém não pode ser considerado, por si só, um critério suficiente de sucesso.

Abraços,

Senhor Ministro

quinta-feira, 6 de dezembro de 2018

Retrospectiva 2018 Blog "Ministro do Investimento" (51 posts, 56 mil acessos, 1.008 comentários)



Fala pessoal, chegando o fim do ano e é hora de fazer a retrospectiva do blog!

No ano passado eu também a fiz (embora tivesse apenas 7 meses de blog) e esse ano é a primeira retrospectiva de um ano calendário completo!

A gente vai adquirindo experiência na blogosfera e vai vendo muitos blogs surgirem e logo desaparecerem, muitos blogueiros experientes desistindo ou desacelerando suas atividades online, assim como muitos outros surgindo e fazendo excelentes trabalhos.

É um constante desafio manter a criatividade e entregar conteúdo de valor aqui, mas é um desafio gratificante. De alzheimer "nóis" num morre!

Ainda quero ver esse blog crescendo muito mais, mas, principalmente, que continue sendo um guia pra mim e para outras pessoas no rumo da independência financeira!

Vamos aos números apurados então:

Artigos Publicados


> 2017: 30 artigos publicados (média de 4 por mês)
> 2018: 51 artigos publicados (média de 4 por mês)

Nesse aspecto os números foram constantes

Número de Visualizações


> 2017: 16.134 visualizações (média de 2.305 por mês, 77 por dia)
> 2018: 55.940 visualizações (média de 4.661 por mês, 153 por dia)

Nesse aspecto o crescimento foi significativo, incremento de 102% no número de visualizações/mês.

Número de Comentários


> 2017: 674 comentários (média de 22 por artigo)
> 2018: 1.008 comentários (média de 20 por artigo)

Aqui teve uma pequena queda, porém nada significativo.

Artigo Mais Visitado


> 2017: o artigo mais visitado era o "A Blogosfera Está Disseminando Uma Mentalidade de Pobreza" com 828 visualizações
> 2018: o artigo mais visitado do blog atualmente é o "As Melhores Ações do Setor Elétrico" com 5.513 visualizações

Artigo Mais Comentado


> 2017: o artigo mais comentado era o "A Blogosfera Está Disseminando Uma Mentalidade de Pobreza" com 39 comentários
> 2018: o artigo mais comentado atualmente é o "Depressão Pós Bitcoin" com 56 comentários

Origem dos Visitantes do Blog


Na posição atual, as principais fontes de tráfego do blog são:

1. Google
2. Finansferas
3. Viver de Construção (in memoriam)

Obs: em 2017 o Google era apenas a 9ª maior fonte de tráfego do blog, hoje ganha de lavada das outras.

Meu objetivo para 2019, assim como foi antes, é continuar escrevendo com regularidade artigos que agreguem valor e gerem boas discussões, e, claro, continuar usando o blog como uma ferramenta para alavancar a minha própria vida financeira.

Abraços,

Senhor Ministro

terça-feira, 4 de dezembro de 2018

Atualização Patrimonial Novembro/2018: R$ 280.046,70 (+ R$ 8.732,71) e Rentabilidade (+ 2,0%)



Fechadas as portas do mês de novembro e adentramos no fatídico último mês do ano. Eu gosto muito do mês de dezembro, é um mês que geralmente significa viagem, rever família e amigos, festividades, e principalmente somos acometidos por aquele clima de reflexão sobre o que fizemos no ano e o que pretendemos fazer no ano vindouro.

Ainda vou analisar bem as metas atingidas e não atingidas porém eu estou particularmente muito otimista com o ano de 2019, sinto que alguns projetos interessantes iniciados em esse ano poderão dar bons frutos no próximo ano. Estou otimista com o país como um todo também.

BENEFÍCIO DE TER SEMPRE ORÇAMENTO SOBRANDO


Nos últimos meses eu tive alguns gastos não recorrentes expressivos, principalmente com passagens aéreas. E pô, bate aquela sensação de se estar gastando demais e fugindo do orçamento, mas o bom de se acostumar a viver com um padrão abaixo do possível é que esses golpes são absorvidos com muita suavidade e no fim do mês lá está a conta cheia de bolsonaros prontos para serem investidos.

Ter rendas extras também gera sensação semelhante, embora eu ainda não esteja tão desenvolvido nesse sentido, é muito bom você projetar que tem uma quantia X, e de repente brotar um aluguel aqui, um rendimento ali, uma venda acolá. A sensação é de liberdade!

Afinal, muito mais do que felicidade, dinheiro compra liberdade!

BATENDO ÀS PORTAS DA META DO ANO


A meta que estabeleci de patrimônio para o ano foi alcançar os R$ 300 mil. No período eleitoral, no auge do "mau humor do mercado" (odeio analista que fala isso kkkk), essa cifra pareceu distante porém a luz no fim do túnel já está aparecendo e já estou conseguindo enxergar o atingimento dessa cifra. O que vai mudar na minha vida? Nada, porém é sempre bom atingir uma meta estabelecida, e continuar crescendo sempre. Mas isso é papo para um post específico sobre as metas do ano...

Vamos, sem mais delongas, a carteira do mês de novembro:

INVESTIMENTOS E RENTABILIDADE


Aporte: R$ 5.235,86

2 GGRC11, 100 CIEL3, 50 HAPV3, 100 KROT3, 15 MALL11

(ainda sobraram uns R$ 2k na conta da corretora, não contabilizado nesse fechamento, pois eu simplesmente não identifiquei uma boa oportunidade de alocação)

A bolsa, com o otimismo generalizado em relação à economia do país, esticou bastante. Temos muitos bons papéis porém com múltiplos muito altos. Talvez por isso eu tenha optado por investimentos um pouco mais ousados esse mês, notadamente Cielo e Kroton, duas gigantes que estão extremamente desacreditadas (e justamente por isso rodando a múltiplos muito baixos) mas que eu acredito ainda terem bala na agulha para entregar muito valor a seus acionistas no longo prazo.

Nos FIIs, GGRC11 tem se mostrado um ativo muito bem administrado e vai brindar os seus cotistas com um preço bem competitivo numa vindoura nova emissão. Já o MALL11 foi uma opção pra dar uma diversificada no setor de shoppings aproveitando que esse é um dos poucos FIIs de shopping com preço atrativo (tirando o FIGS11, mas isso por conta da RMG). O MALL11 hoje é um monoativo, tem um ótimo shopping em Maceió, e está em processo de emissão para adquirir mais ativos (o que é um grande receio dos investidores, de o fundo acabar comprando algum shopping meia boca).

A carteira ficou assim:


A rentabilidade dos investimentos foi a seguinte:


Ações, FIIs e títulos públicos subindo forte, sabe-se lá até quando! Inclusive notícias como essa me deixam um pouco preocupado, é o famoso "som dos violinos". Daqui a pouco o William Bonner tá falando de ações no Jornal Nacional, ai é sinal vermelho de alerta!

A carteira atual de ações e FIIs é a seguinte:

Quando peguei essa tela o mercado já estava aberto, as cotações podem divergir do fechamento

E é isso ai, que venha dezembro, que venha salário, que venha o que sobrou do 13º, que venha sei lá o que tiver por vir e que venha os R$ 300k.

P.S: eu vou tirar esse dinheiro da poupança, eu prometo!

Abraços

Senhor Ministro