quarta-feira, 28 de novembro de 2018

Para Lucrar na Bolsa é Preciso Nadar Contra a Maré (Comportamento Anticíclico)


Um dos principais gatilhos mentais a qual estamos sujeitos, inconscientemente, em nossas vidas chama-se "prova social". Ao tomarmos uma decisão, buscamos a confirmação se outras pessoas estão tomando a mesma decisão, afinal, quanto mais gente seguindo em um determinado caminho, maior a tendência de esse ser o caminho certo. Isso acontece no nosso inconsciente.

É por isso que se estamos num lugar desconhecido e queremos tomar um café, por não termos parâmetros anteriores para nos ajudar e por "praticidade mental", simplesmente optamos pela cafeteria que está mais lotada, já que se tem muita gente lá, quer dizer que o café deve ser muito bom. O mesmo acontece com a compra do frango assado pro almoço, perto da minha casa tem pelo menos uns 10 lugares que vendem frango, mas eu sempre tendo a achar que aquele que tem a maior fila é o melhor.

Porém, quando se trata de investimento em ações esse comportamento pode mais atrapalhar do que ajudar. Isso porque as grandes oportunidades na bolsa geralmente estão nos momentos anticíclicos, ou seja, quando todo mundo está dizendo que o Brasil vai quebrar, que o país não presta, que é melhor investir no exterior, etc. Vivemos um momento como esses há poucos meses e eu até escrevi um post afirmando que se alguém não acredita no Brasil, é melhor não investir na bolsa.

O mercado de capitais é um jogo de soma zero, para alguém ganhar, outro vai perder. É por isso que os grandes investidores tem no comportamento frio e racional o maior diferencial para sobreviver e se manter no lucro na bolsa de valores. Enquanto muitos vendem no pânico, os bons investidores aproveitam as oportunidades.

"Nossa minhas ações caíram 5%, vou vender pra não perder tudo!"


Falar é fácil, porém a grande massa de investidores só se sente confiante de investir em uma ação em, basicamente, duas hipóteses: ou se a ação está se valorizando ou se algum especialista/analista indicou a compra.

A primeira hipótese é falha uma vez que, no curto prazo, as ações podem oscilar sem necessariamente acompanhar uma visão de longo prazo dos fundamentos da empresa. Dois trimestres ruins podem derrubar a cotação de uma companhia, porém isso não significa muita coisa se estamos pensando em investimento para 10 anos ou mais.

A segunda hipótese também é falha uma vez que os analistas, embora possam ajudar a entender o mercado e até indicar algumas boas escolhas, tendem a optar pelo caminho da segurança, por indicar papéis que sejam bons para os investidores mas que, principalmente, não os comprometa (tem casa de análise boa apanhando até hoje por indicar Smiles, Multiplus e Wis). Isso quando não se trata de corretoras ou assessores de investimentos que só querem que o investidor gire patrimônio para pagar taxas de corretagem.

É como disse Warren Buffet: "Seja medroso quando os outros são gananciosos e seja ganancioso quando os outros estão com medo".

Abraços,

Senhor Ministro

P.S: tem sentido comparar Cielo com Forja Taurus? Sim, tem gente fazendo isso...

quinta-feira, 22 de novembro de 2018

As Empresas Mais Endividadas da Bolsa

As Empresas Mais Endividadas da Bolsa

Atualização: Para escrever esse post extraí os dados do site Fundamentus, porém notei que alguns dados estão divergentes para algumas empresas, distorcendo as posições no ranking. O post foi editado para refletir os número reais. Peço perdão aos leitores pelo equívoco!

Se tem um sintoma de uma empresa estar ruim das pernas, eu diria que o nível de endividamento é o principal deles. Muita gente deixa pra considerar uma empresa ruim apenas se ela apresentar prejuízo, entretanto o alto nível de endividamento é um sintoma que precede o prejuízo, é o início do fim para muitas empresas.

Claro que um endividamento elevado, por si só, não pode ser levado em conta para avaliar uma empresa: existem empresas bastante alavancas, ou seja, que contraem muita dívida porém usam esses recursos para gerar receita em montante superior aos juros pagos pelos empréstimos e financiamentos. Porém, não deixa de ser uma informação bastante elucidadora.

