Há um tempo atrás, participando de uma reunião, eu indicava para os integrantes da outra ponta da mesa a urgência de tomar uma atitude para solucionar determinado problema, que já se arrastava há bastante tempo. Os interlocutores reconheceram a relevância do problema, porém relataram que não poderiam fazer nada no curto prazo, por se tratar de um tema complexo, que demandaria a participação de outras entidades, de pessoal especializado e estudos técnicos. Informaram então que qualquer atitude demandaria um prazo bem longo.
Ressaltei então que o problema já vinha se arrastando há anos, que várias pessoas já tinham pego aquele “abacaxi” mas nunca tomaram atitudes concretas para resolvê-lo. Falei então que era preciso tomar uma atitude urgente para dar um jeito naquilo, alguma solução rápida precisava ser encontrada, mesmo que não fosse a melhor e mais perfeita possível.
Foi aí que eu falei a frase que intitula esse post: “feito é melhor que perfeito”. Apesar de ser uma expressão bem conhecida, naquela reunião ninguém a conhecia, e fez até relativo sucesso.
A verdade é que, muito possivelmente, os tais “estudos técnicos” de longo prazo que estavam sendo propostos, seriam só mais uma forma de postergar a solução do problema e empurrar o pepino para outro (como já deve ter sido feito anteriormente ao longo dos anos). Ou seja, apenas um subterfúgio para evitar o enfrentamento do problema.
Todo mundo fingindo gostar da ideia enquanto pensam outras formas de postergar o problema |
Apesar de esse ser um exemplo corporativo, nós, em nossas vidas pessoais, muitas vezes adotamos a mesmíssima postura:
Nós até queremos investir em ações e fundos imobiliários mas temos medo de perder o dinheiro investido ou escolher os papéis errados;
Nós até queremos iniciar um negócio, mas temos medo de colocar a cara a tapa e no fim das contas o empreendimento fracassar;
Nós até queremos malhar e ficar com o corpo sarado, mas temos medo de pagar a academia e no fim das contas nem pisarmos lá;
Nós até queremos sair de um relacionamento falido, mas temos medo de nos sentir solitários ou não achar mais ninguém interessante;
E o que a gente faz quando tem medo? Ou assumimos nossa covardia ou tentamos nos enganar. Poucos gostam de assumir sua covardia, então, ao invés disso se enganam:
Estudam empresas, se cadastram no Folhainvest, e planejam comprar milhares de ações mas nunca sequer abrem uma conta em uma corretora;
Estudam negócios, assistem conteúdo de vendas, buscam produtos, tudo para montar uma mega empresa que nunca sai do papel;
Leem sobre musculação e nutrição, os melhores alimentos, os melhores exercícios, as melhores academias, mas nunca pegam um peso sequer;
Conversa com amigo(a)s sobre seu relacionamento, participa de fóruns de relacionamento na internet, lê livros sobre o assunto, mas continua com o mesmo relacionamento falido.
Preparação, planejamento, estudo, tudo isso é muito importante, no entanto chega um ponto que o planejamento deixa de ser planejamento e passa a ser apenas uma forma de nutrir o medo, de sabotar a execução do plano.
Nada substitui uma coisa: a ação!
Mas como agir se, justamente, eu tenho medo de agir?
Para responder a essa pergunta, vou trazer uma lição do livro “Os Segredos da Mente Milionária”:
“As pessoas ricas agem apesar do medo. As pessoas de mentalidade pobre deixam-se paralisar pelo medo.”
É muito simples: a melhor forma de perder o medo de agir é dando o primeiro passo, ou seja, agindo!
Parece contraditório mas deixa eu explicar:
- Se você tem planos de alocar R$ 50 mil em ações, diversificando em pelo menos 5 setores diferentes, que tal começar comprando apenas R$ 500,00 de ações de uma única empresa?
- Se você quer lançar um negócio online super incrementado, que tal começar fazendo um Mínimo Produto Viável (MVP)?
- Se você quer perder peso e ficar sarado, que tal começar com uma caminhada de 20 minutos, duas vezes por semana?
- Se você quer melhorar ou se livrar do seu relacionamento, que tal começar chamando a parceira ou parceiro para uma conversa franca?
O primeiro passo é transformador!
Os primeiros R$ 500,00 investidos na bolsa, não são só R$ 500,00. São na verdade um grande quebrador de uma barreira invisível. Eu mesmo enrolei demais pra entrar na bolsa, por medo, medo de perder dinheiro, de não saber como fazer, de não escolher a melhor corretora, de não comprar as melhores ações.
Comecei em julho/2017 investindo R$ 3.400,00, um tanto perdidão, até dei uma vacilada na compra de uma ação que me levou a pagar corretagem desnecessariamente, mas foi uma quebra de barreira violenta. Hoje já tenho mais de R$ 30 mil investidos na bolsa, opero o home broker da minha corretora com naturalidade e obtive rentabilidades que não podia sonhar com a poupança: de acordo com meu fechamento de fevereiro/2018, minhas ações valorizaram 15,8% em 8 meses, e meus FII valorizaram 19,6% em 7 meses, isso sem mencionar os proventos recebidos. Antes disso, havia passado anos auferindo no máximo, 8% ao ano com a poupança.
