Nesse momento, todos aqueles que investem em ações devem sentir um friozinho na barriga ao abrir o home broker, o sangue está escorrendo na Bovespa e os números vermelhinhos pipocam na tela. A verdade é que todos esperávamos que isso iria acontecer, desde 2014 o Brasil tornou-se um caldeirão de pólvora prestes a explodir a qualquer momento e um ano eleitoral é a faísca perfeita para causar algumas explosões. A greve geral dos caminhoneiros e a crise de abastecimento no país é apenas um sintoma, a verdadeira causa do declínio nos mercados é a fragilidade política que foi escancarada para o mundo inteiro ver, está dado o recado: "o Brasil não é um país sério".
Mas convenhamos que isso não é novidade para ninguém. Vamos então ao que importa: bolsa em queda livre, e agora, o que fazer? Em momentos como esse há duas correntes de investidores, de um lado aqueles do "que merda, eu devia ter realizado o lucro logo, agora é tarde demais" e do outro lado temos aqueles do "bolsa em queda, é hora de comprar ações por preço de oferta". E ai, quem está certo?
Quem vai responder essa pergunta não serei eu, mas sim Peter Lynch, lendário gestor de fundos de ações americano. Todas as citações a seguir foram extraídas do livro "O Jeito Peter Lynch de Investir".
"Os investidores tendem a ser otimistas e pessimistas precisamente nos momentos equivocados, de modo que é prejudicial a si próprio a atitude de tentar investir em bons mercados e sair em maus mercados"
"Diversos investidores preferem debater se uma ação está subindo, como se a musa das finanças fosse lhe proporcionar a resposta, em vez de checar a empresa"
"As ações têm maior probabilidade de serem aceitas como prudentes no momento em que não o são".
"As ações são relativamente previsíveis entre 10 e 20 anos. Em relação à dúvida sobre estar em alta ou em baixa dentro de 2 ou 3 anos, você poderia lançar uma moeda para ter a resposta".
"O investidor incauto continuamente passa por três estágios emocionais: preocupação, descuido e capitulação. Ele fica preocupado após uma queda no mercado ou após a economia transmitir a sensação de que começa a falhar, o que o impede de comprar ações de boas empresas a preços baixos. Então, após comprá-las por preços elevados, ele fica tranquilo porque os preços das ações continuam a subir. Esse é precisamente o momento em que ele deveria estar suficientemente preocupado para analisar os fundamentos, mas não está. Assim, finalmente, quando suas ações perdem valor em momentos difíceis e os preços caem para níveis mais baixos do que aqueles em que ele havia comprado, ele capitula e as vende em um momento de turbulência."
"Se economistas profissionais não podem predizer economias e analistas profissionais não podem prever mercados, então que chances tem um investidor amador? Eu não acredito na previsão de mercados. Eu acredito em adquirir ações de grandes empresas - especialmente daqueles que estão subavaliadas ou subapreciadas."
Abraços,
Senhor Ministro
contato: mininvestimento@gmail.com