Então, sem mais delongas, vamos ao ranking. Para aferir o grau de endividamento, existem alguns indicadores diferentes (Dívida Bruta/PL, Dívida Líquida, Dívida Líquida/EBITDA, etc), nesse caso eu usei o indicador Dívida Bruta/Patrimônio Líquido, que mostra a capacidade geral de uma companhia saldar suas dívidas (inclusive com a venda de ativos se for necessário).

#5 Marfrig (MFRG3)

Abrindo o ranking, em 5º lugar temos a Marfrig. A empresa atua na área de produção, processamento, industrialização, venda e distribuição de proteína animal (bovinos, ovinos e aves) e outros produtos alimentícios como empanados, pratos prontos, peixes, vegetais congelados, sobremesas, etc.

O patrimônio líquido da companhia é de R$ 2,2 bilhões e sua dívida chega a cifra de R$ 19 bilhões, uma relação Dívida/PL de 8,59.

E os resultados dela, adivinha só, são desanimadores: desde 2010 a empresa não sabe o que é ter um balanço anual com lucro, prejuízo atrás de prejuízo!

#4 Ecorodovidas (ECOR3)

Em 4º lugar temos a Ecorodovias, empresa que atua principalmente na concessão de rodovias. A companhia tem um patrimônio líquido de R$ 778 milhões e sua dívida chega a R$ 7,4 bilhões, uma relação de Dívida/PL de 9,55. Ou seja, a dívida da companhia é 9,55x maior que o seu PL.

Além disso, é uma companhia com resultados "errantes" e com gestores envolvidos na Operação Lava Jato.

#3 Julio Simões Logística - JSL (JSLG3)

A medalha de bronze fica com a JSL, uma empresa de transporte de carga e logística em geral. A companhia tem patrimônio líquido de R$ 1 bilhão e dívida de R$ 11 bilhões, uma relação Dívida/PL de 10,11.

Além disso os resultado da empresa também não animam, além de ter registrado prejuízo nos dois últimos anos, a sua margem líquida é tão baixa que qualquer espirro coloca a empresa no vermelho.

#3 Tecnosolo (TECN3)

A medalha de prata fica com a Tecnosolo, uma empresa de engenharia, que atua desde a concepção do projeto até a execução das obras. O patrimônio líquido da companhia é de R$ 2,7 milhões e sua dívida chega a R$ 34,4 milhões, uma relação Dívida/PL de 12,54.

Além disso, os resultados financeiros dessa empresa empolgam menos que a campanha presidencial do Henrique Meirelles, uma típica "micocap".

#1 Metalfrio (FRIO3)

E a grande campeã do endividamento é a Metalfrio, uma multinacional brasileira e atua na fabricação de equipamentos de refrigeração comercial. A companhia tem patrimônio líquido de R$ 64 milhões e dívida de R$ 925 milhões, uma relação Dívida/PL de 14,36.

Os resultados dela, como nos outros casos, decepcionam. A companhia teve prejuízo em 4 dos últimos 5 anos.

CONCLUSÃO

Como eu citei no início do texto, o indicador de endividamento, por si só, não é suficiente para afirmar se uma empresa é boa ou ruim, porém, como se percebeu pelos cases apresentados, um alto endividamento é um forte indicador de saúde financeira debilitada de uma companhia.

Não à toa (com exceção da Ecorodovias), não se vê muito esses papéis nas carteiras dos investidores de longo prazo.

A propósito, por que diabos as pessoas gostam dessa Ecorodovias?

Abraço

Senhor Ministro

segunda-feira, 19 de novembro de 2018

Guia Rápido Para Investir Certo no Tesouro Direto (Sem Frescura e Direto ao Ponto!)


Eu adoro falar de renda variável aqui no blog, porém não podemos ignorar que existe um negocinho chamado renda fixa e ela tem sua importância dentro de uma carteira de investimento de longo prazo.

Sim, existem pessoas que fazem all in em renda variável, uma estratégia que tem seus riscos, assim como tem pessoas que fazem all in em renda fixa (muitos apenas em poupança, como eu antigamente) que igualmente tem seus riscos (relacionados ao custo de oportunidade), porém penso que um mix entre essas duas categorias de investimento é o cenário perfeito, tanto no sentido de proteção como expansão do capital.

Dentro dos investimentos em renda fixa, temos poupança, LCI, LCA, debêntures, CDB, LC, COE (sim, essa porcaria é quase renda fixa), CRI, CRA, etc, porém acredito que o principal investimento em renda fixa são os títulos públicos, carinhosamente conhecidos como Tesouro Direto.