O primeiro passo transforma, o primeiro passo abre portas que pareciam intransponíveis. Provavelmente o primeiro passo não vai ser o melhor que você pode fazer, provavelmente você vai fazer alguma coisa errada, mas o que importa é quebrar a barreira, afinal, feito é melhor que perfeito!
Abraços,
Senhor Ministro
Bem dito e bem feito!
ResponderExcluirValeu FP!
ExcluirAbraços!
Excelente... "o ótimo é inimigo do bom".
ResponderExcluirE ai Anon!
ExcluirEssa frase também sintetiza bem a ideia!
Não significa que devemos parar de buscar o "ótimo" e nos contentar com o "bom", mas sim que, em algum momento a coisa deve ser colocada em prática, mesmo que ainda não tenha atingido o nível "ótimo".
Abraços!
Excelente Sr. Ministro. Isto muito ocorre no setor público.
ResponderExcluirAbc
E ai FPI!
ExcluirInfelizmente isso acontece demais no setor público. Para cada grande problema apontado a solução adotada é criar um "grupo de trabalho" para estudar o problema e propor soluções. Na prática esses GT, na maioria das vezes, não passam de pura enrolação...
Abraços!
No órgão em que trabalho, a galera chama GT de ganha tempo.
Excluirkkkkkk
kkkk boa Anon, não conhecia esse trocadilho hehe
ExcluirPior que é isso mesmo...
Excelente sr Ministro, feito e escrito!
ResponderExcluirÉ isso ai Inglês!
ExcluirAbraços!
Bom post. Não ficar só nos pensamentos, e tomar ações para colocar seus planos em pratica, é fundamental.
ResponderExcluirAbraço e sucesso.
Exatamente DIL!
ExcluirEstava até ouvindo um podcast esses dias em que o profissional dizia que uma das grandes diferenças entre empreendedores bem e mal sucedidos era a seguinte:
- Empreendedores Fracassados: preparar, apontar, apontar, apontar, preparar, apontar, FOGO!
- Empreendedores de Sucesso: preparar, FOGO!
Abraços!
Muito bom SM ...
ResponderExcluirMe deu uma tapa na cara ler isto, em relação ao meu novo site ... Nunca lanço, faço, não tá bom, desisto de tudo ...
Se eu seguisse sua dica já estaria com ele pronto viu!
Serve pra vários aspectos da vida seu post!
Abração
E ai VdC!
ExcluirPois é, todos temos AQUELE projeto promissor, que acreditamos que será excelente, mas que não tomamos a atitude de colocar em prática!
Tentamos racionalizar dizendo que é "falta de tempo" ou "preguiça", mas no fundo, é o velho medo de não dar certo.
Com certeza é algo aplicável a qualquer esfera da vida.
Abraços!
Verdade, sair da inércia é o movimento mais difícil. A partir daí, fica muito mais fácil, pois o ser humano é extramemente adaptável a novas situações. O problema é abandonar a boa e velha zona de conforto. Belo texto, abraço!
ResponderExcluirE ai DM!
ExcluirCara, é exatamente isso! Sair da inércia é muito difícil, fazemos de tudo pra evitar. Mas depois de engatada a primeira marcha, a tendência é tudo fluir muito mais rápido e fácil do que imaginávamos.
Abraços!
E ai falido!
ResponderExcluirCara, essa carapuça serve pra muita gente nas mais diversas áreas da vida, o importante é ter a consciência de que precisamos fazer algo para mudar, e, como eu destaco no artigo, esse algo não precisa ser nada espetacular, mas dar apenas o primeiro e pequeno passo.
Abraços!
Excelente post.
ResponderExcluirÉ preciso vencer a procrastinação e colocar em prática as rotinas que nos direcionam aos nossos objetivos.
No serviço público existe muito isso de evitar fazer alguma coisa soba a alegação de necessitar da manifestação de não sei quantos setores e órgãos. Fica um eterno empurra-empurra e ninguém resolve nada.
Bem por isso detesto as malfadadas reuniões. Tem até a velha máxima. Quem quer fazer, faz. Quem não quer, faz reunião pra debater.
Abraço!
Fala ai Concursado!
ExcluirPois é, infelizmente o setor público peca muito nisso, as pessoas acabam se apoiando na burocracia e nas ambiguidades legais para postergar a solução dos problemas.
Também tenho minhas reservas em relação às reuniões, às vezes até acontecem debates interessantes, mas dificilmente se sai de uma reunião com uma decisão tomada ou com uma diretriz clara do que deve ser feito.
Abraços!
Meu amigo, essa postura gera uma grande diferença, em qualquer âmbito de nossa vida aliás, seja profissional, financeiro, amoroso..
ResponderExcluirabraços!
Com certeza Japa!
ExcluirDevemos nos policiar sempre para cultivar esse tipo de atitude!
Abraços!