Dentro do Tesouro Direto, por sua vez, temos três tipos de títulos públicos: Tesouro IPCA+, Tesouro Prefixado e Tesouro Selic.

Vou explicar agora de forma rápida e prática como funcionam esses três tipos de títulos e qual a função de cada um deles dentro de uma carteira de investimentos.

Tesouro IPCA+

Nesse título seu dinheiro vai render a inflação + um percentual definido na hora do investimento. No cenário atual a inflação tá em torno de 4,5% a.a e o percentual do Tesouro IPCA tá uns 5% a.a (depende da data de vencimento do título). Se a inflação aumentar, seu dinheiro rende mais, se a inflação diminuir seu dinheiro rende menos. Esse tipo de título se caracteriza por ser de longo prazo, hoje, por exemplo, estão sendo negociados títulos com vencimento em 2024, 2035 e 2045.

Há também a opção de comprar Tesouro IPCA com juros semestrais, isso quer dizer que todo semestre vai cair na sua conta os rendimentos desse título, com o devido desconto do imposto de renda.

Vantagem: seu dinheiro vai estar protegido da inflação, ou seja, você sempre garantirá a inflação mais um troco por um longo período de tempo.

Desvantagem: se você resgatar o título antes do vencimento estará sujeito à marcação de mercado e pode perder dinheiro.

Orientação Prática: Coloque em Tesouro IPCA dinheiro que vai pra aposentadoria, por isso invista em títulos com data de vencimento próximas a quando você tem expectativa de se aposentar. Não invista em títulos com juros semestrais, pois a cada juros que é retirado do montante é um valor a menos para ser capitalizado para o longo prazo.

Tesouro Prefixado


Nesse título seu dinheiro vai render a uma taxa fixa determinada no momento do investimento, hoje essa taxa está entre 8%  a 10% a.a, dependendo do vencimento do título. Esse tipo de título se caracteriza por ser de médio prazo, atualmente estão sendo negociados com vencimento em 2021, 2025 e 2029. Assim como no TD IPCA, também há a opção de comprar Tesouro Prefixado com pagamento de juros semestrais.

Vantagem: se você conseguir pegar um TD Prefixado com uma rentabilidade interessante (acima de 10% pelo menos) terá a oportunidade de "travar" essa rentabilidade por alguns anos.

Desvantagem: se você resgatar o título antes do vencimento estará sujeito à marcação de mercado e pode perder dinheiro. Além disso, se a inflação subir muito, você sairá prejudicado pois sua rentabilidade está "travada" e pode até perder para a inflação.

Orientação prática: Coloque em Tesouro Prefixado um dinheiro que você não vai precisar no curto prazo, porém vislumbra utilizá-lo no médio prazo (para comprar um imóvel ou trocar de carro por exemplo), ou que tenha a expectativa de alocá-lo em outro tipo de investimento futuramente. Não invista em títulos com juros semestrais, pois cada juros que é retirado do montante é um valor a menos para ser capitalizado para o longo prazo.

Tesouro Selic

Nesse título seu dinheiro vai ter rendimento igual à Taxa Selic, que é definida pelo Banco Central em reuniões realizadas a cada 1 mês e meio mais ou menos. Hoje ela está em 6,5% a.a. Se a Taxa Selic subir seu dinheiro rende mais, se a Taxa Selic cair, seu dinheiro rende menos. A principal diferença desse título para os outros dois é que ele não sofre com a marcação a mercado, seu rendimento é praticamente linear, por isso você pode resgatar a qualquer momento sem medo de perder dinheiro.

O Tesouro Selic pode até ser considerado a "nova poupança", pois rende mais que a poupança, tem rendimento diário (rendimento da poupança é mensal) e tem liquidez quase diária.

Vantagem: o dinheiro rende mais que a poupança (mesmo considerando o desconto de imposto de renda) e pode ser resgatado a qualquer momento sem riscos de perdas.

Desvantagem: esse título tende a render menos que os outros títulos disponíveis no Tesouro Direto e outras opções disponíveis no mercado

Orientação Prática: Coloque em Tesouro Selic o dinheiro da reserva de emergência, ou seja, aquela grana que você não se importa de render um pouco menos, pois o mais importante é ter ela disponível em eventuais necessidade urgentes (ou quase urgentes).

Taxas e Impostos a Pagar

Ao investir em Tesouro Direto, você estará sujeito à uma única taxação, que é a tarifa de custódia da B3 (Bolsa de Valores) referente aos serviços de guarda dos títulos e às informações e movimentações dos saldos. Portanto, não importa por qual corretora ou banco você invista, sempre terá a taxa de custódia da B3. O valor dessa tarifa é de 0,3% ao ano em cima do seu saldo investido. A cobrança é feita semestralmente, debitada direto da sua conta.

Em relação aos impostos, quando do resgate do título você pagará imposto de renda sobre o rendimento auferido. A alíquota do imposto varia de 22,5% a 15%. Se você investir por mais de 2 anos já garante a alíquota mínima, e mesmo que o investimento for inferior a 2 anos, em qualquer cenário o rendimento do Tesouro Direto bate a poupança.

Se o seu banco ou corretora quiser cobrar mais alguma taxa, simplesmente diga que vai comprar cigarros e não volte mais.

Conclusão

Em mais ou menos 800 palavras, que demandam algo em torno de 6 ou 7 minutos de leitura, destrinchamos tudo que importa sobre investir no Tesouro Direto. Agora basta colocar em prática e ficar rico (ou morrer tentando!)

Abraços,

Senhor Ministro

quarta-feira, 14 de novembro de 2018

Ainda Vale a Pena Investir em Cielo (CIEL3)?


Uma das empresas mais faladas na bolsa neste ano de 2018 foi a CIELO. Outrora queridinha dos investidores, uma das empresas mais lucrativas da bolsa, a Cielo figura agora como um case negativo: a cotação de suas ações atingiu queda superior a 60% desde o início do ano.

Mesmo que você seja totalmente alheio à bolsa de valores, já deve ter percebido o motivo: há pouco tempo atrás, pagamento com cartão era sinônimo de maquininha da Cielo, hoje essa situação está cada vez menos frequente, agora pagamos com maquininhas da Stone, da Pagseguro, da Getnet, da Rede, etc.

A concorrência aumentou e está tomando o lugar da Cielo, para tanto foi utilizada a mais primitiva das estratégias de mercado: a guerra de preços. Com taxas e condições mais competitivas, os lojistas, principalmente o pequeno e médio, começaram a substituir a Cielo pelas novas concorrentes.

A Cielo até que tentou, investiu em maquininhas mais modernas e em campanhas de marketing mais agressivas, porém na prática a companhia vem apanhando do mercado, os resultados obtidos em 2018 estão em tendência descendente em relação ao ano anterior: apenas no 3T2018, o lucro líquido chegou a cair quase 30% em relação ao 3T2017. O seguinte trecho, extraído do relatório da própria Cielo, é bem elucidador:

"Importante destacar que o yield de receita líquida foi negativamente impactado pela menor receita de aluguel, e pelo menor preço praticado como reflexo de um cenário mais competitivo".

E agora o que todos se perguntam é se estamos diante de um caso em que a empresa perdeu fundamentos e devemos ficar longe dela, ou é um caso de desespero exagerado do mercado abrindo a oportunidade de comprar ações de uma ótima empresa por preço de banana.

Comprar porque está barato ou vender porque perdeu fundamentos?

O que é certo é que a Cielo como a conhecemos, com margens de lucro na casa dos 35%, vai mudar. O novo presidente da companhia já sinalizou que vai entrar forte na guerra de preços para, pelo menos no curto prazo, barrar o avanço dos concorrentes. Ou seja, podemos esperar para o 4T2018 e até para 2019 queda nos lucros. A Cielo parece querer mostrar que na guerra de preços é ela que tem mais condições de sobreviver, até pela pomposa reserva em caixa de mais de R$ 4 bilhões.

Outra notícia preocupa o setor como um todo: o Banco Central anunciou que pretende, até 2021, implantar um sistema de pagamentos instantâneos por meio de QR Code que representará uma alternativa mais barata para os lojistas, dispensando o uso das maquininhas e creditando instantaneamente o pagamento na conta do fornecedor. Ou seja, o filão de compras no cartão de débito está sob ameaça!

Entretanto, nem tudo é esse inferno todo, a Cielo ainda é líder de mercado, detendo mais da metade do volume total de pagamentos processados no país. Uma companhia com lucros bilionários, altíssima geração de caixa e com margens ainda na casa dos 30%. O ROE apesar de vir apresentando quedas constantes, ainda pode ser considerada muito satisfatório, cerca de 25%.

Portanto, a conclusão é que estamos diante de um ponto de inflexão, a Cielo finalmente desceu do salto e reconheceu que os "pequenos", como Stone e PagSeguro, podem sim ameaçar o seu reinado, e era isso que muitos investidores vinham cobrando há tempos. Ao que tudo indica, a Cielo vai entrar de cabeça na guerra. Porém, no curto prazo isso custará a diminuição de lucro, é o preço da sobrevivência. A partir desse ponto ou a Cielo toma atitudes concretas para esboçar uma reação no médio prazo, ou afunda de vez.

Dessa forma, estamos naquele momento em que os especialistas vão precificar a ação lá embaixo, pois a maioria só olha para o curto prazo, no entanto, caso a companhia consiga crescer novamente, estamos diante de uma das maiores pechinchas da bolsa!

E ai, você confia na capacidade da Cielo se reinventar e barrar o avanço da concorrência ou é um caso perdido? Comenta ai!

Abraço!

Senhor Ministro

segunda-feira, 12 de novembro de 2018

Ficar Rico é Fácil, Difícil é Ganhar Dinheiro Todo Dia


O post de hoje é fruto de uma inquietação que sinto e que foi muito bem verbalizada por uma pessoa que sigo no Instagram. Esse cara (que eu sigo) é um jovem empresário, tem 32 anos, donos de um grupo de umas 10 empresas, e o foco dele é falar sobre empreendedorismo. Apesar de falar muitas coisas interessantes sobre negócios, o cara tem uma vida meio de playboy ostentação, apesar disso gosto das coisas que ele fala.


Recentemente eu assisti a um dos stories em que ele fez a seguinte afirmação: "ficar rico é fácil, basta ganhar R$ 10 mil e economizar R$ 9 mil, depois de 20 anos você vai estar rico. O difícil é ganhar dinheiro todo dia, esse é o desafio".

Apesar de eu achar que o objetivo da frase foi levantar aquele velho debate "ser empregado x ser dono do negócio", minha abordagem sobre essa frase será um pouco diferente.

Simplificações grosseiras à parte, essa frase me levou a algumas reflexões relacionadas ao enorme risco de vivermos sob a condição de receber salário uma vez por mês de uma única fonte de renda. Mesmo para quem é empresário ou autônomo (talvez principalmente para esses), depender de um único tipo de produto ou serviço pra lhe dar renda também pode ser uma atitude deveras arriscadas.

Quando se investe no mercado financeiro, uma das premissas básicas é a diversificação, de forma a diluir o risco. Quem faz all in em algum investimento específico geralmente é taxado de louco e tem grande possibilidade de tomar ferro (e vimos alguns se dando muito mal com all in em criptomoedas recentemente).

O mesmo princípio deve ser aplicado às nossas vidas pessoais: é arriscado confiar em uma única fonte de renda. E se seu chefe for substituído e o novo chefe não gostar do seu perfil? E se o ramo de atuação da empresa passar por uma crise? E se surgir concorrência predatória? E se a regulação estatal inviabilizar o exercício de uma profissão? E se a sua principal fonte de clientes, redes sociais, por exemplo, restringir o seu alcance?

Servidores públicos tendem a estar numa situação mais confortável em relação a esse tipo de risco, no entanto não dá pra relaxar, as coisas podem mudar de uma hora pra outra, nada é garantido. Pra essa categoria, o maior risco que vejo é de congelamento salarial, fazendo com que a inflação corroa a renda.

Tem gente que nem gosta de pensar nisso para não perder a cabeça



Por isso que, há um tempo, eu me lancei o desafio de diversificar as fontes de renda, de "ganhar dinheiro todo dia". De início parece algo incompatível, já que o nosso trabalho principal nos ocupa durante todo o dia. Para algumas pessoas essa desculpa pode até ser procedente, pois são exigidas dentro e fora do horário de trabalho, porém, para a maioria, acredito que é plenamente possível conciliar uma renda paralela.

No começo a gente fica meio travado, pois nos acostumamos a "ser" a nossa profissão principal. Somos advogados, contadores, engenheiros, médicos. Mas a verdade é que isso não nos limita, as possibilidades são imensas. Esses dias mesmo estava conversando com um colega de profissão que manja dos "paranauê" de milhas aéreas e inclusive participa de grupos especializados nisso. Os caras têm todo tipo de técnica para ganhar mais milhas e alguns faturam muito bem com isso.

Nos últimos meses minhas rendas extras não foram tão relevantes frente ao meu salário, porém o importante é dar o primeiro passo, é pensar fora da caixa. Nesse período, além da minha renda principal, obtive renda de quatro outras fontes (sem considerar as aplicações financeiras), e pretendo ao longo dos próximos meses gerar ainda mais caixa e consolidar melhor uma ou outra fonte de renda que se mostraram mais promissoras. Isso sem falar na possibilidade de implementar novas fontes de renda, já que ideias não faltam, o difícil é executá-las.

As aplicações financeiras, por si só, não deixam de ser uma forma de diversificar a renda, porém estou me desafiando a fazer mais que isso.

E você já pensou nisso?

Abraços,

Senhor Ministro

quarta-feira, 7 de novembro de 2018

A Triste Situação de Quem, Após 35 Anos de Trabalho, Não Pode se Aposentar

A Triste Situação de Quem, Após 35 Anos de Trabalho, Não Pode se Aposentar

Esses dias estava almoçando com um colega de trabalho, um senhor já com seus 60 anos, e ele fez um desabafo sobre a sua situação financeira. Esse senhor já atingiu todas as condições legais para se aposentar e mais importante, ele quer muito se aposentar. Mas se ele tem a faca e o queijo na mão, por que não se aposentar logo de uma vez por todas e curtir a vida com uma renda passiva garantida pelo governo?

Resposta: completo descontrole financeiro e familiar.

Descontrole financeiro pois nem ele nem a mulher (que segundo ele adora gastar dinheiro) nunca tiveram a consciência de poupar nada e chegaram à beira da aposentadoria sem reservas financeiras, confiando apenas na aposentadoria do governo.

A mulher chegou a se aposentar antes dele, e adivinha: só depois de "pendurar as chuteiras" ela descobriu o quanto o seu salário de aposentada era inferior ao salário de servidora pública ativa. E o pior: ela não consegue baixar o padrão de vida, continua gastando como antes.

Se não bastasse isso, o referido casal tem três filhos, os três ainda moram com os pais, cada um tem um carro, estudam em faculdade particulares e nenhum deles trabalha. Como se tudo isso não fosse suficiente, surgiu uma alta cobrança do governo relativa ao terreno em que ele mora, portanto mais uma despesa pra arcar.

Resultado: esse colega por mais que queira, e tenha direito, não pode se aposentar, pois ele conta com o salário integral dele (mais o abono permanência) para sustentar as despesas da casa. Caso ele se aposentasse a redução salarial inviabilizaria o seu modo de vida. Do jeito que ele me contou sobre sua situação financeira, suspeito que ele terá que ficar trabalhando até o limite de idade do serviço público, que é os 75 anos.

A Triste Situação de Quem, Após 35 Anos de Trabalho, Não Pode se Aposentar
Não esquece de bater o ponto vovô!
 
Fico imaginando o tamanho da frustração, após décadas de trabalho, não poder se aposentar por um questão puramente financeira. Será que se ele tivesse tido uma consciência de formação de patrimônio, construção de renda passiva e atingimento de independência financeira aos 30 ou 40 anos ele não estaria numa situação financeira bem melhor? E se ele tivesse começado aos 20?

O pior é que ele não teve consciência financeira nenhuma durante a vida e sua mulher e filhos seguiram no mesmo caminho, ou seja, desastre total.

E olhe que essa situação narrada reflete uma realidade de um servidor público, se fosse na iniciativa privada, muito dificilmente esse meu colega teria a opção de continuar trabalhando até os 75 anos, certamente seria demitido antes.

É por isso que a jornada de fazer aportes, construir patrimônio, obter renda passiva e lutar pela independência financeira não é uma luta só daqueles que querem se aposentar cedo, é uma luta que todos devem travar, mesmo aqueles que pretendem se aposentador aos 60/65 anos.

Não existe coisa pior que se dar conta que aos 60 anos de idade, depois de mais de 35 anos trabalhando, você não é nem nunca será independente financeiramente, que até o fim dos seus dias você dependerá da boa vontade de um empregador, de um governo, de ajuda de parentes, etc.

É por isso que a construção de patrimônio e busca da independência financeira deve ser um caminho trilhado desde cedo, de preferência antes dos 30 como destaquei nesse artigo,  porém, mesmo que você já tenha 30 e poucos ou 40 e poucos anos e não tenha iniciado essa jornada, comece desde já a construir a sua ponte para a liberdade, ainda dá tempo, não faça como esse meu colega de trabalho fez.

Muito além de comprar felicidade, o dinheiro compra, principalmente, liberdade!

Abraços,

Senhor Ministro

segunda-feira, 5 de novembro de 2018

Se Você Tem Menos de 30 Anos, Leia Isso...

jovem investidor

Em nossas vidas temos alguns marcos temporais interessantes, diria que o primeiro deles é quando completamos 18 anos e atingimos a maioridade: podemos dirigir, podemos ser presos, podemos consumir bebidas alcoólicas (até parece que não consumíamos antes kkk), mas sobretudo a vida dá uma reviravolta com o fim do longo período escolar (que se iniciou quando éramos crianças) e somos introduzidos à dura realidade que para ser alguém na vida precisamos ganhar dinheiro.

O outro marco igualmente interessante são os 30 anos completos, é quando, passada a euforia dos "20 e poucos anos" paramos pra fazer uma reflexão profunda sobre os caminhos que demos para a vida. É nesse momento que muita gente entra em desespero pois pensam "nossa, tenho 30 anos e não casei nem tenho filhos", "nossa, tenho 30 anos e não tenho um emprego decente", "nossa, tenho 30 anos e ainda moro com meus pais", mas uma das questões mais relevantes é:  

"Nossa, completei 30 anos de vida e não tenho um centavo guardado/investido".

Se isso aconteceu ou pode acontecer com você é motivo para se preocupar? Lógico!!!

Quando se trata de construir patrimônio, gerar renda passiva, atingir a independência financeira, temos uma equação muito simples que resume tudo: Aporte x Tempo x Rentabilidade. Só que nessa singela equação as variáveis "Aporte" e "Tempo" tem muito mais peso que a "Rentabilidade" (pelo menos na fase de acumulação de patrimônio).

Portanto, quem chega aos 30 anos sem um puto no bolso e quer atingir a IF, logicamente terá menos tempo para isso do que uma pessoa de 20 anos, por conseguinte terá que reforçar a variável "Aporte" para compensar a diminuição da variável "Tempo". "ah mas essa pessoa pode focar em ter uma rentabilidade acima da média pra recuperar o tempo perdido". Só se for montando uma empresa bem lucrativa ou algo do tipo, pois buscar rentabilidades astronômicas no mercado financeiro é o início do fracasso.

jovem investidor
Não precisa chorar

Por que estou falando isso? Para assustar aqueles que completaram 30 anos e estão endividados e sem patrimônio? Claro que não! É possível sim sair dessa situação e ainda atingir a IF, é só questão de ter consciência do estado atual e traçar uma rota para o estado desejado. Esse é papo para outro post.

A minha mensagem principal de hoje é para aqueles que estão nos seus 20 e poucos anos, curtindo a vida e deixando para depois esse papo de "aportar e investir". Mesmo que você ganhe pouco, comece agora! Fiz uma pequena simulação para demonstrar a importância de começar a aportar desde jovem, mesmo ganhando pouco, veja só:

jovem investidor

Para construir essa simulação utilizei uma taxa de aporte de 20% da renda, que é um valor completamente possível para um jovem com poucas despesas e responsabilidade (principalmente considerando que as pessoas estão cada vez mais prolongando a "estadia" na casa dos pais), e rentabilidade anual de 6,5% (atual rentabilidade do Tesouro Selic).

Veja que uma pessoa que faz esse esforço, que consegue adquirir essa disciplina de aportes e investimentos (sem muito sacrifício, diga-se de passagem), consegue, saindo do absoluto zero, chegar aos 30 anos com um patrimônio de R$ 80 mil. Nada mal. E repare nos salários que eu utilizei para fazer a simulação, nada astronômico, não é salário de executivo ou gerente sênior, salários normais e atingíveis.

Essa pessoa, além de iniciar a sua fase de "trintão" com um bom patrimônio, ganhará outra coisa de valor inestimável: disciplina e conhecimento. Depois de anos de aportes e investimentos, mesmo eventualmente aportando pouco, essa pessoa estará muito mais preparada e habituada a economizar e investir. No momento em que sua renda aumentar ela terá capacidade de aportar mais e saberá exatamente como investir esse dinheiro, aumentando significativamente a velocidade e intensidade da acumulação patrimonial.

Se você, assim como eu, já passou dos 30, certamente se arrepende de não ter tido essa consciência quando mais jovem. Eu particularmente me arrependo muito, e olha que meus salários foram bem maiores que esses que utilizei na simulação (muito embora tenho assumido responsabilidades bem mais cedo que a média dos jovens de hoje em dia).

Mas nunca é tarde, a melhor hora pra começar é agora, e se você é jovem, melhor ainda!

Abraços,

Senhor Ministro

quinta-feira, 1 de novembro de 2018

Atualização Patrimonial Outubro/2018 (De Volta Ao Azul!!!): R$ 271.313,99 (+R$ 16.626,54) e Rentabilidade (+ 6,16%)



Olá meus amigos e minhas amigas, como estão?

Finalmente acabou a tormenta das eleições, essa foi minha 5ª eleição presidencial em que estive na condição de cidadão apto a votar e foi, de longe, a mais traumática, nervosa, com ânimos acirrados, com um país arrasado, dividido, e clamando por mudanças. Acabou briguinha em rede social, e, principalmente, acabou a instabilidade político-econômica que estávamos atravessando, com reflexos diretos na bolsa de valores.

Consequência direta do fim desse período turbulento é a rentabilidade auferida esse mês, incríveis 6,16%, sensacional, já recuperou os 6 meses que fiquei com rentabilidade negativa esse ano!!!

O mercado agora está meio esquisito, muita oscilação especulativa, uma maré boa para trader, porém os investidores de longo prazo devem ter cuidado.

SAÚDE


Nenhum sucesso financeiro justifica um fracasso na saúde, então vamos a um breve relato:

Sigo firme no objetivo de melhora da saúde e da aparência. No início do ano meu % de gordura corporal estava em torno de 30% e estabeleci a meta de chegar aos 15% até o fim do ano. Infelizmente eu só consegui engrenar na dieta e exercícios físicos regulares de uns 3 ou 4 meses pra cá, porém os resultados tem sido satisfatórios: na última medição, realizada ontem, cheguei ao percentual de gordura corporal de 22%. Já enxergo uma possibilidade de alcançar algo em torno de 17% ou 18% ao fim do ano e tirar a blusa na praia sem culpa. Pra 2019 o tanquinho já é realidade kkk

INVESTIMENTOS


O aporte do mês foi: R$ 7.781,33

Mais uma vez aporte totalmente destinado a renda variável para aquisição dos seguintes papéis:

100 B3SA3
100 HAPV3
43 CIEL3
10 GGRC11
3 FIIB11

Eu já vinha namorando há um tempo com as ações da B3 e finalmente decidi me render a elas, é a única bolsa de valores no Brasil, e com a tendência de crescimento econômico do país a B3 só tem a ganhar, com mais IPOs e mais volume de negociações. A Hapvida é um plano de saúde com atuação focada no Nordeste direcionada ao público C e D, mas eles têm um diferencial gigante: a maior parte dos seus atendimentos são realizados em rede própria.  Nossa querida Cielo da massa está passando por momentos turbulentos, mas, no meu entendimento, a queda da cotação foi exagerada, resolvi comprar mais um punhadinho de ações para fechar o lote. GGRC e FIIB são FII logísticos e que, embora não estejam entre os DYs mais altos da bolsa, parecem oferecer fundamentos sólidos para o longo prazo.

Ainda ficou um dinheiro parado na conta corrente, pois depois das eleições o mercado ficou meio bagunçado. Vou esperar acalmar a euforia, e provavelmente colocar esse dinheiro provisoriamente num CDB de liquidez diária no Banco Inter.

CARTEIRA



RENTABILIDADE





Com a eleição do Bolsonaro e a expectativa de estabilização política e econômica do país, os títulos públicos dispararam incríveis 17,3%. As ações também subiram demais, rentabilidade de quase 10% no mês. Os FIIs, pela sua característica, tem menos volatilidade mas também subiram bem. Poupança e Fundo DI uma tristeza, devo em breve limar isso da carteira. Em relação às criptomoedas, só tristeza também, 31% de prejuízo acumulado e sem muitas perspectivas de crescimento, nem sei o que faço com isso, mas não tenho ânimo nenhum para ficar pesquisando sobre criptos.

RENDA VARIÁVEL

Minha carteira de ações e FIIs fechou o mês assim:


Maiores altas: SAPR11 (+24,6%), MDIA3 (+12,9%), KNRI11 (+12,9%), ITUB3 (+12,4%)

Maiores baixas: a única baixa do mês foi ABEV3 (-10,9%)

Proventos recebidos em 2018 até o momento: R$ 1.959,21

Por hoje é só! Abraço!

Senhor Ministro